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Filho mandou mensagem para tranquilizar a mãe após ônibus tombar em MG

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/01/2023 15h50

Um dos jogadores que estavam no ônibus do time de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mandou uma mensagem em áudio para a mãe logo após o acidente na BR-116. Juan Manoel, de 18 anos, entrou em contato com Damiana Januário, que estava em casa, para tranquilizar a família.

  • O jovem disse aos familiares que estava bem e internado em um hospital.
  • "Às 6 horas da manhã, ele já falando: 'mãe, não fica preocupada, mas eu tive um acidente'. Como assim você teve um acidente? Você não estava jogando? Você não falou que estava vindo embora? Para mim, o acidente dele não era de ônibus. Eu nem imaginava que era de ônibus que ele teve um acidente, para mim ele estava jogando", disse Damiana ao RJTV.
  • "Foi o ônibus, entendeu? Virou. Foram várias voltas. Eu falei: 'e aí, como está o pessoal?' Ele falou: 'mãe, eu não sei se morreu gente e onde está a pessoa que estava nos treinando'", disse a mãe de Juan.
  • O acidente aconteceu na madrugada desta segunda-feira (30), deixando 29 pessoas feridas e outras quatro mortas.
  • O ônibus levava jogadores do Vila Maria Helena Futebol Clube, time amador, de Ubaporanga (MG) para Duque de Caxias (RJ), de onde era a equipe.

"Ele se locomoveu, se moveu, para conseguir ir para esse campeonato lá. Ele é um moleque batalhador, sonhador, e agora de repente foram para lá, foram campeões, isso aqui é a boa notícia, que eles foram campeões, voltando com uma alegria e, de repente, traz essa tristeza para nós, os pais", disse Fabrício Moura, padrasto do Juan.

Os nomes das vítimas ainda não foram divulgados. Três adolescentes e um adulto morreram.

ônibus - Reprodução/Record TV/O Vigilante Online  - Reprodução/Record TV/O Vigilante Online
Resgate de vítimas acontece com veículo ainda tombado
Imagem: Reprodução/Record TV/O Vigilante Online

Vaquinha para viajar

A família de Juan contou que os jogadores e os parentes fizeram uma vaquinha para bancar a viagem até Minas Gerais.

"Ele falou: 'mãe, eu quero viajar para jogar'. Eu falei: 'eu não tenho condições'. Ele pegou, pediu no Facebook, WhatsApp. Muita gente ajudou para que ele pudesse ir. Sobrou dinheiro para poder lanchar, fazer alguma coisa. Eu falei: 'meu filho, vai com Deus, volta com Deus'. Ele falou: 'mãe, ganhamos'. Ele todo feliz", disse Damiana.

A equipe retornava após participar da "Copa Nacional de Base", torneio de categorias de base que aconteceu entre os dias 26 e 29 deste mês.

Apesar do alívio pelo filho não estar entre as vítimas, Damiana lamenta a situação.

"Eu estou triste, porque meu filho está lá e eu não sei o que tá acontecendo, entendeu? Ele falou: 'mãe, eu estou bem. Eu tomei ponto. Tem uns amigos meus que não sei para onde está, os que estão aqui perto, o pai do menino ia lá para poder buscar'. Só que ninguém tomou alta, ninguém teve alta, então provavelmente ele também está lá. Tem muita gente machucada, ele falou que o treinador dele não sabe para onde está. E a gente está aqui, esperando notícia", afirmou Damiana.

Os bombeiros foram chamados às 2h51 da madrugada desta segunda, depois que o ônibus caiu da ponte sobre o Rio Angu e ficou de cabeça para baixo.