Ceni admite chute em quadro no vestiário, mas aponta perseguição
Em sua primeira entrevista coletiva depois do vazamento da informação de um ataque de fúria seu no vestiário, no intervalo da derrota por 2 a 0 para o Corinthians na semifinal do Paulista, em 16 de abril, Rogério Ceni admitiu que chutou um quadro que atingiu Cícero. Mas reclamou de perseguição.
Segundo o técnico, há uma tentativa de tumultuar o ambiente do São Paulo em meio à crise com as três eliminações consecutivas. Ele, porém, não se abala e nem reclamou da informação sobre um possível atrito com Cícero informado pela ESPN na terça-feira.
- Já estou acostumado a vestiários há 27 anos. Sempre tem muita gente no vestiário e é natural que falem algo e a imprensa aproveite as histórias quando as vitórias não vêm. O problema é que colocam mentiras, acrescentam histórias fictícias. É verdade que entrei no vestiário nervoso, que dei bronca nos jogadores, que dei um chute no quadro e um pedaço caiu no colo do Cícero. Mas só fui saber que caiu no Cícero no dia seguinte. E não é verdade que o Cícero discutiu comigo. Eu que pedi o Cícero e tenho bom relacionamento com todos os jogadores. Nunca atirei prancheta nem nada, nem menos tenho habilidade para chutar uma prancheta em direção a uma pessoa. Foi tudo absolutamente normal dentro do futebol, e sempre administramos bem as pessoas aqui. Anormal é essa perseguição de alguns em criar polêmica desnecessária - disse o técnico, assegurando ser inabalável.
- Não abala a confiança no meu trabalho. Eliminações em curto prazo trazem pressão extra e são prato cheio para não recebermos elogios, até porque no último mês não apresentamos futebol digno de elogios. Mas críticas não me machucam. Não sou apegado a notícias e ao que se fala. Respeito opiniões, entendo críticas construtivas e conheço bem as figuras que depreciam mais do que o necessário e querem criar tumulto. Entendo completamente o trabalho de cada um e tento melhorar o meu.
O foco de Rogério Ceni é buscar a primeira vitória do clube no Campeonato Brasileiro, torneio que restou ao time, já na segunda-feira, quando o time recebe o Avaí no Morumbi. Mas ele sabe que a paz não será completamente estabelecida só com a conquistas desses três pontos e lembra que, na rodada seguinte, recebe o Palmeiras.
- Ganhar do Avaí dentro de casa pode trazer uma paz simultânea, mas torcedores e imprensa, não pelo Avaí, têm expectativa de vitória no Morumbi. Não é fácil. Mas a vitória é algo que precisamos buscar. Ganharíamos um pouco mais de confiança e temos clássico depois. Vamos em busca do resultado positivo.
Confira os principais trechos da entrevista de Rogério Ceni nesta sexta-feira:
Mudanças no time:
"Se eu tivesse jogadores que estão no departamento médico, já seria grande leque de opções para não só escalar, mas substituir durante o jogo. Não pretendo fazer mudanças constantes coo no Paulista, serão bem mais pontuais. Já o esquema depende das circunstâncias dos adversários e as nossas"
Vazamentos do vestiário:
"Já estou acostumado a vestiários há 27 anos. Digo que sempre falem a verdade. O problema é que colocam mentiras, como que atirei uma prancheta. Entrei nervoso no vestiário, tinha um quadro pequeno, dei um chute de fato e nem vi, na verdade, que um pedaço dele caiu no colo do Cícero. Ele nem falou, e nem falava com ele naquele momento. Tenho bom relacionamento com bons jogadores e eu que pedi o Cícero. Pedi o Cícero e jogadores que vierem sem custo ou custo baixo, de acordo com nossas condições financeiras. Tem sempre muita gente no vestiário, natural que alguém fale e vocês aproveitem essas histórias quando não vêm vitórias. Mas nunca atirei prancheta nem nada, nem menos tenho habilidade para chutar uma prancheta em direção a uma pessoa. Só soube que caiu no Cícero quando me contaram no dia seguinte. Absolutamente, normal dentro do futebol. Anormal é essa perseguição de alguns em criar polêmica desnecessária. Mas administrar pessoas é sempre uma coisa bem feita aqui. A prancheta foi chutada, caiu no colo do Cícero, o que não é verdade é que Cícero discutiu comigo. Dei bronca nos jogadores porque é minha função. Fora isso, absolutamente mais nada'
Ganhar na segunda:
"Ganhar do Avaí dentro de casa pode trazer paz simultânea, mas torcedores e imprensa, não pelo Avaí, têm expectativa de vitória no Morumbi. Não é fácil. Há muitos jogos do Brasileiro com muitas surpresas, e Avaí foi finalista do Catarinense e venceu a Chapecoense, mesmo sendo vice, e empatou com Vitória no Brasileiro. Todos os jogos são complicados e difíceis, desde goleadas inesperadas como o Corinthians, campeão paulista, empatando com a Chapecoense em casa. Trabalhamos sempre em prol da vitória, mas sabendo que há adversários difíceis. Mas a vitória seria ago que precisamos buscar. Ganha um pouco mais de confiança. Temos clássico depois e vamos em busca do resultado positivo"
Exposição maior como técnico:
"Normal. Sempre existiu exposição, para o bem ou para o mal. Julgamento sempre foi de grandes feitos com coisas boas e coisas simples como grandes erros. A culpa é sempre do treinador e que continue assim. Que, nas vitórias, atletas possam se sentir felizes pelo trabalho que realizam"
Escalação de segunda:
"O time que vai jogar eu não posso dizer, senão deixaria o treino aberto. Por mim, ficaria mais tempo fechado. Mas temos de conviver. A imprensa precisa de imagens. Quando o treino é técnico, trabalhamos com portas abertas. Agora não sei como vamos treinar, se temos condições. Mas, quando tiver parte tática, fecho para testar opções e sistemas em cima do que adversários mostram"
Abalo das críticas
"Não abala a confiança no meu trabalho. Sei o que é feito, grupo de jogadores que tenho. No Paulista, poderíamos só ter dado mais um passo, na final, outros 17 clubes ficaram com a gente. Na Copa do Brasil, pegamos duelo contra time de expressão também no cenário nacional e agora, nestas fases, há duelos menos expressivos. Fizemos dois bons jogos e Cruzeiro teve vantagem. Eliminação na Sul-Americana, apesar de ser modesta, é bem arrumada e não tivemos força pra reagir. Eliminações em curto prazo traz pressão extra e é prato cheio para não recebermos elogios, até porque no último mês não apresentamos futebol digno de elogios. É melhorar nosso nível de jogo. Críticas não me machucam. Não sou apegado a notícias e o que se fala. Respeito opiniões, entendo críticas construtivas, conheço bem as figuras que depreciam mais do que o necessário e querem criar tumulto, mas entendo completamente o trabalho de cada um e tento melhorar o meu.
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