Reforma de São Januário: Vasco, prefeitura e vereadores têm reunião técnica

O presidente do Vasco, Pedrinho, teve uma reunião técnica sobre São Januário com vereadores e representantes da prefeitura, na tarde desta terça-feira (28), na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. No dia anterior, o clube obteve um parecer positivo conjunto de 17 comissões ao projeto do estádio.

O que aconteceu

O objetivo do encontro foi o de alinhar ajustes e possíveis emendas. Técnicos da prefeitura e o arquiteto Sérgio Dias, responsável pelo projeto, prestaram esclarecimentos e tiraram dúvidas demandadas pelos parlamentares.

Vereadores querem realizar a primeira das duas votações na Câmara antes do recesso, que ocorre em junho. Anteriormente, ocorrerá uma audiência pública no bairro da Barra da Tijuca (maior receptora do potencial construtivo) nesta quarta-feira (29) e uma outra em São Januário, ainda sem data marcada.

Pelo lado da prefeitura estavam presentes na reunião: o secretário municipal de Coordenação Governamental, Jorge Arraes, e o subsecretário executivo de Planejamento Urbano, Thiago Dias.

Entre os vereadores estavam: Alexandre Isquierdo (União), Zico (PSD), Paulo Pinheiro (PSOL), Pedro Duarte (Novo), Welington Dias (PDT), Alexandre Beça (PSD), Pablo Mello (Republicanos) e Teresa Bergher (PSDB).

Para nós é muito impactante, depois de tantos anos, poder fazer uma revitalização num estádio histórico para a cidade do Rio de Janeiro. Também, por uma questão de público, sabemos que a torcida do Vasco é uma torcida gigantesca, muito engajada, e ali o estádio, hoje, não comporta. Ele dobraria o número de público e sabemos também do impacto social. Isso tem um significado muito importante para mim, porque sabemos como isso mexe com a estrutura de moradores das comunidades mais próximas, dando mais humanidade. É um impacto não só para o torcedor vascaíno, mas também para a cidade
Pedrinho

Os questionamentos dos vereadores

Teresa Bergher questionou o fato de não ter, no projeto, uma delimitação exata do perímetro do entorno de São Januário que terá que receber melhorias. Os representantes da Prefeitura do Rio se comprometeram a incluir anexos no projeto.

Pedro Duarte demonstrou preocupação em se criar um mecanismo melhor de fluxo de caixa, no sentido de que o Vasco faça a venda do potencial construtivo com menos travas burocráticas. Os representantes da prefeitura acenaram com a possibilidade de um seguro garantia ampliado, mas isso ainda será avaliado porque oneraria a operação.

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Segundo estimativas, a operação do potencial construtivo pode levantar cerca de R$ 400 milhões, enquanto o orçamento inicial para a reforma é de R$ 506 milhões. Vereadores, Vasco e prefeitura ficaram de estudar formas de valorizar esse mecanismo para cobrir todo o custo da reforma. O Cruzmaltino também tem engatilhada venda de naming rights do estádio com a empresa de créditos "Crefisa'".

Outro ponto ainda não definido no projeto é a necessidade de intervenções viárias no entorno para melhorar o acesso ao estádio. Segundo a prefeitura, esse estudo será feito em um segundo momento.

O que é Potencial Construtivo?

A legislação urbanística da cidade determina limites para edificações nas diferentes regiões — ou seja, quanto poderá ser construído em um terreno em cada bairro. No caso de um estádio de futebol, nem todo esse limite é utilizado — já que não há construção no gramado, por exemplo.

Em São Januário, um total de 197 mil metros quadrados de construção autorizada pela legislação não serão utilizados. O projeto permite que essa área seja negociada para ser aplicada em outras regiões, onde a área máxima construída seria menor pela legislação local.

O índice de aproveitamento desse potencial varia de acordo com a área. Na transferência para a região da Avenida Brasil, por exemplo, cada metro quadrado transferido de São Januário vai gerar um aproveitamento de 1,73 metro quadrado. Ou seja, quem adquirir 100 metros quadrados de potencial poderá construir 173 metros quadrados em um terreno na Avenida Brasil.

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Já os trechos da Barra da Tijuca terão aproveitamento significativamente menor: cada metro quadrado transferido de São Januário poderá se transformar em áreas construídas que variam de 0,21 a 0,52 metro quadrado. Ou seja, 100 metros quadrados de São Januário virariam de 21 a 52 metros quadrados, dependendo do trecho.

O UOL apurou que três empresas estão dispostas a comprar o potencial construtivo de São Januário: uma famosa rede de hospitais, uma construtora e um fundo imobiliário.

Presidente do Vasco, Pedrinho pretende iniciar as obras em dezembro de 2024. O projeto de ampliação e modernização prevê um estádio para cerca de 47 mil pessoas.

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