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Brasil enfrenta Gana com "super ataque" e Militão; o que isso quer dizer?

Neymar tenta passe para Richarlison no treino da seleção na França - Lucas Figueiredo/CBF
Neymar tenta passe para Richarlison no treino da seleção na França Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Thiago Arantes

Do UOL, em Le Havre (FRA)

22/09/2022 13h09

A seleção brasileira enfrentará Gana, na sexta-feira, às 15h30 (horário de Brasília), com o "superataque" testado por Tite ao longo da semana. No último treinamento antes do amistoso, em Le Havre (França), o treinador manteve o time com Éder Militão deslocado para a lateral-direita, Casemiro como único volante, e Neymar como meia.

Assim, a seleção começará jogando com Alisson; Militão, Marquinhos, Thiago Silva e Alex Telles; Casemiro; Paquetá e Neymar; Raphinha, Richarlison e Vini Jr. É a primeira vez que esta formação começará uma partida, a menos de dois meses da Copa do Mundo do Qatar, que começa em 20 de novembro — o Brasil estreia contra a Sérvia, no dia 24.

Perguntado sobre o que testar diante de Gana, Tite foi direto: "Equilíbrio".

Na prática, a nova escalação significa testes nos três setores do time. O primeiro é na defesa: com Militão na lateral Tite abre a possibilidade de convocar apenas três jogadores da posição para o Mundial, usando um zagueiro improvisado caso seja necessário — Tite não gosta do termo "improvisação", alega que o defensor é versátil e atuou de lateral ao longo da carreira. A mudança pode significar um movimento no sentido de não levar Daniel Alves, que ficou fora da lista para os amistosos contra Gana e Tunísia.

Com Militão, Tite ganha também uma variação na saída de bola. Quando tem a posse na defesa, o time fica com uma linha três, com Militão, Thiago Silva e Marquinhos, e o lateral-esquerdo Alex Telles se desloca para o meio-campo, para ajudar Casemiro a fazer a ligação com o ataque.

No meio-campo, a principal novidade é a presença de apenas Casemiro como volante defensivo. O segundo homem do setor será Lucas Paquetá, jogando mais recuado que costumava atuar no Lyon e que tem jogado no West Ham. Neymar completa o setor, atuando como um camisa 10, por trás da linha de atacantes.

"O Paquetá é um segundo meio-campista que te traz um senso de criatividade, mas te traz ao mesmo tempo um lateral-direito que te dá um equilíbrio defensivo. Então é criação e gol nosso objetivo, mas é ter ao mesmo tempo consistência. Nesse equilíbrio uma equipe está mais próxima de vencer", disse o técnico da seleção.

A nova formação tem como objetivo, ainda segundo Tite, potencializar o trabalho dos pontas de velocidade —Vini Jr pela esquerda e Raphinha pela direita. Richarlison, o centroavante, foi testado em muitos momentos numa posição em que jogava de costas para o gol, tabelando com Neymar e Paquetá, que chegavam desde o meio-campo. Nessas situações, o Brasil com a bola atacava com os cinco jogadores.