Corrida e futebol: santistas unem paixões e preparam evento especial para os 112 anos do clube

Quem diria que uma conversa de bar resultaria em um grupo de mais de 250 pessoas, todas unidas por duas paixões: Santos e corrida. O fanatismo pelo clube, atrelado ao amor pelo esporte de rua, levou Francisco Mairton Freire a criar, junto com mais três amigos, o movimento Santista Corredores.

A ideia nasceu em 2015, em frente à Vila Belmiro e, hoje, enche os fundadores de orgulho.

"Começamos em quatro, lá na Vila, em um bar, com uma conversa informal. Nós já corríamos e aí surgiu a ideia de montar um grupo só de corredores que amam o Santos. A partir daí fomos para provas, criamos a camiseta, que chamamos de manto", disse Francisco à Gazeta Esportiva.

"As camisetas foram uma das chaves para trazer mais corredores. Chamou a atenção de santistas que já corriam. A partir daí, criamos as redes sociais e foi explodindo, Hoje estamos com 250 atletas, que são filtrados para manter a qualidade e organização", completou.

Santistas Corredores conta com 56 mulheres (Foto: Divulgação)

Ciente desse cenário, o presidente Marcelo Teixeira conversou com o arquiteto e manifestou o seu apoio ao movimento. Não á toa, estão planejadas algumas ações no futuro.

"Nas gestões anteriores, não tínhamos apoio. Mas isso não nos afetou. A gestão do Marcelo enxergou isso. Os outros candidatos das eleições me chamaram para fazer uma reunião. Eles queriam saber mais sobre o projeto. Todos me escutaram. O Marcelo, através da sua assessoria, nos deu total apoio. Ele enxergou a importância do movimento", citou Francisco.

"Amor ao Santos e paixão por corrida" 

Nem mesmo as recentes decepções dentro de campo abalaram o grupo de corredores. Pelo contrário. Os alvinegros até chegaram a ouvir algumas provocações após o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, mas usaram isso como motivação.

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"Tiveram algumas provas no final do ano passado, após o rebaixamento, e claro que existe a provocação de outros torcedores. Mas eu senti que o santista corredor abraçou a causa. Ele sentia mais orgulho de estar indo para a prova com a camisa do Santistas Corredores para mostrar que vamos voltar mais fortes", contou o arquiteto.

"O Santistas Corredores pareciam que estavam com mais garra. Parece que fortaleceu, por incrível que pareça. Na Maratona de São Paulo, muitos mostravam com orgulho a camiseta. A torcida está abraçando mais o time", ampliou.

Em dezembro de 2022, a entidade se preparava para correr a São Silvestre quando recebeu a notícia que Pelé havia falecido. Mesmo com o baque, os santistas foram às ruas para homenagear o Rei. Essa, aliás, é a corrida mais marcante de Francisco.

"Na São Silvestre, o Pelé tinha acabado de falecer. Essa prova foi muito marcante para nós pelo falecimento do Rei. Todos corremos com uma tarja preta no braço em homenagem ao Rei. Foi marcante", declarou.

Uma paixão exclusiva

Segundo contou Francisco, o movimento vem recendo diversos pedidos de inscrições. Mas, para participar, é preciso passar por um processo seletivo, onde o aspecto mais importante é ser santista.

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"Através do site, o santista corredor interessado entra, faz seu cadastro, e nós filtramos se o perfil dele se enquadra no nosso. As redes sociais puxam muito público. E os santistas vão um puxando o outro. São 18 regras para que seja algo bem organizado", disse o homem de 61 anos.

"Todos precisam se enquadrar nessas regras, se não acaba sendo excluído. Tem que ser santista, não tem como (risos). Tem esposa ou esposo que querem entrar com o companheiro, mas não são santistas e não podem", finalizou.

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