'Pouca mídia' e diploma: cotado a melhor do mundo, volante tem vida curiosa

Rodri Hernández, 27, disputa sua quinta temporada como volante do Manchester City e é apontado como um dos maiores responsáveis pelo sucesso da equipe, que venceu as três últimas edições da Premier League e enfrenta hoje (9) o Real Madrid pelas quartas de final da Champions.

O sucesso do espanhol é tanto que ele já é cotado como um dos candidatos ao prêmio de melhor do mundo, mesmo estando em uma posição menos "prestigiada" nos troféus Bola de Ouro e The Best. Mas a vida de Rodri fora das quatro linhas também é marcada por decisões fora do comum, como sua distância da internet e a decisão por ir à faculdade mesmo depois de virar estrela.

Avesso a redes sociais e estudioso

Rodri não tem redes sociais ou tatuagens. Ele afirma que gosta de um estilo de vida "normal" e que isso o ajuda a jogar melhor. Nascido e criado em Madri, ele conta que costumava jogar futebol desde pequeno, especialmente com o irmão, dois anos mais velho, nos jardins do bairro em que morava.

Eu sou um garoto normal, nada mais que isso. É importante pra mim, no mundo em que a gente vive, manter os pés no chão. Eu sempre fui muito normal, é meu jeito de ser e a forma que quero levar a vida."
explicou ele ao espanhol Marca.

Quando criança, ele chegou a praticar outros esportes, com o incentivo do pai. "Meu pai sempre gostou de futebol. Desde o início ele estimulava o amor pelo esporte em nós. Nós somos uma família muito esportiva, não só com futebol, já praticamos ciclismo, tênis, padel, mas no fim futebol foi o que nós mais gostamos", contou ele à CityTV.

Mas, apesar da dedicação ao futebol, Rodri manteve a educação em primeiro plano. "Eu lembro que minha vida entre os 10 e os 17 anos era passar o dia inteiro fora de casa. Eu saía da escola umas 16h30, ia para o treino e chegava em casa 21h. Enquanto todo mundo assistia TV, eu fazia lição de casa, mas eu não me importava com isso, porque tinha um sonho."

O volante explica que quando terminou o ensino médio - como jogador sub-18 do Villarreal - ainda não sabia seu futuro no esporte, por isso decidiu cursar administração. Mesmo depois de vingar como jogador, sendo vendido por 70 milhões de euros ao City em 2019, ele seguiu com os estudos.

Obviamente hoje não é uma necessidade ou uma prioridade, mas eu quero concluir (a faculdade) como uma forma de desafio pessoal. Eu quero terminar a faculdade conciliando com a minha carreira futebolística e dar um exemplo para crianças que acreditam que elas só podem virar jogadores de um jeito, porque é possível se dedicar a outras coisas."
declarou ele em 2020, à CityTV, quando caminhava para o fim do curso

Antes de ir à Inglaterra, Rodri morou em um alojamento estudantil, definindo o período como "os melhores anos de sua vida". Apesar de conciliar a carreira e os estudos, o atleta diz entender o porquê é difícil ver outros jogadores seguindo esse exemplo.

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Ele costumava voltar à Espanha apenas para fazer as provas - e conseguiu manter o curso 100% à distância só durante a pandemia.

Foram os melhores anos da minha vida. É algo importante, que te ajuda a crescer como pessoa e entender um pouco mais a importância das coisas que acontecem. Eu conheci muita gente e fiz muitos amigos que tenho até hoje. (...) Eu não pude viver como um estudante normal, mas foi o suficiente para eu ver como a vida na universidade é linda e me ajudou muito."
explicou ele também à CityTV

Quem é Rodri no futebol

Seu primeiro clube foi o Villanueva de la Canada, sediado em uma cidade de pouco mais de 23.000 habitantes, próxima à Madrid.

Rodri chegou ao Atlético de Madri aos 13 anos, momento em que começou a chamar atenção.

Já parecia que ele iria se tornar um profissional, ou pelo menos eu enxergava isso. Ele tinha algo que não era comum: a visão (de jogo), o jeito que ele controlava a bola aos 13 anos. Era uma parte fundamental do time, era um prazer assisti-lo."
Técnico Mauricio Elena, que treinou o atleta no sub-14 do Atleti, à ESPN

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Apesar dos elogios feitos pelos técnicos, o Atlético de Madri decidiu dispensar Rodri, quando ele tinha 17 anos.

Foi quando o Villarreal entrou na história. Rodri estreou na LaLiga em 2016, aos 19 anos. Um ano depois, ele já era titular, já com seus 1,90 m de altura.

Em 2018, dois fatos marcaram a trajetória de sucesso do volante: ele estreou pela Seleção Espanhola, entrando por alguns minutos em uma partida contra a Alemanha, e voltou ao Atlético de Madri.

Depois de disputar 47 partidas pelo time da capital espanhola, ele chamou atenção do City, que decidiu contratá-lo.

À época, ele se tornou o jogador mais caro no elenco do clube inglês, então comandado por Guardiola — um fato inusitado considerando sua posição.

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