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Corinthians apresenta time feminino e já sonha com Arena lotada

divulgação/Corinthians
Imagem: divulgação/Corinthians

21/02/2018 13h32

O Corinthians apresentou nesta quarta-feira seu time de futebol feminino, que disputará o Paulista e o Brasileiro nesta temporada. Após o fim da parceria com o Grêmio Osasco Audax, o Timão terá sua equipe própria em 2018 e oferecerá a mesma estrutura da base.

Atualmente, a equipe feminina conta com 24 jogadoras, sendo 11 contratadas nesta temporada. O time é uma exigência do regulamento da Libertadores masculina - para disputar a competição sul-americana, os clubes precisam ter uma equipe feminina a partir da próxima edição, em 2019.

- Queremos uma sociedade que invista mais no esporte, que seja mais natural. Existem medidas que hoje estão ajudando a modalidade. A obrigatoriedade hoje se faz justiça à falta de apoio que teve por tanto tempo na modalidade. Queremos condições básicas de trabalho para elas, que sejam remuneradas e reconhecidas. O Corinthians sai na frente, como o Santos, que tem um time há bastante tempo. Desses times de camisa terem um time feminino. Que se faça de uma forma organizada e respeitosa, como temos aqui - disse o técnico Arthur Elias.

Além do treinador, também falaram em entrevista coletiva as jogadoras Grazi e Alline Calandrini. Enquanto isso, outras jogadoras assistiam na sala de imprensa do CT Joaquim Grava.

- Eu tive nove anos de Santos, conquistei tudo lá. Joguei também no Centro Olímpico, com essa mesma comissão. Um dos motivos de eu vir é por acreditar que eles tiram tudo da gente. O Santos conquistou tudo aos poucos, não tinha atenção, nem uniforme direito, até ser o Santos de hoje, que realmente é uma estrutura diferenciada, dificilmente algum clube dá uma estrutura daquelas. Eu saí por acreditar no que o Corinthians está propondo para a gente. Sem dúvida, será um ano diferente. É uma aposta forte, e os resultados sairão. A diretoria está dando tudo - disse Alline.

- O fato de vestir essa camisa pelo terceiro ano consecutivo e estar com minhas companheiras é muito motivador. Apesar dos 22 anos de carreira, minha vontade diária é de estar com elas. Espero mais títulos. É meu terceiro ano vestindo essa camisa, não vejo diferença na qualidade. Não basta só qualidade, é um grupo, estamos tentando montar isso. Chegaram 11 jogadoras, foram bem recebidas, é uma troca de experiência - comentou Grazi.

Além do técnico e das jogadoras, também estiveram presentes na entrevista coletiva a vice-presidente Edna Murad e o diretor de futebol masculino Duílio Monteiro Alves. Questionada sobre a possibilidade de jogar na Arena, Edna mostrou entusiasmo e pediu mais apoio às mulheres.

- A princípio, o mando será na Fazendinha mesmo, um local mais apropriado. Mas, dependendo de uma agenda e de um planejamento, seria tudo de bom jogar na arena. Mas precisamos de mais visibilidade, aumentar os patrocinadores. Precisa crescer. Se nós olharmos aqui hoje, nós temos a maioria dos repórteres homens, então isso também se reflete em outras áreas do esporte. Para as atletas e tudo mais, isso precisa mudar, porque as mulheres são protagonistas, têm qualidade, são guerreiras. Quando quer, vai para cima, bate o pé e quer ganhar. Quem sabe a gente não consiga lotar a Arena em breve - afirmou Edna.

- A camisa é do Corinthians, é o Corinthians. Tudo o que pudermos fazer para ajudar, vamos fazer - acrescentou Duílio.

O técnico Arthur Elias também falou sobre a possibilidade de jogar na Arena, mas elogiou a estrutura do Parque São Jorge.

- Nós gostaríamos de jogar lá, a condição na Arena é a melhor possível para se jogar futebol. Mas entendemos que para o futebol feminino não vão abrir essa casa, com muito custo, para todos os jogos. Eventualmente para jogos decisivos nos interessa. Teria até mais visibilidade. Mas hoje jogar no Parque São Jorge é excelente para nós, o campo foi reformado, está excelente, é um estádio mais acanhado, mas que cabe o público, 8 mil, 10 mil pessoas numa final. E pela identificação forte. Estamos felizes - disse o treinador.