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Pelé, Ronaldo, Kaká... Seleções campeãs mundiais sempre tiveram novatos

Ronaldo ainda bem jovem, com 17 anos na Copa de 1994 - Zeca Guimarães/Folha Imagem
Ronaldo ainda bem jovem, com 17 anos na Copa de 1994 Imagem: Zeca Guimarães/Folha Imagem

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

08/11/2022 04h00

Classificação e Jogos

A seleção brasileira comandada por Tite terá de quebrar um tabu para conquistar o hexa na Copa do Mundo no Qatar. Nenhum entre os 26 jogadores convocados para o torneio que começa daqui duas semanas tem 20 anos ou menos, diferentemente dos times vencedores em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Em todas as conquistas anteriores o Brasil contava com seus novatos, em alguns casos como protagonista, como foi com Pelé, ou apenas compondo o elenco, como fizeram Ronaldo e Kaká.

Entre os convocados por Tite para o Qatar, os mais jovens são os atacantes Gabriel Martinelli, do Arsenal, e Rodrygo, do Real Madrid, ambos com 21 anos. O terceiro mais novo também joga no ataque: Antony, do Manchester United, que tem 22 anos.

Algumas das jovens promessas do futebol nacional não participaram deste ciclo de Copa do Mundo e nem sequer foram cogitadas pela comissão técnica da seleção brasileira como opções para integrar o elenco que estará no Qatar, caso de Endrick, do Palmeiras, Vitor Roque, do Athletico-PR, Lázaro, do Almería (ESP), e outros mais.

Ronaldo Fenômeno, atualmente dirigente do Cruzeiro, disse que Tite poderia ter dado uma chance a Endrick. "Se fosse para levar um, para fazer parte ali, com poucas opções de atuar realmente, eu levaria o Endrick. Acho que é um menino com um futuro promissor demais, que já está atuando no profissional. Para ele seria uma experiência sensacional. Para o futuro da seleção brasileira", disse, durante live na RonaldoTV.

Endrick está com 16 anos e já vem atuando no time profissional do Palmeiras. Ronaldo, inclusive, lembrou de outro caso emblemático: Neymar. Na Copa de 2010, o jogador vinha se destacando no Santos, mas o técnico Dunga optou por não chamá-lo para o Mundial na África do Sul.

1958 - Pelé

Pelé tinha somente 17 anos quando assombrou o mundo com as atuações na Copa realizada na Suécia. Vestindo a camisa 10 da seleção brasileira, ele fez gols nas partidas decisivas do Brasil, diante do País de Gales, da França e da anfitriã Suécia.

1962 - Coutinho

Companheiro de Pelé no Santos, Coutinho tinha apenas 19 anos e seria titular do Brasil na Copa do Mundo de 1962. No entanto, uma lesão fez com que ele perdesse o lugar no time para Vavá, um dos remanescentes do grupo de 1958. Coutinho fez parte do elenco que venceu a disputa no Chile, mas não entrou em campo nenhuma vez.

1970 - Clodoaldo

Clodoaldo é mais um craque revelado pelo Santos que ajudou o Brasil a ganhar uma Copa do Mundo. Mesmo com apenas 20 anos, ele foi titular nas seis partidas que a seleção brasileira disputou para conquistar o Tri no México. O camisa 5 anotou um gol muito importante, diante do Uruguai, na semifinal. Brasil perdia por 1 a 0 quando Clodoaldo empatou a partida. Jairizinho e Rivellino fizeram os outros gols da virada brasileira.

1994 - Ronaldo

Em 1993 o futebol mundial viu surgir um fenômeno com a camisa do Cruzeiro. Ainda chamado de Ronaldinho, o jovem atacante aterrorizava as defesas adversárias e fez tanta coisa em um ano que ficou impossível de não ser convocado por Carlos Alberto Parreira para a Copa do Mundo de 1994. Mas no garoto de apenas 17 anos não teve chance de atuar. Apesar dos pedidos de Romário, para que o ataque fosse formado por ele, Bebeto e Ronaldo.

2002 - Kaká

O início de carreira arrasador no São Paulo e um amistoso do Brasil diante da Islândia, nas vésperas da Copa do Mundo, fizeram Kaká ser chamado por Luiz Felipe Scolari para a primeira Copa do Mundo disputada em dois países diferentes. O meia do Tricolor foi para o Japão e Coreia do Sul para pegar experiência, já visando às Copas seguintes. Kaká, com 20 anos na época, jogou apenas alguns minutos na vitória por 5 a 2 sobre a Costa Rica, na última rodada da fase de grupos. Ele entrou no lugar de Rivaldo, aos 27 minutos do segundo tempo.