São Paulo apresenta Zubeldía como novo técnico: 'Acertei em cinco minutos'

O técnico Luis Zubeldía foi apresentado na tarde desta segunda-feira (22) no CT da Barra Funda. O argentino explicou o porquê da primeira investida do São Paulo no início do ano não ter dado certo.

A primeira sensação é de felicidade. Sei a equipe que venho. Estou me preparando há 15 anos com meu grupo de trabalho e sinto que essa profissão nos demanda uma preparação constante. Como amo essa profissão e o futebol, tomei meu tempo de forma lógica para que nossos caminhos se cruzassem novamente e assim foi. São Paulo já tinha me contatado, e por uma questão pessoal, de estar me desligando do outro clube, precisava de um tempo também para me preparar para um novo desafio. Nos cruzamos de novo depois de um tempo e pude assumir esse desafio importante pela magnitude que tem o clube e por conhecer bem o elenco. Claro que no dia a dia vou poder ter um diagnóstico muito mais certeiro para poder preparar minha ideia de jogo. Conheço bastante porque nos enfrentamos um par de vezes em poucos anos e tenho visto bastante o Brasileirão por enfrentar muitas equipes brasileiras em copa internacionais. Estou contente. O tempo que pode levar a ideia que tenho, nunca se sabe. Espero que seja o mais rápido possível. O mais importante é que os jogadores entendam, fazer uma equipe que seja consistente apesar do calendário bastante apertado.

Versatilidade. "O mais importante que falei com a diretoria é que há jogadores de características diferentes e que permitem, dentro de uma ideia de jogo, que permitem preparar um jogo de diferentes maneiras dependendo de que maneira escale. Pode jogar com dois atacantes, com vários volantes, com zagueiros em linha de dois ou de três. Pode ser que isso nos faça ganhar tempo. Apesar do calendário comprometido que temos, creio que ter os jogadores que se adaptam a situações distintas acelera a adaptação. Não creio que o calendário seja um inconveniente, apesar dos poucos treinos. Desde o dia que assumi o compromisso, assumi trabalhar o tempo que tenho para trabalhar."

Princípios táticos. "Creio que há certos princípios táticos com bola e sem bola, ao menos para mim, que são adaptáveis a qualquer técnico, é como sentimos o futebol. Um dos pilares é a disciplina, a comunicação. Para chegar ao que queremos. E não é tão complexo. São conceitos de jogo que se podem adquirir rapidamente. Quanto mais tempo, melhor, claro, para saber qual jogador rende em distintos contextos."

Escolha pelo São Paulo. "Tive várias ofertas nesse tempo, de diferentes clubes e ligas, mas queria estar aqui. Prioridade foi me recuperar, ter energia para um novo desafio. Tinha certeza que novamente nos cruzaríamos. Enfrentei o São Paulo duas vezes na Copa Sul-Americana e foi muito complicado. Tive a sensação de que meu destino poderia estar aqui. Quando falei com o presidente, em cinco minutos fizemos o acordo de minha parte, foi uma conversa muito sincera, esclareci o que tinha acontecido em janeiro. Objetivo é chegar o mais alto possível. É um processo, saber suportar momentos ruins, mas o objetivo é levar o São Paulo ao ponto mais alto."

Confira outras respostas do técnico Luis Zubeldía

Relação com Muricy

"Muito bem (com Muricy). Com todos. Meu nível de compromisso com o clube que dirijo. Naquele momento, não estava disponível para um novo desafio, para trabalhar. É por respeito ao clube. Para mim, é muito importante que eu esteja bem, o grupo de trabalho esteja bem, para dar o melhor para quem me contrata e confia. Contato com todos foi ótimo, com respeito e entendendo a área de cada um, vamos nos dar muito bem."

Utilização da base

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"Estive vendo as idades do elenco, está bem equilibrado. É muito bom uma equipe bastante jovem. Antes da partida contra o Barcelona tenho três treinos. Cada treino vai me dar informações. Talvez para vocês não sejam tão relevantes, mas para mim são. Cada minuto vai me dando informações dos mais jovens, sei que há jovens muito bons. Em minha carreira utilizei muitos. Outros de mais nomes que não estão tendo minutos que não gostariam ter. Dependendo de como veja e o que necessita a equipe. Acho que a equipe está fazendo coisas boas e outras que pode melhorar e assim tentaremos fazer. Cada jogo vai me dando informações dependendo do nível dos jovens também."

Ideias táticas

"Há certos princípios de jogo com e sem bola que vamos respeitar desde o começo. Considero importantíssimos para ter uma equipe bem configurada. Quero transmitir o mais rápido possível Depois, há uma adaptação de minha parte, dia após dia, que tem mais a ver com um modelo de jogo para Brasileirão, Copa Libertadores que é diferente, Copa do Brasil... os jovens do elenco. E os jogadores versáteis. Somos uma equipe técnica prática e vamos nos adaptar rapidamente ao que a situação peça."

Reforços?

"Hoje não seria oportuno falar que faltam jogadores. Não conheço na totalidade. Conheço por partidas anteriores, mas vou terminar de conhecer no dia a dia. Creio que o elenco está muito bem conformada e a partir daí os jogadores têm que fazer sua parte para estar o melhor possível. A princípio, acho que está mais que bom o elenco e por isso assumi esse compromisso."

Dirigentes no vestiário

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"Eu gosto de trabalhar minha equipe. Cada um respeitando sua área, mas quando digo isso é que tem que haver comunicação com as diferentes áreas. Se tenho que falar algo de futebol, não tenho problema, sou um treinador seguro. Desde que tenha respeito, como não vamos ter diálogo e estar em contato? O segredo de um clube é que cada um respeite sua área. O respeito é importante, é a única coisa que peço e isso o presidente vai me pedir também."

Tempo de adaptação

"Sem bola é fácil, é importante ter claro as três alturas do campo e os movimentos para trabalhar o mais organizadamente possível, de maneira inteligente e aplicar energia no setor em que tenha que aplicar. Com bola, com o tempo, vamos aprendendo a fazer ataques não tão verticais, dar um pouco de pausa para que a equipe trabalhe um pouco mais compacto com uma sequência de passes. Isso vou aprendendo nas ligas diferentes e vou trabalhar. Argentina há dez anos atrás é uma coisa, outra é Colômbia, outra México, outra Equador. Tenho minha maneira de sentir, respeitar a fase com bola e saber manejar o tempo de bola e entender a janela. Se é agora, põe energia. Se não, ter paciência."

Adversário

"Respeito e carinho pelo Barcelona (EQU). Sempre me quiseram de volta. Agora estarei defendendo as cores do São Paulo, mas deve agradecer a um clube que me tratou tão bem."

James?

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"É importante ter todos os jogadores ao melhor nível. Cada jogador precisa de uma atenção especial da parte do grupo de trabalho. Mas todos os jogadores têm que pensar em função da equipe. A equipe está acima de qualquer nome. Os seres humanos não são iguais, cada jogadores tem que falar de uma maneira, entender onde tocar, e jogadores de outras. Temos culturas diferentes dentro do elenco. Temos que estar atentos. Mas todos os jogadores devem pensar em função da equipe."

Libertadores

"A obsessão de todas as equipes grandes (Libertadores). É como a Champions para as equipes da Europa. É muito importante. Lembro de quando saímos campeões da Sul-Americana e o primeiro que queriam era competir na Libertadores para chegar o mais longe e ver se podia ganhar. Foi a primeira coisa que me veio à cabeça. No meu caso, vamos trabalhar para poder conquistar. A Libertadores é muito dura, diferente do Brasileirão que também é duro, há que preparar cada partida de maneira particular. Contra o Barcelona, tem que ir concentrado. Cada partida vai te fazendo mais forte dentro da competição."

Referências

"Há vários treinadores que sigo, mas o mais importante ao final do dia é ser eu mesmo. Posso gostar de determinados estilos de futebol, mas gosto é de futebol bem realizado, nada forçado. Gosto de futebol bem combinado, mas se vejo um futebol de jogo largo e que o treinador faça bem, gosto. Venho evoluindo como treinador. O futebol vai mudando, regulamento também. Minha referência é ser todo dia um pouco melhor."

Como vê o São Paulo

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"Vejo São Paulo bem. É um clube gigante. Creio que possa estar melhor e vamos trabalhar para isso. São Paulo sempre foi muito respeitado a nível internacional. Quando íamos enfrentar, os jogadores e os torcedores rivais se motivavam. Isso nos obriga a trabalhar cada vez mais."

Percepção do futebol brasileiro

"A técnica (se destaca no futebol brasileiro). E creio que o profissionalismo é muito maior que pensamos. Falo com muitos treinadores do Brasil e todos elogiam o profissionalismo e estrutura nos clubes. Então, essa parte é boa, muito boa para que o jogador siga evoluindo. Como treinador, gosto da técnica porque me ajuda a aplicar minha ideia."

Lesões

"As lesões? Por isso que disse que é importante ter a maioria do elenco em seu melhor momento. Calendário apertado, muitas viagens. Entendemos que as lesões vão acontecer, esperamos que seja o menos possível. Para isso, temos um elenco numeroso. Quem não estava tendo minutos, em um bom treinamento, pode ter oportunidade. Na LDU, sempre tive algo de que quem não está jogando tem que estar bem treinador porque se entrar um minuto pode ser a glória do clube."

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