Especialistas elogiam MorumBIS: 'Golaço de placa do São Paulo e da marca'

O acordo entre o São Paulo e a Mondelez pelo naming rights do MorumBIS foi tratado como um "golaço de placa" por especialistas do mercado ouvidos pelo UOL. Os valores (R$ 25 milhões anuais) em um contrato curto, de apenas três anos, e a comercialização do 'naming' de um estádio tão tradicional arrancaram elogios.

Golaço de placa. "Naming de estádio é uma tendência agora porque envolve onde o clube joga, a força de criar ações e experiência, que se trata de usar a paixão e emoção para se conectar ao público. O naming antes era difícil de se alcançar e ficou mais acessível. Ficou um custo-benefício mais vantajoso. São Paulo é uma grande instituição, com uma baita história e em um ótimo local. Foi um golaço de placa do São Paulo e da marca", disse Renê Salviano, CEO da agência de marketing Heatmap, ao UOL.

Grande sacada. "Minha leitura é que quando você olha para os números é um baita negócio. Em números absolutos. Um contrato de três anos, o Morumbi já tem um nome tão consagrado, é muito difícil... Uma coisa é quando a marca nasce com o nome, como no Allianz. O Morumbi, não. Casou o nome e isso foi uma grande sacada, ajuda o torcedor a aceitar. Qual era a possibilidade do São Paulo fechar um naming para o Morumbi? Ah, são só três anos? Se você entregar o prometido, vira seis, nove, doze. Traz o cliente para dentro e a partir daí trabalha para ele ficar", afirmou Armenio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let's Goal.

Interesse em meio à recessão. "Neste momento em que o Morumbi fecha, me parece uma proposta interessante no sentido em que vivemos um momento de recessão. Isso diz respeito provavelmente ao prazo negociado. As marcas estão com um olhar diferente em relação ao tempo do investimento de ordem importante", opinou Eduardo Carlassara, CEO da Agência Develop e Doutor em Marketing Esportivo pela USP.

Boom das bets e política de prazo

Salviano ainda explicou ao UOL que a propriedade de 'naming rights' se tornou algo mais acessível nos últimos anos devido ao boom dos patrocínios nos uniformes após a entrada das empresas de apostas, as bets, no futebol.

O CEO da Heatmap também explicou que no contexto atual das empresas um contrato longo é mais complicado, como foi feito nos estádios de Palmeiras e Corinthians. Salviano conta que o Mineirão é outra arena que busca um acordo de naming rights.

Nos últimos anos, saiu a Caixa Econômica e vieram as bets e as propriedades triplicaram de valor, não só o máster, mas todo o uniforme. Isso abriu outras oportunidades. Acho que vão conversar para dar continuidade nisso depois dos três anos. Se souberam ativar, vai ser muito legal.

Muito difícil fazer um contrato longo de 10 anos porque hoje existe uma responsabilidade por parte da empresa com suas áreas de compliance e impossibilita ao CEO fazer acordos tão longos. Isso é muito normal, mas acho que precisa de uma possibilidade de fazer uma renovação. Como gestor, eu acho que é correto o período. É complicado assinar por tantos anos. Se eu tivesse no clube, eu deixaria uma forma para que isso seja renovado, para que as pessoas falem realmente MorumBIS.

Continua após a publicidade

Carlassara chamou atenção para os desafios do contrato curto para o São Paulo e levantou a hipótese da marca 'testar' o estádio e sua modernização antes de fechar um vínculo mais longo.

São Paulo tem três anos para justificar o investimento. Isso pode ser interessante para essa relação. Não dá para cravar, mas será que 3 anos serão suficientes para ter os efeitos que o Allianz tem, por exemplo? Que a Neo Química tem? A marca pode querer sentir como vai ser esse movimento de certa modernização do estádio antes de fechar um contrato mais longo.

Canal do São Paulo

Quer saber tudo o que rola com o São Paulo sem precisar se mexer? Conheça e siga o novo canal do UOL dedicado ao time no WhatsApp.

Deixe seu comentário

Só para assinantes