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Abel Ferreira critica arbitragem na final: 'VAR estava a comer pipocas'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/03/2022 01h04

A atuação de Douglas Marques na vitória por 3 a 1 do São Paulo sobre o Palmeiras foi assunto do início ao fim da entrevista coletiva de Abel Ferreira. Para o treinador alviverde, a arbitragem condicionou o resultado do jogo. O português fez duras críticas ao juiz e à equipe do VAR, sobre a qual disse que "estava a comer pipocas" no lance de um suposto pênalti em Gustavo Gómez.

Assim como o vice-presidente Paulo Buosi, o técnico também falou a respeito do lance do pênalti marcado para o Tricolor, no fim do primeiro tempo, quando o jogo estava empatado por 0 a 0. Abel salientou que Douglas Marques acertou na primeira decisão, ao não marcar a penalidade, mas disse que lhe faltou coragem ao não manter a escolha após a revisão pedida pelo VAR.

"Das regras que leio, se diz que o VAR deve interferir em casos muito flagrantes. Infelizmente, ele não teve coragem para manter sua decisão. Foi duro, um erro que condiciona o jogo", criticou o comandante do Verdão.

A respeito do desempenho palmeirense, Abel fez questão de separar a atuação pelos dois tempos. No primeiro, segundo ele, sua equipe foi melhor e criou ótimas oportunidades, mas pecou na hora de finalizar. Na etapa final, porém, o treinador reconheceu a superioridade são-paulina, ressaltando que os gols saíram em bolas paradas.

"A verdade é que o São Paulo foi melhor no segundo tempo. No nível de passes não fomos bem, não fomos criativos. E, depois, em mais um escanteio, nosso adversário acabou fazendo o terceiro gol em bola parada", destacou.

O confronto de volta ocorre às 16h de domingo (3), no Allianz Parque, onde o Palmeiras terá a desvantagem de dois gols para tirar diante da equipe de Rogério Ceni.

Confira outras respostas de Abel na coletiva de imprensa:

Weverton sentiu. Estava 100%? Jogou no sacrifício?

"Se Weverton jogou é porque estava bem. Mas é impossível jogar a 100%."

Conta com Danilo para o segundo jogo?

"Não sei se vamos tê-lo. É só esperar que não haja mais [lesionados], mas da forma que o calendário é feito não há milagres."

Pouco tempo para reverter.

"Jogamos sempre no mesmo contexto, sabemos lidar com isso. Hoje fatores externos influenciaram muito o resultado. Assumo a responsabilidade pela equipe não estar tão bem como costuma. Vamos para a segunda partida, mas sabendo que a primeira foi condicionada. Interferência direta no resultado. Temos capacidade e acreditamos que há uma palavra a dizer nessa eliminatória, e até o fim vai ter jogo."

Ajuda da torcida na volta. O quanto pesa?

"Vamos precisar como sempre fizeram. Se fizermos um gol na primeira parte, outro na segunda, e se tiver um terceiro, estamos na frente."

Defesa do Palmeiras. O que pensou na hora dos gols? O quanto o gol [de Veiga] coloca o Palmeiras na jogada?

"Pra haver gols tem que haver erros. Faz parte do futebol. Faz parte do jogo. Sempre disse que não éramos invencíveis. Nem quando ganhamos é mérito meu, nem quando perdemos a responsabilidade é só minha. São Paulo foi melhor, foi muito feliz."

Maior aprendizado dos quatro vice-campeonatos em oito finais, para evitar o quinto

"Nós no futebol temos que aceitar quando ganhamos e perdemos. Levamos para dentro nossa experiência. Mas vivemos no agora. Passado é [no] museu. O que fiz e fizemos para trás, não conta. É o aqui e o agora. Temos uma montanha pela frente, um resultado de 3 a 1 do adversário. Há muitas condicionantes. A eliminatória parte daqui condicionada. Uma coisa é não ter VAR, outra é ter VAR. O senhor Douglas foi muito bem [na primeira decisão], mas alguém quis ser protagonista. Quando há dúvidas, prevalece a decisão do árbitro. Tem que ser uma coisa escandalosa, como foi o pênalti do Gómez, e o VAR estava a comer pipocas, nem sequer chamou o árbitro. Faça o que fizer, esse Paulista está inquinado."

O quanto Danilo fez falta no jogo de hoje?

"O São Paulo marcou muito bem, explorou bem as bolas nos seus centroavantes. Quando tem que propor, propõe. Quando tem que ser direto, é como fez na segunda parte. Temos que aceitar quando não estamos tão produtivos."

Cansaço. O quanto atrapalha o jogador?

"O Guardiola [treinador do Manchester City] disse que, se continuar a jogar assim, vai matar os jogadores. E ele nem veio jogar no Brasil. Não só ele, mas uma série de treinadores. Os jogadores daqui já estão habituados a isso. Continuo a dizer: sobre o tempo, vamos ver quem vai chegar inteiro ao meio [da temporada]. Temos jogo domingo, depois outro jogo com seis horas de viagem [para o jogo contra o Deportivo Táchira, pela Copa Libertadores]. Isso vai ter consequências."

Esperavam o São Paulo tão disposto?

"Sempre disse que, se o São Paulo jogar como jogou hoje, é candidato ao título. Tem ótimos jogadores. É manter a consistência, muito boa equipe."

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