'Não está tudo bem': os relatos das esposas dos jogadores do Shakhtar

Abrigadas em um hotel em Kiev, na Ucrânia, esposas e familiares de jogadores brasileiros do Shakhtar Donetsk relataram a situação de desespero nas redes sociais.

Lyarah Vojnovic, esposa do jogador Maycon, fez um pedido de socorro nas redes sociais: "Não está tudo bem", afirmou. Mais cedo, os próprios jogadores postaram um vídeo pedindo socorro, acompanhados de seus familiares.

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"Oi gente, não liguem para a cara de choro. Estão dizendo que já está tudo certo, tudo calmo, mas não está. Estamos presos em um hotel e ninguém nos dá uma posição de como podemos sair daqui. É desesperador", afirmou a influenciadora, chorando, em seu perfil no Instagram.

Mãe de duas crianças, Lyarah também afirmou que a família não está recebendo o suporte que esperava por parte da embaixada brasileira na Ucrânia.

O embaixador do Brasil em Kiev, Norton Rapesta, afirmou que os jogadores brasileiros serão evacuados das regiões afetadas pelo conflito com a Rússia. "Nós vamos evacuar os brasileiros. Jogadores de futebol. Todo mundo", disse Rapesta à BBC. As famílias, no entanto, relatam ainda não ter recebido orientações sobre como e quando vão deixar o país.

"A gente fala com a embaixada e eles dizem que está tudo bem, que aqui é o melhor lugar para a gente ficar, mas não é aqui que a gente quer ficar. Eu saí da minha casa correndo, não consegui pegar os meus cachorros, a situação é desesperadora", disse Lyarah.

Recém-chegada à Ucrânia, há apenas cinco dias, a brasileira Ingrid Tobias, casada com Vinícius Tobias, também do Shakhtar, está no mesmo hotel. Ela relatou a situação de insegurança e medo.

"A embaixada não se pronunciou até agora, a gente liga lá e eles só falam para manter a calma, que também não podem fazer nada no momento. Estamos trancados em um hotel, somos 37 famílias pedindo por socorro, tem crianças, idosos. Não está tudo bem. Não estamos tendo apoio da embaixada, estamos presos em um sótão de hotel", afirmou Ingrid em seu perfil na rede social.

Atualmente, 31 jogadores brasileiros atuam em times da Ucrânia, sendo 13 do Shakhtar e três do Zorya Luhansk, que ficam nas zonas mais afetadas pelo conflito.