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Torcedora denuncia caso de assédio e descaso de funcionários do Mineirão

Mineirão é palco de dois casos de assédio sexual em uma única semana, com denúncias de despreparo de funcionários - Staff Images / CONMEBOL
Mineirão é palco de dois casos de assédio sexual em uma única semana, com denúncias de despreparo de funcionários Imagem: Staff Images / CONMEBOL

Do UOL, em São Paulo

11/11/2021 13h03

Era para ser uma noite alegre para Débora Cotta, torcedora do Atlético-MG, mas a experiência de ver seu time vencer o Corinthians por 3 a 0 acabou envenenada por um caso de assédio sexual dentro do Mineirão. Em relato publicado nas redes sociais, ela afirma não ter tido qualquer auxílio dos funcionários do estádio após ter sido beijada à força por um homem.

A torcedora conta que o caso aconteceu durante a partida, nas dependências do Mineirão. "Um homem veio até mim, me agarrou e me deu um beijo na boca à força. Logo ele saiu correndo, eu fui atrás, e na hora da raiva eu o bati com chutes e socos", afirma. Ela diz ter acionado funcionários do estádio, que teriam se negado a ajudar.

"Solicitei ajuda dos guardas do Mineirão, e o que me disseram foi 'você tem testemunha? Onde está o cara?'. Falei que ele tinha corrido, e que eu precisava que eles fizessem algo. A resposta foi 'procure a polícia'", conta.

É o segundo caso de assédio sexual dentro do Mineirão só nesta semana. Na quarta-feira passada (3), durante Atlético-MG x Grêmio, um homem passou a mão no corpo de uma torcedora, que teve sua denúncia ridicularizada por funcionários do estádio.

Diante da repercussão do caso de ontem, o Mineirão se posicionou em nota oficial para dizer que está recolhendo mais informações com a vítima e "apurando a denúncia junto à equipe de segurança contratada". A administração do estádio ainda diz que "vem aprimorando o treinamento" dos prestadores de serviço para melhor acolher as vítimas de casos como este.

Confira a íntegra do relato da torcedora:

"Estou vindo aqui contar pra vocês a péssima experiência que eu tive hoje no bar do Mineirão. No começo do segundo tempo, fui buscar cerveja quando um homem veio até mim, me agarrou e me deu um beijo na boca à força. Logo ele saiu correndo, eu fui atrás, e na hora da raiva eu o bati com chutes e socos. E pasmem, enquanto eu gritava que ele tinha acabado de me agarrar, a única pessoa que me ajudou foi uma moça, que me abraçou e me levou até os guardas. Solicitei ajuda dos guardas do Mineirão, e a resposta que eles me deram foi "você tem testemunha? Onde está o cara?". Falei que ele tinha corrido, e que eu precisava que eles fizessem algo. A resposta foi "procure a polícia". Essa foi a assistência que o Mineirão me deu. Descaso total. Algum tempo depois, eu chorando, desesperada, veio um guarda até mim e me levou até a polícia. Lá eu fiz B.O., e na mesma hora a polícia pegou as câmeras do Mineirão e conseguiu resgatar as imagens do assédio. O policial que me atendeu foi o mesmo que atendeu o caso de assédio da semana passada, no jogo Galo x Grêmio, onde o Mineirão teve o mesmo descaso com a moça assediada. Nunca tinha passado por algo assim, e não desejo isso pra ninguém. Estou com um sentimento que não sei explicar. E o descaso do Mineirão com essa situação me deixou pior."