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Baixa de Pablo diminui leque de opções e dificulta evolução da zaga do Fla

Auxiliar Victor Sanchez conversa com Paulo Sousa durante jogo do Flamengo - Gilvan de Souza/Flamengo
Auxiliar Victor Sanchez conversa com Paulo Sousa durante jogo do Flamengo Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

19/03/2022 04h00

Uma das principais marcas do início de Paulo Sousa no Flamengo, a linha de zagueiros rubro-negra sofreu mais uma baixa com a lesão de Pablo, que machucou o joelho e ficará parado por ao menos um mês e meio.

Rodrigo Caio, em recuperação de grave lesão no joelho direito desde o final do ano passado, não tem previsão de volta. Gustavo Henrique está treinando com os companheiros, porém não entra em campo desde 13 de fevereiro, quando o Fla goleou o Nova Iguaçu por 5 a 0.

As baixas diminuem o leque de possibilidades do português, limitam a rotatividade característica do treinador e dificultam a evolução da compreensão das ideias do técnico. Na vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, pela partida de ida da semifinal do Carioca, o único defensor disponível no banco de reservas foi Noga, já que Léo Pereira estava suspenso. O setor foi formado por Fabrício Bruno, David Luiz e Filipe Luís. Escalado como ala, Matheuzinho recompunha pelo lado direito quando o time perdia a bola.

"Como o Flamengo fica muito com a bola, os zagueiros jogam em uma região do campo com menos pressão em relação aos volantes, meias, laterais e atacantes. Tem de ter jogador com passe melhor, que vai descobrir alguém em condição favorável na frente. Jogadores que circulem a bola de forma rápida e possam conduzir quando tiver espaço", analisou Rodrigo Coutinho, colunista do UOL Esporte, que acrescentou:

"O Fabrício Bruno e o Pablo não foram contratados exatamente para isso, acho que ele [Paulo Sousa] detectou uma questão de proteção de área mesmo. Ele não confia no Léo Pereira e no Gustavo Henrique, que erraram muito nas últimas temporadas. Ele pediu dois zagueiros com mais qualidade nesse ponto."

Com a aquisição de Pablo, o Fla entende ter feito seu último movimento no sentido de reforçar seu sistema defensivo. Agora, a torcida é para que Sousa tenha todos os nomes à disposição e consiga tornar os conceitos cada vez mais automáticos.

"O Léo Pereira faz basicamente a função do Filipe Luís quando ele não está. Quando o time tem a bola, joga com uma saída de três, mas defende como lateral sem a bola. O Flamengo não defende em uma linha de cinco, muita gente confunde isso. O Fla monta duas linhas de quatro para defender e o homem à esquerda vira o lateral do time. Acho que o Léo vai acabar ganhando espaço como reserva do Filipe. A tendência é que continuem jogando o Fabrício, com o Gustavo como reserva. Entendo que o Pablo vai brigar por uma vaga aí enquanto o Rodrigo Caio não volta", analisou Coutinho.

De olho no rival Vasco, o Rubro-Negro faz hoje (19) seu último treino antes de decidir a vaga na final do Carioca. Amanhã (20), às 16h, no Maracanã, os times disputam mais um Clássico dos Milhões, e o Fla precisa apenas empatar para avançar. Após sofrer uma entorse no joelho, David Luiz treinou normalmente e não deve ser problema. Menos uma dor de cabeça para Sousa e sua comissão técnica.