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Herói na Chape, Dal Pozzo faz do Juventude a sensação da Série B

30/06/2017 08h00

O torcedor do Juventude está eufórico como há tempos não se via. O motivo? A liderança da Série B. O time gaúcho tem 22 pontos em 11 rodadas, seis vitórias e apenas uma derrota. Um dos responsáveis pelo sucesso do Papo é o treinador Gilmar Dal Pozzo. Ao L!, ele explicou os segredos do time.

- Depois da eliminação no Campeonato Gaúcho, tivemos 40 dias só para treinar. Além disso, tivemos a felicidade e a competência de mantermos alguns jogadores e contratamos outros com o perfil do time, o perfil do Campeonato Gaúcho. E o trabalho deu liga. É um grupo muito comprometido, respaldado pela diretoria. Todos no clube estão em harmonia - comentou Dal Pozzo, que conduziu a Chapecoense da Série C à Série A entre 2012 e 2013.

Assim como Chapecó esteve em festa no período, Caxias do Sul, a cidade do Juventude, e mais uma no do interior do país, compartilha do mesmo sentimento. E o técnico garante que as semelhanças entre os dois times não terminam por aí.

- O elo entre torcida, diretoria, comissão técnica e elenco é um diferencial importante. Quando todo mundo trabalha no mesmo objetivo, a tendência é que as coisas deem certo. Esse modelo de gestão e de conceito que estamos implantando dá certo - lembrou Pozzo.

A última partida do Juve foi na terça-feira, quando goleou o Goiás por 3 a 0 e voltou a vencer após três jogos. Talvez seja por isso que ele prega um discurso cauteloso e pede que o pensamento gire em torno dos 45 pontos, número que praticamente garante o time na Série B em 2018.

- Independentemente da nossa posição e do momento, nós fizemos um planejamento e estamos o seguindo, que é conseguir os 45 pontos para nos mantermos na Série B e depois pensar no sonho, que é o acesso - disse Pozzo, que já teria cumprido a sua meta de pontos no primeiro turno, com oito jogos ainda pela frente.

Em 83 jogos na Série B, Gilmar Dal Pozzo, que também trabalhou no ABC, Ceará, Náutico e Paysandu, tem um aproveitamento em torno de 60 %, o que coloca qualquer time na elite. Por isso, ele agradece ao Juventude pela confiança no trabalho e exalta a importância da continuidade no cargo

- Um aproveitamento desses dá tranquilidade para a sequência do trabalho. A diretoria acredita nessa continuidade e mostrou isso no Campeonato Gaúcho. E hoje estamos aqui, na liderança. Foi assim na Chapecoense, onde fiquei dois, no Veranópolis, onde fiquei quatro. A continuidade, já está mais do que provado, faz a diferença - comentou Dal Pozzo, que tem 47 anos e começou a carreira em 2008.

O Juventude entra em campo agora somente no próximo dia 8, quando recebe justamente o vice-líder Guarani, com 19 pontos. Se o Alviverde levar a Série B, conquistará o segundo título nacional. O primeiro foi a Copa do Brasil de 1999, quando o Papo eliminou Botafogo, Corinthians, Internacional, Fluminense e Bahia.

BATE-BOLA

Qual o seu estilo como treinador? Como você se definiria? Pensa em treinar um clube grande?

Eu me preparei muito para ser técnico. Enquanto ainda jogava (ele foi goleiro), já vinha me preparando e em pouco tempo tive o gostinho de levar a Chapecoense da Série C para a Série A. O Juventude está bem e estou acreditando muito nesse trabalho. Ainda quero passar por um clube de maior expressão. Isso está muito claro na minha cabeça, mas é uma conquista que se faz subindo degrau a degrau. Estou pagando o preço agora, mas estou feliz aqui no Juventude. Eu tenho certeza que quando eu chegar lá vou me dar bem, porque sei do que estou passando.

Antes da goleada sobre o Goiás, foram três tropeços. O que o time fez para não perder a pegada?

Somamos dois pontos, pois é um campeonato equilibrado. E nesse momento que a gente oscilou, a gente mostrou poder de recuperação e confiança. Estou feliz por estar vendo o meu time com essa maturidade, como mostrou diante do Goiás e também nos três jogos sem vitória, pois jogamos bem. Estamos jogando bem e poderíamos estar com uns três pontos a mais, mas estou feliz com o time, porque ele está em construção e tem problemas de logística.

Quem são os principais concorrentes na luta pelo acesso?

Tirando o Náutico, o Campeonato está muito equilibrado, mas pela grandeza do clube vai se recuperar. Em 2015, eu estava lá e o time não subiu por um ponto, assim como em 2016. O Criciúma estava no Z4 há cinco rodadas e agora está perto do G4. Outro exemplo é o Internacional, que pela grandeza e pelo investimento, mas não pelo futebol que vem jogando, tem que ser apontado.