Copa 2023: Pia vê seleção 'sem coragem' e deixa futuro de Marta em aberto

A técnica Pia Sundhage, da seleção brasileira, apontou "estresse" e "falta de coragem" como fatores que atrapalharam o Brasil no empate com a Jamaica, que culminou na eliminação verde-amarela na Copa do Mundo feminina.

A comandante da seleção falou ainda sobre a sequência de Marta pela amarelinha. A camisa 10 disputou seu último Mundial.

O Brasil em campo: "Quando não conseguimos derrubar a defesa delas, ficamos mais estressadas e [o jogo] acaba ficando mais lento. Ficamos, talvez, com menos coragem".

Erros da seleção: "Nós falhamos em duas coisas: a velocidade de jogo e não usar toda a largura do campo. A forma como tentamos contornar isso e chegar ao gol não funcionou".

Futuros de Marta e Pia: "Acho que ela vai continuar a jogar, porque ama o jogo, mas se ela irá continuar sendo convidada e seguir na seleção, não sei. Quanto a mim, tenho contrato até 30 de agosto [de 2024].

Confira, na íntegra, a coletiva de Pia Sundhage

Demora nas alterações

"Essa é sempre uma pergunta que a gente se faz quando vê que não funcionou. Tem a ver com o 'timing', e algumas situações na segunda etapa poderiam ser melhores. Quando vemos o resultados, sabemos que pode ter sido um pouco tarde".

Culpa da treinadora?

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"Muito sentimentos, claro. No vestiários, vemos jogadoras e treinadoras tristes, e no final o resultado é culpa do treinador. Tenho que pensar se poderia ter feito diferente. Tivemos uma boa preparação, trabalhamos muito e muito duro, mas no final das contas a defesa da Jamaica conseguiu deixar no 0 a 0. Não é uma distância muito longa entre o fracasso e o sucesso".

Marta volta?

"Ela tem tanta experiência, e também está muito treinada. Talvez a equipe consiga, junto com ela, encontrar o espaço. É preciso de muita velocidade. Infelizmente, ela sofreu algumas lesões, então ela não jogaria contra Inglaterra, Alemanha. Agora, daqui para frente, enquanto eu estiver à frente [da seleção], vamos trabalhar para encontrar novas jogadoras. Vai ficar cada vez mais difícil para a Marta continuar na seleção".

Tomadas de decisão

"Dentro de campo, as jogadoras sempre tomam as decisões. Com Marta e Debinha, ao invés de ter cruzamentos, teria sido melhor ter retornos, e algumas do meio-campo deveriam ter entrado mais. O plano do jogo era esse. O outro plano era as bolas longas, especialmente mais tarde, para tentar se aproximar do gol. Infelizmente tivemos bolas diagonais que não alcançamos e não foram rápidas o suficiente".

Melhora do futebol feminino

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"Todo mundo está mais bem organizado, a parte física também. A velocidade de jogo daqui para frente será muito importante. Nesse período de quatro anos, acho que a melhor equipe vai se concentrar em não ceder tanto a bola. No geral estou muito impressionada com a organização e defesa de todas as equipes".

Número de seleções

"Fiquei feliz com o que aconteceu esse ano, muitos times novos. Com certeza foi um momento ótimo para aumentar o número de seleções".

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