Por 'proximidade ao Allianz' e 'gestão moderna', Verdão fecha parceria digital
O ano de 2015 tem sido produtivo para a área de marketing do Palmeiras. Além de ter a camisa mais valiosa do Brasil, com três patrocinadores no uniforme, o clube fechou parceria digital com a construtora Tecnisa.
A empresa comprou espaços nas redes sociais do clube para divulgar o empreendimento "Jardim das Perdizes", bairro planejado localizado ao lado do CT do Palmeiras e a poucos minutos do Allianz Parque. Além disso, a construtora propôs ao clube que cada palmeirense que comprasse um apartamento no bairro recebesse inúmeros prêmios, como dois anos de sociedade ao programa de sócio-torcedor Avanti, uma camisa oficial do time autografada por todos os jogadores, uma bola oficial do campeonato, uma visita ao Centro de Treinamento do Clube e um tour guiado à Arena Allianz Parque.
O diretor de Marketing da Tecnisa, Romeo Busarello, explicou ao LANCE! o motivo de ter Verdão como parceiro:
- O principal motivo é que tenho o Allianz Parque colado ao Jardim das Perdizes. Se não fosse esse empreendimento eu não sei se abordaria o Palmeiras nesse momento. O segundo é que a gestão do Palmeiras é muito moderna, com um pessoal moderno na administração. Com bons interlocutores e com uma área de marketing mais estruturada, a conversa com eles fica muito boa.
Além disso, o engajamento da torcida do Palmeiras nas redes sociais é um fator que ajuda na relação entre clube e construtora:
- Nesse momento, a torcida mais engajada é a do Palmeiras. Cito alguns motivos: a casa nova resgatou o palmeirense, eram quatro anos que o Palmeiras estava sem estádio. A torcida estava carente. Aliado a isso formou-se um time muito competitivo capaz de ser protagonista em 2015. O Palmeiras melhorou muito a comunicação com o torcedor e ainda tem o sucesso que é o torcedor Avanti.
A ideia da parceria, inclusive, surgiu a partir de um palmeirense. Morador de Marília, o torcedor comprou um apartamento no bairro para ter um lugar para em dias de jogos no Allianz Parque. Cansado de gastar dinheiro com hotéis e flats, o palmeirense inspirou a construtora.
A Tecnisa, no entanto, esbarrou em questões burocráticas na hora de montar sua campanha. O nome "Allianz Parque", por exemplo, não pode ser utilizado por proibição da WTorre, construtora do estádio. Como alternativa, foi usado o termo "Arena Palmeiras" - "Venha morar perto da Arena Palmeiras" - o que irritou alguns torcedores.
- A WTorre não autorizou. A resposta foi profissional, muito séria, mas tenho tido contestações da torcida porque ficam chateados de a gente estar chamado de Arena Palmeiras. Eles falaram que tem cláusulas contratuais que não preveem o uso da marca Allianz Parque - afirmou Romeu, antes de continuar.
- Pensamos em falar "ganhe dois anos de cadeira cativa", mas também não podemos falar em cadeira cativa. Não entramos no mérito da questão entre Palmeiras e WTorre, a gente sabe disso pela imprensa, que eles têm suas diferenças. Mas respeitamos a observação da WTorre, não usamos o nome Allianz Parque para não gerar problemas.
O contrato da TV Palmeiras com a FAM (Faculdade das Américas) também se tornou um empecilho para a Tecnisa. Romeu revela que a construtora queria comprar a vinheta de abertura dos vídeos do clube, porém o contrato com a FAM exige exclusividade.
- Nós queríamos comprar a vinheta, mas de fato não pudemos porque a fam tinha um contrato. Compramos um "merchan" dentro de um programetes que a TV Palmeiras vai fazer. Serão quatro programetes com jogadores fazendo alusão ao bairro.
Outro ponto da parceria que poderia ser problemático são os dois anos de sociedade ao Avanti, que a construtora promete ao torcedor. No final do ano que vem o Palmeiras passará por um período de eleições e, um candidato que não siga as estratégias e ideias de Paulo Nobre, poderia complicar a relação. Romeu, porém, não crê em problemas relacionados à política do Palmeiras:
- Até entrar um presidente novo, mudar tudo. Ele não vai mudar um programa de sucesso que é o Avanti. É um programa vencedor. Aliado a isso temos um contrato com o Palmeiras. Imagino que o presidente não vai querer rasgar o contrato, até porque ele vai brigar com o torcedor que é fanático. E se isso acontecer, a Tecnisa vai lá e banca a cadeira. Mas acho que não vai acontecer.
Apesar do investimento, Romeu esclarece que não se considera mais um patrocinador do time, apenas um "anunciante digital". O valor do contrato não foi revelado.
- Não posso citar valores, são muito bons, mas nada comparados ao patrocínio de camiseta. É um valor bastante significativo do ponto de vista de mídia.
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