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Advogado de Cuca aguarda acesso ao processo e rebate reportagem da Globo

Henrique Etges, Fernando Castoldi, Eduardo Hamester e Cuca cerca de um mês após escândalo sexual em Berna, na Suíça, em 1987 - Reprodução/Revista PLACAR
Henrique Etges, Fernando Castoldi, Eduardo Hamester e Cuca cerca de um mês após escândalo sexual em Berna, na Suíça, em 1987 Imagem: Reprodução/Revista PLACAR

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

05/05/2023 10h24

Daniel Bialski, advogado que representa Cuca no caso de ato sexual com menor em Berna, em 1987, aguarda uma autorização da Justiça da Suíça para ter acesso ao processo. Ele detalhou os próximos passos da defesa do técnico em uma entrevista ao jornalista Fábio Sormani no podcast 'Deu Zebra Cast'.

O que ele disse

À espera por uma autorização da Justiça suíça para ter acesso ao processo. "O advogado da Suíça localizou o processo, mas lá eles são um pouco mais rigorosos com isso. Fizemos um requerimento especial, foi deferido, mas a gente ainda não teve acesso ao processo. Estamos esperando a Justiça da Suíça autorizar".

De acordo com o advogado, Cuca sequer teve contato com a menina. "A partir daí [autorização da Justiça], vamos pegar um tradutor juramentado para seguimos com a defesa e mostrar que o Cuca, como ele tanto disse, que não teve nem contato físico com a menina e reafirmar os acontecimentos que foram distorcidos de forma inexplicável por alguns jornalistas".

Sêmen de Cuca encontrado no corpo da vítima. "Isso é o que eu mais anseio em ver. Se tem algo disso no processo, se existe este exame, se faz alguma referência a ele, e a gente expressamente pediu para tomar conhecimento disso... Fui pesquisar a respeito deste exame, de 1987, e era experimental. Não é que nem hoje. A tecnologia estava engatinhando".

Reportagem não condiz com a realidade. "Duvido que ele [repórter] e esta moça [do cartório] tenham tido acesso ao processo diante do rigorismo da lei suíça que impõe um segredo por tantos anos. Como ela era menor de idade, era um segredo absoluto. Me parece que aquilo que foi mostrado na reportagem não condiz com a realidade".

Quando terão acesso ao processo? "Acho que chega no início da semana que vem. O juiz ainda não determinou o que a gente vai ter acesso. A lei suíça é extremamente rigorosa quanto a isso, não vamos traduzir tudo, vamos pegar as partes principais da acusação para verificar tudo o que aconteceu (...) Cuca é o maior interessado em fazer tudo isso, ele e a família, então esperamos que seja o quanto antes".

Processos contra jornalistas. "Estou ávido para ver isso [sobre a acusação de que havia sêmen de Cuca na vítima] para poder instruir os processos que vamos entrar contra os jornalistas que difamaram e desvirtuaram a verdade. Quem afirmou que tinha isso, e a partir do momento que não tem essa prova, vou entrar com processo criminal, indenizatório, porque o jornalismo, além de tudo, tem de ser responsável e estas pessoas têm de arcar com as consequências".

Justiça confirmou sêmen de Cuca no corpo da vítima, diz reportagem

Uma reportagem apresentada no Jornal Nacional diz que a diretora dos Arquivos do Estado do Cantão de Berna, Barbara Studer, leu o processo na íntegra e aceitou passar informações da página 915 do documento.

Ela confirmou que fazem parte do processo informações publicadas em jornais suíços que cobriram o caso na época, como a presença do sêmen de Cuca no corpo da vítima, além da tentativa de suicídio por parte da adolescente e o fato de ela tê-lo reconhecido.

A informação foi negada por Cuca durante a apresentação como técnico do Corinthians. O técnico pediu para deixar o comando após ameaças à família e pressão da torcida por causa da acusação.