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No passado, substituto de Prass foi barrado por técnico Fernando Diniz

23/07/2016 11h50

Um erro na saída de bola com os pés custou ao goleiro Vagner o posto de titular da meta do Paulista de Jundiaí, em 2010. Então sob o comando de Fernando Diniz, o titular do Palmeiras neste domingo, contra o Atlético-MG, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro (Fernando Prass está com a Seleção Olímpica), não se adaptou às exigências do treinador nas jogadas com os pés e acabou no banco de reservas. Seis anos depois, Diniz ''se explica'' ao LANCE! e Carlão, preparador de goleiros do Paulista desde 1998, conta a discussão - resolvida em seguida - que teve com o hoje técnico do Oeste/Audax.

Tudo aconteceu durante a Copa Paulista de 2010. O goleiro Felipe Alves, já conhecido por Diniz, assumiu a meta titular assim que o treinador chegou ao clube de Jundiaí. Antes, estava na reserva de Vinicius, pois tinha problemas com o antigo treinador, Wagner Lopes. O então garoto Vagner tornou-se a segunda opção para a meta devido ao bom rendimento nos treinos. Felipe se lesionou no decorrer do campeonato e Vagner entrou no time de forna natural.

- E ele entrou muito bem, já era um grande goleiro. Embaixo do gol, muito bom. Muito forte. Vagner tem um caráter irreparável, sabe jogar com os pés, sim, mas ele acabou errando num jogo. Como é um cara que se cobra muito, isso gerou uma insegurança nele. Por isso, optei pelo então terceiro goleiro. Vagner recebeu a notícia com muita tranquilidade, nunca tivemos problemas. Sempre me dei muito bem com ele - explica Fernando Diniz ao L!.

O erro aconteceu em uma saída de bola em vitória contra a Ferroviária - com dois gols marcados por Hernane Brocador. Em determinado momento, Vagner foi repor a bola para frente com os pés, mas ela acabou batendo no Giancarlo (atacante que passou pelo Corinthians) e acabou entrando no gol. A exigência de Diniz, a cobrança da torcida a partir de então e a insegurança pelo momento fizeram com que Vinicius entrasse de novo no time e Vagner fosse barrado. Não sem antes Carlão, preparador de goleiros da equipe, discutir com Diniz.

- A gente brigou, eu cheguei a falar 'você quer que ele faça o que o camisa 10 não faz'. Mas o Diniz é super humano, ele entendeu minha maneira, é um cara muito autêntico, ele não vai deixar de ser sincero e espera isso de você. Ele vai te ouvir e respeitar. A gente treina os goleiros para melhorar com os pés, mas o Diniz faz de uma maneira bem mais intensa, mais ainda do que se joga na Europa. Eu preparo para fazer uma cobertura, habilidade para controlar a bola com os dois pés. Já o Diniz, é bem diferente nesse quesito - conta Carlão, sem deixar de lembrar que o Paulista foi campeão em 2010.

- Quando Vagner saiu do gol, tive uma discussão com Carlão, sim, coisa interna, faz parte né? Nada exagerado. Era normal. Vinicius entrou no time e deu conta do recado. Vagner sempre foi bom em se comunicar, saia muito bem nas bolas aéreas. Era muito difícil fazer gol no Vagner na função clássica de goleiro. Se não me engano, foram uns oito meses juntos - defende-se Diniz.

Com o fim de seu contrato com o Paulista, em 2012, Vagner foi sem custos ao Ituano, onde foi campeão paulista diante do Santos, no Pacaembu e depois conseguiu projeção na carreira atuando pelo Avaí, último clube antes de assinar com o Palmeiras, no começo da temporada. Carlão, por sua vez, segue no clube de Jundiaí como preparador de goleiros. Já Fernando Diniz, depois do vice-campeonato estadual neste ano, hoje comanda o Oeste/Audax e disputa a Série B do Campeonato Brasileiro.