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Curiosidades olímpicas: Jogos de Moscou sofreram boicote em massa

25/07/2016 09h05

Os Jogos de Moscou foram marcados pelo maior boicote da história olímpica. Indignado com a invasão da União Soviética ao Afeganistão, em dezembro de 1979, o então presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, anunciou que o país não participaria da Olimpíada. Acabou seguido por outras 68 nações, como Alemanha Ocidental, Japão e Canadá. Por isso, apenas 80 países participaram das competições em Moscou, o menor número desde Melbourne­-1956.

Beneficiada pelo boicote de 69 países à Olimpíada, a delegação brasileira quebrou um jejum de 24 anos sem a conquista de uma medalha de ouro e ainda obteve seu melhor desempenho na história dos Jogos até então, com dois ouros - feito então inédito em uma mesma edição - e dois bronzes. As duas medalhas de ouro do Brasil em Moscou-1980 vieram da vela. Alex Welter e Lars Bjorkstrom venceram a classe Tornado, enquanto Marcos Soares e Eduardo Penido foram os melhores na classe 470.

O boicote criou uma situação inusitada no hóquei sobre a grama feminino, que estrearia no programa olímpico em Moscou. Depois de inúmeras desistências, a organização dos Jogos convidou países da África e da Ásia para suprir a lacuna na programação e garantir a disputa. Um dos convidados de última hora foi o Zimbábue, que só conseguiu juntar suas jogadoras um dia antes do embarque para Moscou e ainda assim surpreendeu ao conquistar o ouro.

Uma cena curiosa marcou a solenidade de premiação na prova do dois sem, no remo. A medalha de ouro foi conquistada pelos gêmeos univitelinos - idênticos, portanto - Joerg e Bernd Landvoigt, da Alemanha Oriental. A prata, coincidentemente, ficou com outra dupla formada por gêmeos univitelinos: Yuri e Nikolai Pimenov, da União Soviética.

A equipe de remo da Alemanha Oriental alcançou supremacia jamais vista em uma modalidade olímpica. Todos os 54 atletas da equipe, homens e mulheres, voltaram para casa com ao menos uma medalha. Os alemães conquistaram a medalha de ouro em 11 das 14 provas do programa olímpico.

A organização dos Jogos cometeu uma enorme gafe no atletismo. As finais das provas dos 1.500m e 5.000m foram marcadas para o mesmo dia e muitos dos competidores tiveram que optar por uma delas. Normalmente, os meio-fundistas se inscrevem para essas duas provas.