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Agente terá filme de atletas com diretor global e fez parceria com Marcelo

Rogério Garcia, empresário de futebol que fez parceria com Grupo Doze, de Marcelo - Arquivo Pessoal
Rogério Garcia, empresário de futebol que fez parceria com Grupo Doze, de Marcelo Imagem: Arquivo Pessoal

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

16/04/2022 04h00

Rogério Garcia não é um empresário comum no ambiente do futebol. Com investimentos em pecuária e agronegócio, ele resolveu abraçar a paixão que tinha desde menino e criou a RG Sports voltada ao esporte. Com a excelência como lema, ele não demorou a firmar parceria com Marcelo, do Real Madrid, e prepara um filme para seus atletas com direção de Jayme Monjardim, famoso por tantas séries e novelas da Globo.

Rogério atendeu a reportagem do UOL Esporte em um ambiente propício para unir suas paixões. Conversaria sobre futebol em uma fazenda. E não era uma simples fazenda. Foi das terras do amigo Jayme Monjardim, com um peso histórico para o Rio Grande do Sul, que o agente conversou por aproximadamente 40 minutos, por telefone, para a elaboração dessa reportagem. O local que serviu de locação para a série "A Casa das Sete Mulheres", exibida pela Globo em 2003 foi comprado e restaurado por Jayme.

A relação com o diretor se dá a partir de um dos negócios de Rogério, a criação de cavalos crioulos. Monjardim queria, inclusive, ser investidor da empresa esportiva, mas Rogério preferiu que ele ajudasse de outra forma. Será na sua área, em um filme, contando a história dos atletas que deve ser feito a partir de maio com dois jogadores: Natan e Lucas Camilo, ambos do Grêmio.

Jayme Monjardim (e) com o empresário Rogério Garcia (c) - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

"Estamos preparando um filme dos atletas com a assinatura de Jayme Monjardim", contou. "Já vi muitos jogadores com materiais em YouTube, de empresas que fazem esse produto, mas nenhuma teve a ideia de contratar alguém desse tamanho, dessa excelência. Isso me estimula muito, fazer algo com excelência. O Jayme é uma pessoa que tem um lado humano muito forte, ele é fundamental. Será um filme para registrar o trabalho, isso é o que fica. E num segundo momento também pode servir de cartão de visita da empresa, de uma forma muito profissional", contou.

Da Globo ao Real Madrid

Rogério conheceu Jayme por causa da criação de cavalos crioulos. E pela relação estabelecida com Jayme é que ele chegou até Marcelo. Após alguns contatos entre eles surgiu a parceria com o Grupo Doze, capitaneado pelo jogador do Real Madrid.

"Conheci o Jayme por conta do relacionamento que temos graças aos cavalos crioulos. E ele fez a ligação com Marcelo. Ele [Marcelo] também tem um pensamento muito semelhante com o meu, com poucos atletas e sem querer aumentar muito o portfólio. Mas quando viu o material do Natan e do Camilo, quis acelerar isso. A nossa tônica sempre vai ser de boas parcerias. É minha filosofia pessoal. Eu acredito muito no time, não há vitória sem coletivo. É o meu pensamento e da empresa, só vamos crescer com parcerias e investidores. O próprio Jayme queria ser investidor, mas não aceitei, ele é meu amigo, temos outras situações", comentou.

"Converso com o Marcelo semanalmente, temos diversas situações de atletas juntos, é uma pessoa muito boa. Ainda como atleta, foi muito bem assessorado e orientado. É um cara que olha para frente, tanto que já está com tudo pronto para quando se aposentar", disse.

Marcelo trabalha lado a lado com Rogério e trata de possibilidades para os jogadores na Espanha.

"Não é um supermercado, é uma joalheria"

O futebol sempre esteve presente na vida de Rogério. Ainda que ele não tenha sido atleta e não tivesse qualquer relação com o mercado da bola, sempre foi um apaixonado pelo esporte.

"Era a diversão de todas as crianças daquela época. Sou natural do interior, eu acompanhava os jogos conforme era possível, de várzea, do interior, da dupla Gre-Nal quando ia até a capital", contou ele, que é natural de Tupanciretã, na região central do Rio Grande do Sul.

Até que o mercado de soja, pecuária e cavalos o levou a conhecer um empresário de futebol, do qual se aproximou. Com ele, passou a viajar, visitar clubes, viver mais o dia a dia do futebol "de verdade", como costuma dizer. Foi um passo até ser investidor desta empresa, mas com a mudança da lei dos direitos econômicos, em 2015, sua situação acabou impactada. Ao invés de investidor, ele passou a empresário, mas um empresário diferente. Seu plano não é ter muitos jogadores, mas poucos, específicos, aos quais dá toda atenção, e trabalha de perto a gestão da carreira e de todos os negócios paralelos da bola.

"Não é um supermercado, é uma joalheria", conta para explicar a empresa. "Não quero algo de varejo, até porque eu não precisaria desse negócio para viver. Nosso objetivo sempre foi ser fiel ao que acreditamos. Agregar valores aos clubes e aos jogadores. Focamos em jogadores jovens com contratos em clubes que são exponenciais formadores para agregar valor. Eu já tinha relação com os maiores clubes do país e optei pelo Grêmio porque vinha numa tendência de formação de grandes atletas, como Walace, Arthur, entre outros. Além de estar perto da minha base de negócios, que é o interior do Estado", explicou.

Hoje a empresa conta com 15 profissionais e gere as carreiras de nove jogadores, os principais são Natan, Lucas Camilo, Gazão e Matheus Pagliarini. O plano não é aumentar o número de jogadores, mas dar atenção total a poucos.

"Estamos vivendo um tempo muito bom. Ainda não financeiramente, porque não tivemos um grande negócio, uma grande venda, apesar da empresa já ter atraído investidores. Mas não vivemos de expectativas, a gente busca formas de ter resultados", disse. "Me ajudou muito o fato de não ser um empresário que nasceu no futebol. Eu consigo ver as situações sem os vícios naturais do meio, pensar com a cabeça de quem vem de fora", acrescentou.

Agronegócio, pecuária, cavalos e futebol

Rogério entende que a relação pessoal une todas as suas atividades. Entre o gado, os cavalos, a soja e os gramados de futebol, as pessoas são o objetivo maior.

"Quem trabalha comigo em qualquer ramo, todos são parceiros. As relações pessoais são estreitas. Acredito muito no time, o time é o principal pilar do resultado positivo, em todas as minhas atividades. As pessoas são o mais importante", contou. "Não quero ser injusto com nenhuma atividade. Todas elas tem um lado que não é visível, mas para mim é muito importante. São as vidas, as famílias, as pessoas que estão comigo há tanto tempo, a evolução que vejo como pessoa", finalizou.