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Ceni admite chute em quadro no vestiário, mas aponta perseguição

19/05/2017 11h12

Em sua primeira entrevista coletiva depois do vazamento da informação de um ataque de fúria seu no vestiário, no intervalo da derrota por 2 a 0 para o Corinthians na semifinal do Paulista, em 16 de abril, Rogério Ceni admitiu que chutou um quadro que atingiu Cícero. Mas reclamou de perseguição.

Segundo o técnico, há uma tentativa de tumultuar o ambiente do São Paulo em meio à crise com as três eliminações consecutivas. Ele, porém, não se abala e nem reclamou da informação sobre um possível atrito com Cícero informado pela ESPN na terça-feira.

- Já estou acostumado a vestiários há 27 anos. Sempre tem muita gente no vestiário e é natural que falem algo e a imprensa aproveite as histórias quando as vitórias não vêm. O problema é que colocam mentiras, acrescentam histórias fictícias. É verdade que entrei no vestiário nervoso, que dei bronca nos jogadores, que dei um chute no quadro e um pedaço caiu no colo do Cícero. Mas só fui saber que caiu no Cícero no dia seguinte. E não é verdade que o Cícero discutiu comigo. Eu que pedi o Cícero e tenho bom relacionamento com todos os jogadores. Nunca atirei prancheta nem nada, nem menos tenho habilidade para chutar uma prancheta em direção a uma pessoa. Foi tudo absolutamente normal dentro do futebol, e sempre administramos bem as pessoas aqui. Anormal é essa perseguição de alguns em criar polêmica desnecessária - disse o técnico, assegurando ser inabalável.

- Não abala a confiança no meu trabalho. Eliminações em curto prazo trazem pressão extra e são prato cheio para não recebermos elogios, até porque no último mês não apresentamos futebol digno de elogios. Mas críticas não me machucam. Não sou apegado a notícias e ao que se fala. Respeito opiniões, entendo críticas construtivas e conheço bem as figuras que depreciam mais do que o necessário e querem criar tumulto. Entendo completamente o trabalho de cada um e tento melhorar o meu.

O foco de Rogério Ceni é buscar a primeira vitória do clube no Campeonato Brasileiro, torneio que restou ao time, já na segunda-feira, quando o time recebe o Avaí no Morumbi. Mas ele sabe que a paz não será completamente estabelecida só com a conquistas desses três pontos e lembra que, na rodada seguinte, recebe o Palmeiras.

- Ganhar do Avaí dentro de casa pode trazer uma paz simultânea, mas torcedores e imprensa, não pelo Avaí, têm expectativa de vitória no Morumbi. Não é fácil. Mas a vitória é algo que precisamos buscar. Ganharíamos um pouco mais de confiança e temos clássico depois. Vamos em busca do resultado positivo.

Confira os principais trechos da entrevista de Rogério Ceni nesta sexta-feira:

Mudanças no time:

"Se eu tivesse jogadores que estão no departamento médico, já seria grande leque de opções para não só escalar, mas substituir durante o jogo. Não pretendo fazer mudanças constantes coo no Paulista, serão bem mais pontuais. Já o esquema depende das circunstâncias dos adversários e as nossas"

Vazamentos do vestiário:

"Já estou acostumado a vestiários há 27 anos. Digo que sempre falem a verdade. O problema é que colocam mentiras, como que atirei uma prancheta. Entrei nervoso no vestiário, tinha um quadro pequeno, dei um chute de fato e nem vi, na verdade, que um pedaço dele caiu no colo do Cícero. Ele nem falou, e nem falava com ele naquele momento. Tenho bom relacionamento com bons jogadores e eu que pedi o Cícero. Pedi o Cícero e jogadores que vierem sem custo ou custo baixo, de acordo com nossas condições financeiras. Tem sempre muita gente no vestiário, natural que alguém fale e vocês aproveitem essas histórias quando não vêm vitórias. Mas nunca atirei prancheta nem nada, nem menos tenho habilidade para chutar uma prancheta em direção a uma pessoa. Só soube que caiu no Cícero quando me contaram no dia seguinte. Absolutamente, normal dentro do futebol. Anormal é essa perseguição de alguns em criar polêmica desnecessária. Mas administrar pessoas é sempre uma coisa bem feita aqui. A prancheta foi chutada, caiu no colo do Cícero, o que não é verdade é que Cícero discutiu comigo. Dei bronca nos jogadores porque é minha função. Fora isso, absolutamente mais nada'

Ganhar na segunda:

"Ganhar do Avaí dentro de casa pode trazer paz simultânea, mas torcedores e imprensa, não pelo Avaí, têm expectativa de vitória no Morumbi. Não é fácil. Há muitos jogos do Brasileiro com muitas surpresas, e Avaí foi finalista do Catarinense e venceu a Chapecoense, mesmo sendo vice, e empatou com Vitória no Brasileiro. Todos os jogos são complicados e difíceis, desde goleadas inesperadas como o Corinthians, campeão paulista, empatando com a Chapecoense em casa. Trabalhamos sempre em prol da vitória, mas sabendo que há adversários difíceis. Mas a vitória seria ago que precisamos buscar. Ganha um pouco mais de confiança. Temos clássico depois e vamos em busca do resultado positivo"

Exposição maior como técnico:

"Normal. Sempre existiu exposição, para o bem ou para o mal. Julgamento sempre foi de grandes feitos com coisas boas e coisas simples como grandes erros. A culpa é sempre do treinador e que continue assim. Que, nas vitórias, atletas possam se sentir felizes pelo trabalho que realizam"

Escalação de segunda:

"O time que vai jogar eu não posso dizer, senão deixaria o treino aberto. Por mim, ficaria mais tempo fechado. Mas temos de conviver. A imprensa precisa de imagens. Quando o treino é técnico, trabalhamos com portas abertas. Agora não sei como vamos treinar, se temos condições. Mas, quando tiver parte tática, fecho para testar opções e sistemas em cima do que adversários mostram"

Abalo das críticas

"Não abala a confiança no meu trabalho. Sei o que é feito, grupo de jogadores que tenho. No Paulista, poderíamos só ter dado mais um passo, na final, outros 17 clubes ficaram com a gente. Na Copa do Brasil, pegamos duelo contra time de expressão também no cenário nacional e agora, nestas fases, há duelos menos expressivos. Fizemos dois bons jogos e Cruzeiro teve vantagem. Eliminação na Sul-Americana, apesar de ser modesta, é bem arrumada e não tivemos força pra reagir. Eliminações em curto prazo traz pressão extra e é prato cheio para não recebermos elogios, até porque no último mês não apresentamos futebol digno de elogios. É melhorar nosso nível de jogo. Críticas não me machucam. Não sou apegado a notícias e o que se fala. Respeito opiniões, entendo críticas construtivas, conheço bem as figuras que depreciam mais do que o necessário e querem criar tumulto, mas entendo completamente o trabalho de cada um e tento melhorar o meu.