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Fla vai do céu ao inferno e vê Libertadores como última chance de salvação

Leo Burlá e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/10/2021 04h00

Eliminado na Copa do Brasil com direito a atropelo do Athletico, o Flamengo mostra sinais de derretimento justamente na reta de chegada da temporada.

Após a derrota por 3 a 0 para os paranaenses, o Fla viu escorrer mais uma chance de taça pelos dedos e está muito perto de ter apenas a Libertadores como tábua de salvação para um ano que se anunciava glorioso.

Com o Brasileiro muito a perigo, o time viu o líder Atlético-MG abrir 13 pontos e ficar muito, muito próximo da volta olímpica. Ironicamente, o próximo compromisso rubro-negro é justamente diante do Galo, e um novo revés pode ser fatal em uma missão que já soa quase impossível.

"Nós temos chances no Brasileiro, mas é óbvio que são remotas. A gente vai brigar e vai ajeitando o time para a final da Libertadores. Quando fui contratado, estávamos em três competições. Infelizmente, saímos hoje da Copa do Brasil. Estou chateado, o grupo está chateado. Temos algumas possibilidades ainda no Campeonato Brasileiro e estamos na final da Libertadores."

O tropeço contra os paranaenses foi o quarto jogo seguido sem vitórias e faz com que o trabalho de Renato Gaúcho fique sob intenso holofote. Com a fatura já liquidada no Maracanã, a torcida hostilizou o técnico e cantou o nome de Jorge Jesus.

A crise no Ninho do Urubu, no entanto, extrapola os muros do centro de treinamento e ecoa na Gávea. No dia a dia de conselheiros e sócios, a performance do departamento médico e dos preparadores físicos é questionada. Antes da última partida, uma faxina era vista como improvável, mas fato é que o ambiente vai se esfacelando a cada insucesso. O comandante voltou a citar as lesões em série e chamou para si a responsabilidade pelo fracasso.

"Se eu falar de desgaste físico, as pessoas vão falar que eu estou dando desculpas. Não tem desculpas. A gente joga uma decisão a cada três dias, os jogadores às vezes estão em boa fase, às vezes em má fase. Acontece, mas a culpa é toda minha. Isso (continuidade do trabalho) é com a diretoria", disse ele, que completou:

"A gente tem que jogar, tem que melhorar, a gente sabe disso, continuar se dedicando, porque esse time é um time que se dedica, faz treino em casa, treina a mais, sempre quer mais. Então, não é uma derrota que vamos jogar tudo para o alto. Entendemos a torcida, sabemos que é decepcionante."

O Flamengo abriu a contagem regressiva e tem exatamente um mês para encarar o Palmeiras, dia 27 de novembro, em Montevidéu, em jogo que pode significar depressão ou redenção. O coro dos descontentes com Renato ganha corpo na arquibancada, e a cúpula de futebol tem um abacaxi para descascar nos próximos dias.