Topo

Mancini elogia Mantuan e Marllon, acena com retorno de Jô e explica cansaço no Corinthians

redacao@gazetaesportiva.com (Redação)

22/10/2020 01h14

Vagner Mancini apostou em Gustavo Mantuan e viu o jovem de 19 anos brilhar na vitória do Corinthians sobre o Vasco na noite desta quarta-feira. Após o jogo, o técnico não poupou elogios ao atleta.

"Eu já conhecia o Mantuan, porque quando enfrentei o Corinthians pelo Atlético-GO ele jogou e quase desarrumou o sistema defensivo. Eu, quando acertei com o Corinthians, fiquei muito atento a este jogador, ele hoje atuou como falso 9, porque é um atleta dotado de força e velocidade e ótima técnica, pode atuar em qualquer das duas extremas, como falso 9 ou meia também. Não tenho dúvida em afirmar que se trata de um jogador que pode e vai nos ajudar muito. Arrisco a dizer que o Corinthians tem uma joia nas mãos e se bem dirigido vai render frutos".

Outro que recebeu afagos do treinador foi Marllon. O zagueiro ganhou a posição de Bruno Méndez e, ao que tudo indica, deve ter sequência ao lado de Gil.

"Foi uma aposta daquilo que eu vi nos jogos. Acabamos vendo hoje uma grande partida do Marllon junto com o Gil, ele se comportou bem até com a entrada do Fábio Santos, sei da importância do Bruno Méndez para o elenco, mas o treinador sempre vai ter essa opção. Mas a minha escolha foi por aquilo que eu vi no dia a dia e acho que acertei porque hoje a dupla de zaga foi muito bem não só no jogo aéreo como no chão também".

Agora, o Timão se prepara para a estreia na Copa do Brasil, quarta-feira, contra o América. Depois, vai pegar o Internacional, pelo Brasileirão. Ambos os jogos estão marcados para a Neo Química Arena.

Apesar de ter gostado da movimentação sem um centroavante de ofício, Mancini deixou claro que pode mexer novamente na estrutura, principalmente porque não terá Mantuan nestes dois próximos desafios, e acenou com o retorno de Jô, que se recupera de uma contratura na panturrilha direita.

"A ideia é que a gente comece a manter a mesma equipe, óbvio que o Mantuan se apresenta à Seleção (Sub20), mas acho importante em alguns momentos eu faça as trocas, porque temos um elenco grande, sei que a equipe está sentindo os estímulos, isso acaba mostrando uma certa fragilidade, o atleta começa a cansar, mas possivelmente eu tenha a volta do Jô contra o América, vamos estudar".

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Vagner Mancini:

Recuperação pós-goleada

"Nós tivemos dois dias, pouco mais de 72 horas de um jogo que foi difícil de engolir até hoje, e a maneira que eu uso é olho no olho. Futebol tem de ter cobrança e elogios também. No caso de domingo foram muito mais cobranças, mas sempre olhando no olho, falando a verdade, além de corrigir, cria uma empatia muito grande e se compromete a melhorar. A gente fez questão na segunda-feira bater um papo um pouco mais longo, para que todo mundo entendesse o que aconteceu e rapidamente tirasse isso de todos nós".

Everaldo

"Realmente, o Everaldo foi decisivo em dois jogos no final do jogo, isso mostra que além do time não desistir, nós sabemos que a característica do jogador é jogar para frente, esse conceito que está sendo modificado, tem surtido resultado e quando a gente estiver melhor acostumado com ele, a equipe vai ganhar muito com isso".

Sem centroavante

"Eu acho que é uma situação que pode acontecer, é mais uma alternativa, não quer dizer que vai jogar sempre sem centroavante. Futebol é engraçado e amplo porque te dá oportunidade de mexidas, mudanças de sistema, características, se de repente o Vasco esperasse um centroavante, houve surpresa, Mantuan fez o falso 9, jogador muito inteligente, ele e Cazares incomodaram bastante no primeiro tempo, é uma alternativa que pode ser usada".

A cara do técnico

"Aos poucos a gente vai colocando nossa metodologia de treinamento, um pouco diferente do que os jogadores vinham fazendo e, talvez, por isso a equipe caia no segundo tempo, porque os estímulos são diferentes, o conceito de jogo é um conceito diferente, isso fazer com que os jogadores se adaptem e estou vendo o esforço deles nisso".

Cansaço

"Eu seria muito leviano se falasse de profissionais que passaram por aqui, até porque tenho amizade com os dois. O mais importante nesse momento é falar a verdade, estamos trocando os estímulos da equipe, agora teremos sete dias e vamos intensificar o estímulo, não quer dizer que a equipe esteja mal fisicamente, mas sim não acostumada a um estímulo de velocidade e isso faz com que o atleta sinta mais dentro de campo. Estamos passando por isso".

Jogo lá e cá

"O estímulo hoje é diferente, é de uma equipe que agride mais, que joga em velocidade, que procura ter a bola e ocupar os espaços que são deixados. Aconteceu em Curitiba e hoje, novamente. A equipe teve uma queda no segundo tempo e, quando faço as trocas, isso melhora novamente. Isso vai demorar um pouco mais ainda, hoje são 10 dias de trabalho, três jogos, muitas coisas estamos acertando na boca, mas é importante dizer que dentro de campo as coisas vão se ajustar, tenho convicção, os atletas estão comprando a ideia, mas é natural que a equipe vá subindo de produção".

Adversários mais fracos

"Nós jogamos dois jogos fora de casa, vencemos dois em jogos difíceis e tivemos a derrota diante do Flamengo. O que eu quero acreditar é que foi um acidente de percurso. Não tirando a qualidade do Flamengo, mas é da falta de competitividade que aconteceu no jogo. Agora temos uma sequência com o Inter, antes temos o América, é importante saber em que situação estamos, com a sequência eu vou poder analisar melhor se foi um acidente de percurso ou se temos de melhorar ainda, não só no sistema tático, e temos".

Esquema tático

"Realmente nós adotamos esse sistema, uma linha de três à frente do Xavier com dois atacantes por dentro. Surtiu efeito no primeiro tempo, mas quando a equipe se encolhia ela baixava para um 4-4-2. Era uma variação para dar mais liberdade a cinco jogadores chegarem à frente, mas quando recuava, tinha a necessidade formar as linhas de quatro. O sistema tático, óbvio que todo técnico tem aquele que mais gosta, mas é importante olhar o elenco, como somos mais fortes, como os atletas se sentem mais confortáveis".

Falta de finalização dos centroavantes

"Não podemos de maneira nenhuma jogar um peso excessivo em cima de Boselli e Jô, porque hoje tínhamos um meia, o Cazares fez um grande jogo, até que cansou no segundo tempo, mas ele tem uma visão interessante e a estratégia foi montada para botar um jogador de velocidade, e numa dessas infiltrações ele (Mantuan) acabou fazendo o gol, e no outro lance eu acho que foi pênalti. O atleta entendeu a movimentação e a equipe subiu de produção".