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Ex-técnicos da seleção avaliam grupo do Brasil na Copa: 'Jogos difíceis'

Jogadores da seleção brasileira comemoram gol de Richarlison contra a Bolívia pelas Eliminatórias Sul-Americanas - Lucas Figueiredo/CBF
Jogadores da seleção brasileira comemoram gol de Richarlison contra a Bolívia pelas Eliminatórias Sul-Americanas
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/04/2022 17h19

Classificação e Jogos

"Se a gente reclamava que não jogava contra europeus, pegamos logo dois de cara". Essa foi a leitura inicial de Carlos Alberto Parreira, técnico da seleção brasileira nas Copas de 1994 e 2006, sobre o resultado do sorteio da Copa do Mundo 2022, realizado hoje (1), no Qatar.

O Brasil caiu no Grupo G, ao lado de Sérvia, Suíça e Camarões. As duas primeiras equipes já estiveram diante do Brasil na Copa da Rússia, enquanto os camaroneses caíram no caminho brasileiro no Mundial de 2014.

Para avaliar o grupo, o UOL Esporte ouviu, além de Parreira, os técnicos Luiz Felipe Scolari e Sebastião Lazaroni, que também treinaram a seleção em Mundiais recentes — 2002 e 2014, no caso de Felipão, e 1990, no caso de Lazaroni.

Comandante do tetra, Parreira concorda com Tite de que não há um grupo da morte, mas não tira peso dos adversários que estarão diante do Brasil.

"Achei que o sorteio foi muito equilibrado. Não tem o chamado grupo da morte, não tem jogos fáceis. E o grupo do Brasil não tem um que seja possível apontar: 'esse é o mais fácil'. O jogo da Suíça vai ser o jogo mais complicado. Eles se defendem muito, é um time muito compacto. É um time pesado", avaliou ele.

Parreira justifica sua resposta acrescentando que o jogo do Brasil pode fluir mais diante dos sérvios. Na Copa de 2018, o time de Tite empatou por 1 a 1 com a Suíça e fez 2 a 0 na Sérvia.

Apesar dos enfrentamentos que demandam atenção, Felipão vê o Brasil com condições de passar ileso pela primeira fase. Para Scolari, é importante resolver a vida logo nas duas primeiras partidas — a estreia será diante da Sérvia, dia 24 de novembro, e a partida seguinte é dia 28, diante dos suíços.

"Jogos difíceis, mas com boas possibilidades de ser primeiro no grupo. Sempre sabendo que jamais a gente deve ficar para classificar no último jogo", disse Felipão, campeão em 2002 e semifinalista em 2014.

Lazaroni, ao contrário de Parreira, já avalia que o jogo mais complicado será o primeiro.

"Copa do Mundo é dificuldade. Todos os adversários têm méritos por chegarem lá, são escolas diferentes. Não é um grupo fácil, não. Eu acho que [jogo] o mais difícil é a estreia. O Brasil tem um jogo recente com a Suíça que também não foi fácil. Mas acho que a estreia é mais rica em ansiedade e tensão", comentou o treinador, que levou o Brasil até as oitavas de final em 1990.

Não dá para ignorar Camarões, o terceiro adversário do Brasil, em 2 de dezembro. Parreira cita que "não é uma seleção iniciante":

"Alea jacta est. A sorte está lançada, como diriam os latinos", citou o treinador.