Derrota em Bragança revela problemas na defesa do São Paulo: veja os erros

Se a preocupação anterior era a criação de jogadas no ataque, contra o Red Bull Bragantino a defesa do São Paulo foi o ponto negativo na derrota de ontem (3) por 4 a 3, pela terceira rodada do Paulistão. Seja em falhas individuais ou erros coletivos, o setor deixou a desejar em todos os gols do adversário. Os problemas foram registrados, inclusive, por Rogério Ceni na entrevista coletiva depois da partida.

O treinador apontou a falta de organização da equipe como decisiva para mais uma derrota, especialmente na transição sem a bola. O São Paulo somou apenas um ponto nos três primeiros jogos que fez na temporada —está hoje na terceira posição do Grupo C, atrás de Ferroviária e São Bernardo. Mesmo com o revés, Ceni considerou a atuação de ontem a melhor até agora.

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"O time fez um bom jogo, principalmente na parte de criação, a parte ofensiva, mas foram erros primários que nós cometemos, desnecessários. A origem dos gols, se você analisar, são gols que nós entregamos praticamente para o Bragantino. Temos que melhorar nesse sentido, mas como time, os caras lutaram, brigaram, tiveram qualidade para construir jogadas. Nós não fomos bons e não tivemos a organização suficiente para se defender da maneira correta", analisou.

Dentre os problemas apresentados em campo, quem mais se destacou negativamente foi Miranda. O zagueiro esteve envolvido em falhas nos dois primeiros gols do Red Bull Bragantino, sendo o primeiro deles um momento de desatenção na saída de bola.

Abaixo listamos os problemas apresentados pelo São Paulo que contribuíram para mais um tropeço no Paulistão.

Bragantino pressiona, e Miranda se atrapalha

Um dos jogadores infectados pela covid durante as férias, Miranda tem tido dificuldade nesse início de temporada para apresentar o bom futebol de outros tempos. Lento na saída de bola e nos deslocamentos, o zagueiro virou alvo fácil nas vezes que o Red Bull Bragantino pressionou a defesa são-paulina. Foi dessa maneira que Artur foi às redes para abrir o placar.

Assim que Rodrigo Nestor saiu jogando com Miranda, dois marcadores rivais se movimentaram para pressionar o experiente zagueiro. Ao tentar o passe para Reinaldo, o camisa 22 deu de graça para Artur, que invadiu a área e abriu o placar.

Pouco tempo depois, Miranda falharia mais uma vez na saída de bola, com um passe curto para Volpi. Para sorte do São Paulo, o goleiro foi mais rápido que Artur e conseguiu sair jogando.

Hyoran surpreende e atrapalha a defesa do São Paulo

O segundo gol do Bragantino teve muito mérito da rapidez de pensamento de Hyoran, mas também contou com uma falta de entendimento de Arboleda e Miranda. A falta de conectividade entre os jogadores na hora de se defender foi algo marcante nos quatro gols sofridos, aliás.

Depois que Aderlan lançou da direita para um Hyoran centralizado, Arboleda ameaçou se adiantar para tirar o espaço do meia, contando que ele dominaria a bola para tentar o passe. O jogador do Red Bull Bragantino, no entanto, tocou de cabeça, encobrindo o equatoriano e dando a assistência para Alerrandro.

O erro de leitura de Arboleda foi acompanhado da demora de Miranda em se movimentar. O experiente zagueiro não só não se mexeu para cobrir o companheiro como deixou o atacante adversário em posição legal. Dentro da área, Alerrandro teve tempo de dominar e chutar para fazer um belo gol.

Nestor erra o bote, e Igor Vinícius tenta antecipar passe de Hyoran

O terceiro gol expôs um problema constante do São Paulo quando não pode contar com Luan: o pouco poder de combate no meio de campo na hora de recomposição. Escalado como primeiro volante, Rodrigo Nestor foi com tudo para desarmar Artur no meio de campo, mas acabou passando lotado.

A bola ficou com Alerrandro, que abriu para Hyoran na ponta da área. Com Igor Vinícius se movimentando para tentar evitar o passe para o jogador do Bragantino que avançava pela esquerda, o meia do Bragantino se deslocou para o meio e, sem ser incomodado, bateu colocado para fazer um golaço.

Falha coletiva deixa Miranda contra três adversários

A falta de organização citada por Rogério Ceni ficou evidente no quarto gol do Red Bull Bragantino, agora a partir de uma bola parada. Tudo começou em uma cobrança de escanteio dos donos da casa, que Arboleda afastou. A partir daí, Hyoran levou sete segundos para alçar mais uma vez a bola na área. Não foi tempo suficiente para que a defesa são-paulina se reorganizasse.

Sete jogadores permaneceram posicionados na entrada da área. Dentro dela, Miranda se via sozinho contra três jogadores do Red Bull Bragantino, além de Arboleda indeciso por causa de um jogador adversário em posição irregular, mas que não participa da jogada.

O resultado foi o esperado em uma situação assim. Gabriel Novaes, posicionado atrás de Arboleda e separado de Miranda por dois outros jogadores do Bragantino, apareceu livre para fazer o quarto gol e dar a vitória aos donos da casa.