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Quem é Marcos Paulo, jogador do São Paulo que teve atrito com Rogério Ceni

Luiza Sá

Do UOL, no Rio de Janeiro

16/03/2023 15h37

A relação entre Marcos Paulo e Rogério Ceni chegou ao auge do desgaste após a bronca do treinador no CT do São Paulo. Visto como uma das grandes joias do Fluminense em Xerém, o jogador também teve problemas quando deixou o clube e nunca conseguiu jogar no Atlético de Madri.

Marcos Paulo chegou ao Flu aos 10 anos e fez parte da "Geração de Ouro" ainda pelo Sub-17, em 2018.

O atacante era tido internamente como possível maior venda da história do clube. Ele é da mesma geração de João Pedro, Calegari, André, Martinelli e Luiz Henrique.

Com problemas na renovação, Marcos Paulo deixou o clube de graça para acertar com o Atlético de Madrid, mas nunca jogou lá.

Na Espanha, o técnico Diego Simeone afirmou logo na primeira semana que o atacante não tinha intensidade o suficiente para ficar no clube. Ele foi emprestado a Famalicão e Mirandés depois.

Polêmicas no Fluminense

O Moleque de Xerém acabou deixando o Fluminense sem custos ao final do contrato em junho de 2021.

Depois de assinar o primeiro contrato profissional em julho de 2018, Marcos Paulo chegou a renovar até 2021 e ganhou um reajuste salarial.

Também em 2018, porém, o jogador esperava ser vendido, como acabou acontecendo com João Pedro ao Watford. O Flu segurou pois entendia que, mesmo com propostas, os valores poderiam ser maiores.

Mesmo em 2019, quando o Fluminense já poderia assinar um contrato mais longo depois de completar 18 anos, a diretoria da época não procurou Marcos Paulo. A primeira proposta de renovação foi em junho de 2020, desta vez com Mário Bittencourt, mas as conversas não tiveram sucesso.

O Flu ainda tentou renovar por três vezes, mas não conseguiu. Na última, as conversas avançaram em dezembro de 2020, mas o estafe decidiu esperar propostas.

No fim, ele definiu por sair de graça para o Atlético de Madrid, inclusive ficando fora do time na reta final do Brasileirão 2021, quando Marcão estava no comando. A forma como ele saiu gerou grande desgaste interno na relação com o clube.

Explosão com Diniz e poucas chances após saída

Marcos Paulo estreou no profissional em janeiro de 2019 e se tornou um dos jogadores importantes para Fernando Diniz. Era tido como uma espécie de 12º jogador.

A demissão do treinador, porém, fez o ainda garoto oscilar entre titular e reserva no restante da temporada.

Mas em 2020 a história mudou. Apesar de ir bem no começo do ano, Marcos Paulo foi irregular. Com muitas trocas de posição, mais recuado, como centroavante, na ponta, o atacante não se adaptou. Mesmo assim, fez oito gols e deu sete assistências.

Com passaporte português, Marcos Paulo passou a defender a seleção do país por não ter chances na seleção brasileira. A cidadania ajudou na negociação para a Europa.

No Atlético de Madri, a decisão de que Marcos Paulo não seria aproveitado aconteceu ainda na primeira semana da pré-temporada. Diego Simeone entendia que o atacante não tinha intensidade o suficiente.

Rota de colisão com Ceni

Ceni já tinha cobrado Marcos Paulo em uma coletiva afirmando que faltava intensidade. Isso aconteceu depois da eliminação do clube para o Água Santa. "Treina tecnicamente muito bem, com uma intensidade um pouco abaixo", disse na época.

Marcos Paulo fez uma postagem nas redes sociais com a frase "hipocrisia e simpatia é uma junção venenosa". O jogador também curtiu comentários críticos ao treinador.

No treinamento de ontem (15), o treinador deu uma bronca no jogador com direito a mão no peito e dedo em riste. O momento teve clima de constrangimento.