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Advogado pedirá liberdade de torcedores do Flamengo presos: "Prova frágil"

Diego Silva dos Santos (em destaque) foi morto em dia de clássico Flamengo x Botafogo - Arquivo Pessoal
Diego Silva dos Santos (em destaque) foi morto em dia de clássico Flamengo x Botafogo Imagem: Arquivo Pessoal

23/03/2017 16h42

A investigação em torno da morte do torcedor botafoguense Diego Silva dos Santos, de 28 anos, em meio a um conflito com torcedores do Flamengo no clássico entre as duas equipes disputado em fevereiro, pode ganhar novos desdobramentos.

Advogado contratado pela organizada Torcida Jovem Fla para defender os cinco rubro-negros presos na megaoperação realizada nesta quinta-feira (23), Rafael Faria detalhou que solicitará em breve a liberdade de seus clientes.

"Assumimos o caso inicialmente para todos os torcedores. Vamos ficar a par de todas as condutas investigadas e, em seguida, entrar com medidas provisórias para pedir a liberdade de todos os suspeitos. Afinal, todos têm emprego fixo e residência fixa", afirmou.

A operação culminou nas prisões do diretor da TJF, Rafael Camelo, e dos integrantes Vitor Portencio, Adonai Santos, Rogerio Silva Guinard e Herbert Sabino de Paula. O presidente da organizada, Wallace Motta, o vice-presidente Rafael Maggio Afonso e Fábio Pinheiro tiveram prisões decretadas, mas estão foragidos. Ainda houve 12 mandados de prisão temporário por participação de outros crimes na operação, além de operações de busca e apreensão.

Mesmo com a Polícia Civil afirmando em entrevista coletiva que se amparou em imagens para expedir o mandado de prisão dos torcedores, o advogado rechaça a possibilidade de que haja provas contra os membros da organizada detidos.

"A prova é muito frágil. Há uma suposição de que a camisa do Botafogo encontrada na operação de busca e apreensão era do torcedor. Porém, uma camisa não significa absolutamente nada. Pode ser qualquer camisa", disse.

Aos olhos de Rafael Faria, o pedido de soltura dos cinco integrantes da organizada referente ao Flamengo não deve ser associado a uma tentativa de impedir o combate à violência no futebol.

"Não é prendendo inocentes com uma prova frágil que eu posso criar algo pedagógico sobre a violência no futebol. Nosso principal princípio é a presunção da inocência, o exemplo tem de vir a partir da lei".