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Com saída de Luxemburgo, Cruzeiro mira oitavo técnico em dois anos

Vanderlei Luxemburgo deixa o clube por decisão de Ronaldo  - Bruno Haddad/Cruzeiro
Vanderlei Luxemburgo deixa o clube por decisão de Ronaldo Imagem: Bruno Haddad/Cruzeiro

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte, MG

29/12/2021 04h00

O fim da passagem de Vanderlei Luxemburgo pelo Cruzeiro ilustra um problema que tem sido constante no clube desde a queda em 2019: a dança das cadeiras dos treinadores que assumem a equipe. Do início de 2020 para cá, quando a Raposa começou a se planejar para jogar a Série B, sete técnicos passaram pelo comando do time.

O Cruzeiro iniciou a primeira temporada na Série B com Adilson Batista, que havia assumido o time duas rodadas antes do fim do Brasileirão de 2019. O treinador foi substituído em março do mesmo ano por Enderson Moreira. No ápice da pandemia, Enderson preparou a equipe para o retorno do calendário esportivo que havia sido paralisado. No entanto, sua passagem durou menos de dois meses após o retorno do futebol no país.

Coube a Ney Franco assumir o cargo naquele momento, mas foi demitido após sete jogos e pouco mais de um mês à frente do clube. A partir daí, Felipão se tornou a bola da vez. O renomado treinador fez exigências para fechar com o Cruzeiro, veio com a missão de tirar o time do Z-4, e nunca reforçou o discurso do acesso. As promessas de salários em dia - principal pedido do treinador - não foram cumpridas pela diretoria celeste, e Scolari deixou o time antes mesmo do último jogo do Cruzeiro na Série B.
Ano novo, velho roteiro

Em 2021, o Cruzeiro optou pela juventude de Felipe Conceição. O treinador iniciou a temporada montando o time, sugerindo contratações e com boas expectativas devido, principalmente, aos trabalhos realizados no América-MG e no Guarani. Não durou. Conceição não resistiu à queda na terceira fase da Copa do Brasil para o Juazeirense e às duas derrotas consecutivas no começo da Série B.

O Cruzeiro tentou seguir a mesma linha e trouxe Mozart Santos para substituir Conceição. O treinador havia feito um trabalho interessante de arrancada pelo CSA, no ano anterior, levando o time a quinta colocação na Série B passada. Foram 13 jogos, apenas duas vitórias, e mais um trabalho interrompido para a chegada de outro renomado técnico: Vanderlei Luxemburgo.

No Cruzeiro, Luxemburgo deu esperanças de que poderia ajeitar a casa. O time passou a ser mais competitivo no início do trabalho, mas não conseguiu as importantes sequências de vitórias que eram primordiais para o acesso. Ainda que o objetivo não tivesse sido alcançado, a antiga diretoria optou pela renovação do treinador - agora barrada por Ronaldo, que é quem vai gerir o futebol, de fato, após a compra dos 90% das ações do clube.