Corinthians: 'Quem proibiu Yuri de ser centroavante?', diz Luxa após empate

O técnico Vanderlei Luxemburgo, do Corinthians, abordou a atuação de Yuri Alberto no empate sem gols diante do Argentinos Juniors em jogo da Libertadores — o atacante marcou só um gol nas últimas 15 partidas.

Posicionamento do camisa 9. "Quem proibiu o Yuri de ser centroavante? Ninguém proibiu. Eu estou chegando em um clube mudando a parte tática, eu não consigo fazer tudo ao mesmo tempo porque não tenho tempo para treinar. Eu treinei cinco minutos de bola parada, não mais do que isso. [...] Eu estou procurando facilitar a vida dele, coloquei o Guedes mais próximo para eles jogarem. Mas a bola tem que chegar. Devagarinho a gente vai encaixando as coisas.

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Raio-x do jogo. "Nós avançamos: não tomamos gols. Eu analiso futebol de uma maneira que não é questão de ver só o seu time. Eles não deixam jogar. Foram 90 minutos intensos diminuindo espaço, marcando em cima, pegando a segunda bola... a gente sabia de tudo isso, mas faltou alguém dando uma mastigada na bola, para sofrer uma falta... na hora que fizemos, chegamos. Avançamos. O campo aqui é curto e largo, é muito difícil marcar a lateral do campo, eles chegam muito rápido na marcação e envolvem bem a bola porque estão acostumados. Foi um jogo difícil, identificamos bem o time deles. Futebol é complicado: achamos um time contra o Flamengo, aí o Paulinho machuca. Aí tem que trocar e perdemos a consistência, até você arrumar tudo... houve um avanço bom da equipe. Antes do jogo, estávamos 'fora'. Com o resultado do Liverpool e aqui, só dependemos de nós. Isso é muito bom.

Corinthians recuado. "Para eu fazer marcação adiantada, tenho que estar muito bem entrosado, senão vou dançar. Eu não consigo fazer o treinamento para que isso possa acontecer. Quando me proponho a marcar atrás, é porque o campo aumentou 16 metros, mas ninguém percebe: é a dimensão da área que o goleiro sai com a bola. Então, se você não treinar, não consegue encaixar essa marcação. No primeiro jogo meu, contra o Del Valle, adiantei a marcação e eles saíram jogando todas as horas, envolveram a gente e eu não conseguia marcar. Dali para frente, deixei o time da intermediária para trás. Na hora que eu ajeitar isso, vou fazer a marcação perde-pressiona."

Problemas? "Eu vi coisas boas, e vocês [jornalistas] só veem problemas. Queria saber se você viu alguma coisa boa no time. A gente tá acostumado com isso, é igual vara de marmelo: enverga, mas não quebra. Vocês dão uma pancadinha aqui, outra dali, a gente vai ajeitando e daqui a pouco a equipe ajeita, faz parte."

Paulinho machucado. "Ele estava fora do time e até do nosso esquema, de repente arranjei uma posição para ele e ele ficou importante. Sobre ele ter saído: o Roni é um jogador da posição, mas é jovem e quer correr atrás da bola. O Paulinho se posiciona onde a bola vai passar. O Roni começou a dar bote, aí no intervalo eu corrigi e ele começou a esperar mais a bola. O que faltou? Roubamos bolas demais, mas faltou a gente acertar o primeiro e o segundo passe, aí pegaríamos a defesa deles escancarada, como pegamos uma ou duas vezes. Faltou mais isso. O Paulinho fez falta porque ele é grande, ocupa espaço e tem bom passe."

Faltou atacar com um a mais? "Jogamos uns 15 minutos com um a mais, não foi muito. Eu coloquei três zagueiros com o Bruno Méndez para dentro, ponho Romero e Fábio Santos como alas. Mas era pouco tempo para dar certo, então tive que trabalhar com o que pude."

Carlos Miguel. "O Cássio tem história dentro do clube, é um excelente goleiro e tem idade para poder caminhar, mas o importante é que o Corinthians já achou um substituto, é só ele ter paciência, não querer sair do Corinthians e esperar o tempo dele que vai chegar. O Corinthians está se preparando para despedida do Cássio já com um goleiro preparado e jovem, que vai ter uma longevidade grande."