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Ceni elogia ritmo forte do São Paulo em vitória, mas vê queda no 2º tempo

Rogério Ceni, técnico do São Paulo, durante a partida contra o Manaus - Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC
Rogério Ceni, técnico do São Paulo, durante a partida contra o Manaus Imagem: Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

17/03/2022 01h31

O técnico Rogério Ceni deixou a vitória do São Paulo sobre o Manaus, ontem (16), pela Copa do Brasil, satisfeito com o início do jogo de sua equipe. Desde os primeiros minutos, o time do Morumbi controlou o adversário e foi para o intervalo vencendo por 2 a 0, placar que se manteve até o final.

"Nós combinamos que não pararíamos enquanto não fizéssemos o primeiro gol", disse Ceni, em entrevista coletiva. "A equipe impôs um ritmo forte, teve a posse de bola durante todo o tempo, sabia que ia enfrentar uma equipe em linha baixa, mas conseguiu alargar bem o campo, com Marquinhos bem aberto, Reinaldo fazendo ultrapassagens. Do lado direito, Nikão fazendo algumas trocas com Eder, com o Colorado", prosseguiu.

O São Paulo terminou o primeiro tempo com 75% de posse de bola, além de 13 finalizações, sendo seis no gol de Pedro Henrique. O time de Ceni abriu o placar aos 34 minutos, com Eder, e ampliou aos 42, com Diego Costa.

Mesmo com o placar tranquilo, Rogério Ceni apontou coisas negativas no tempo. O treinador se incomodou com a queda de ritmo apresentado pela equipe. "De ruim, negativo, fica que a gente baixou muito o ritmo no segundo tempo. Quando você tem a oportunidade, você tem que tentar buscar o gol a todo momento".

O adversário do São Paulo na terceira fase da Copa do Brasil será conhecido apenas no dia 28 de março, no sorteio que será realizado pela CBF. Até lá, a equipe volta suas atenções para a fase final do Paulistão.

No próximo sábado (19), o São Paulo enfrenta o Botafogo-SP, em casa, no fechamento da primeira fase da competição. Já classificada, a equipe de Rogério Ceni terá pela frente o São Bernardo nas quartas de final. O jogo único será realizado no Morumbi, em data ainda a ser confirmada.

Confira outras declarações de Rogério Ceni em entrevista coletiva:

Diego e Léo começaram jogando hoje na zaga. Você tem três titulares no setor (com Arboleda)?

Não, eu tenho quatro jogadores que são importantes para mim no setor, que são Miranda, Arboleda, Léo e Diego. O Léo vem atuando mais nessa função do que como lateral. Para hoje, um time que nós sabíamos que vinha se defender e nós precisávamos ter uma transição mais rápida da defesa para o ataque, e Léo e Diego conseguem fazer isso melhor, o que possibilitou poder jogar Rafinha e Reinaldo juntos, o que não é costumeiro. Mas nós precisávamos construir, fazer gols no primeiro tempo.

O Arboleda em breve deve servir a seleção e aí vai nos desfalcar em jogos importantes, então a gente tem que experimentar jogadores para determinadas situações, jogos... Miranda já jogou com Diego, com Léo. Acho que Diego e Léo é a primeira vez que fazem a dupla de zaga.

Poder dar tempo de jogo era prioridade em uma partida já dominada?

Eu falo que o elenco é bom, são jogadores homogêneos e isso ajuda bastante. O que difere ainda é a parte física.

A diferença de gols é importante. Fazer 2 a 0 no primeiro tempo, a gente deveria ter o ímpeto de fazer três, quatro gols no segundo tempo. Nós não conseguimos manter um nível de jogo, caímos um pouco, apesar do time ter se doado bastante.

Foi importante ver o Patrick 45 minutos dentro de campo, ajudou até na lateral-esquerda quando o Reinaldo pediu para sair pelo cansaço.

Luan teve seus primeiros minutos comigo aqui no São Paulo. É um jogador que eu gosto, que quero vê-lo jogando mais vezes. Mas, momentaneamente, a conclusão que a gente chega é que ele não consegue ainda jogar uma partida de 90 minutos ou mesmo até 45 minutos.

A minha ideia era começar com ele o próximo jogo na função que ele joga, porque ele vai nos ajudar muito nessa função. Mas eu preciso de um condicionamento físico melhor. Ele ficou muito tempo parado. Foram 120 dias e isso pesa para qualquer jogador. Estamos tentando, experimentando, sempre nos treinamentos, colocando ele para fazer alguns jogos treinos contra a base.

Patrick também foi um jogador que se machucou, ficou parado algum tempo. Principalmente quando ele foi para a lateral, rendeu bastante, começou a correr bem mais. Estamos fazendo um trabalho visando a soltá-lo mais dentro de campo, porque são todos jogadores tecnicamente diferenciados.

Se esses jogadores entrarem em uma condição ideal, o elenco se fortalece muito mais porque eles são jogadores diferentes, que possibilitam um ganho técnico muito grande. Mas para que esse ganho técnico exista no campo, o condicionamento físico é essencial.

O que te levou a apostar no Diego Costa?

O Diego é um jogador que tem muita personalidade, que não tem medo de construir. Eu lembro do Diego muito na época do Diniz, ele jogou bastante nessa função. Eu também gosto de zagueiros que têm a possibilidade de carregar bola, conduzir bola e começar a armar jogo.

Ele voltou a ter mais confiança, mais oportunidades. Hoje foi um gol merecido pelo trabalho que ele vem fazendo nos últimos jogos e tem sido um jogador importante para a gente. Acho que mudou um pouco o conceito do torcedor com ele, a gente fica feliz. É um jogador revelado na categoria de base do São Paulo e utilizá-lo dá o devido valor ao futebol que ele vem mostrando.

Se ele levar a sério, continuar focado, acho que ele tem grandes chances de ter muitos minutos a mais para ajudar a gente no decorrer dos campeonatos.

O que pode dizer do São Bernardo, adversário nas quartas do Paulista?

Nós fizemos um amistoso contra o São Bernardo no início do ano, logicamente todo mundo bem fora de forma, eles provavelmente com algumas mudanças. Vou estudar mais a fundo porque foi uma equipe que não estudamos ainda pelo fato de saber que era uma equipe que não enfrentaríamos eles até uma fase de mata-mata.

A partir de amanhã já temos os analistas de desempenho estudando bastante para que a gente possa enfrentá-los. Nós vamos fazer o melhor possível para tentar superá-los e chegar à semifinal do campeonato. Todo jogo é complicado, difícil, sem previsões. A gente vê pela Copa do Brasil times grandes sofrendo. Todo jogo tem que ser levado muito a sério se a gente quiser chegar na semifinal da competição.

Perspectiva de ter Gabriel Sara e os outros lesionados para as quartas de final?

O Sara é muito difícil que esteja pronto na semana que vem. Para as quartas é certeza que ele não joga. Igor Vinícius fez transição, deve começar a treinar com a gente amanhã, no mais tardar depois de amanhã. Não posso prever ainda em que condição ele estará para a terça-feira. Gabriel Neves inicia a transição amanhã, então para o jogo de terça não estará presente.

Calleri teve um incômodo na panturrilha, mas agora já está ok. É um jogador que estará à disposição no próprio sábado. Agora é tentar recondicionar fisicamente esses jogadores que ficaram muito tempo parado.

Significado de contar novamente com o Luan

O Luan, em condições físicas ideais, ele tem tudo para ser titular como primeiro volante. O Pablo vem muito bem, acho que vai ser uma disputa bem saudável. Depende muito dele, todos no clube acho que estão ajudando de todas as maneiras o Luan. Eu sei o quanto é difícil você voltar fisicamente bem após ficar quatro meses parado após voltar de uma lesão.

Mas está nas mãos dele. Se ele se dedicar, evoluir, dar uma afinada e persistir nesse trabalho que ele tem feito... nesses últimos dias ele tem feito um trabalho bem forte, ele está cansado justamente por ter treinado forte, tentado se condicionar. Hoje ainda não o vejo pronto para jogar 45 minutos, mas eu torço para que ele em breve possa estar pronto, porque ele é um jogador extremamente útil. Nesse sistema que nós jogamos agora, ele tem total capacidade de exercer essa função, a gente conta muito com ele.

Eder tem conquistado espaço para ser titular quando acabar o rodízio?

O rodízio não vai terminar e todos para mim são titulares quando entram em campo. Cada time que eu coloco em campo, eu dedico ao máximo o que posso a eles. Eu vejo dentro das características deles para enfrentar determinado adversários.

O Eder é um jogador importante para o elenco, ninguém joga 10 anos na Itália sem qualidade. Ele tem muita qualidade técnica e acho que vem muito mais motivado do que no ano passado. Tem ajudado bastante a gente, tem características distintas do Calleri, por isso que os dois às vezes jogam juntos, podem formar uma dupla de ataque.

Como hoje tinha o Nikão, e ele gosta muito de se mover no campo, o Eder jogou mais nessa função. Quando o Calleri joga nessa função, se o Eder é o parceiro dele, o Eder tem mais a possibilidade de flutuar e jogar um pouco mais por trás do 9. Tem o Luciano que faz bem isso, mas hoje ele foi mais 9, jogou mais próximo à área. E é um jogador que colabora muito na marcação, sai muito cansado do campo porque se dedica bastante. É um exemplo pelos seus 34 anos, tudo que conquistou na carreira, tem sido um exemplo no dia a dia para os mais jovens, para os parceiros que são da mesma geração que ele, como ele se dedica em prol do time.

Como tem sido os papos com atletas e como enxerga uma evolução desse debate no país de não ter titulares e reservas definidos?

Eu sempre sou bem franco, aberto. Gosto de todos eles, não escolho um ou outro para jogar porque eu tenho mais simpatia a esse ou aquele jogador. Vislumbro o futuro sempre, quem eu vou usar no próximo jogo, como que eu vou equilibrar para que não haja lesões musculares, tento manter todos motivados, tento deixá-los na expectativa de jogar, ou seja, se dedicam até o último treino para saber porque o último treino define muito quem entra em campo. Então é uma metodologia que a gente adotou para esse ano, porque também tem os prédios a volta que filmam tudo que você faz, então a gente tenta mesclar, fazer a mesma função para dois jogadores e para que não seja tão fácil para o adversário saber a maneira que nós jogaremos.

Todos ficam na expectativa de jogar, com isso treinam mais, se dedicam mais todos os dias no treinamento. Nós jogamos domingo, antes jogamos quinta, agora jogaremos sábado - inclusive antes do jogo do Corinthians, que é um erro da Federação colocar nosso jogo no sábado e o jogo de um possível adversário nosso, até com mando de campo, no dia seguinte... Mas jogaremos sábado, depois terça, como você vai ter um time titular?

Os meus titulares são aqueles 11 que são escolhidos para aquele determinado dia. E é assim que a gente vai tocar o São Paulo e é assim que a gente espera ter o máximo número de jogos, chegar o mais longe possível em cada competição, por isso que hoje temos um elenco robusto.

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