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Evra revela ter sofrido abuso sexual de professor aos 13 anos

Patrice Evra anunciou a aposentadoria do futebol - PAUL ELLIS/AFP
Patrice Evra anunciou a aposentadoria do futebol Imagem: PAUL ELLIS/AFP

Colaboração para o UOL

22/10/2021 14h48

Patrice Evra, ex-lateral do Manchester United e da Seleção Francesa, revela ter sido abusado sexualmente por um professor aos 13 anos de idade. O francês, que jamais havia mencionado a história, conta detalhes do ocorrido em sua autobiografia — intitulada "I Love This Game".

Na época do assédio, Evra morava na residência de seu professor, que teria oferecido um quarto vago a fim de facilitar a ida do jovem ao colégio.

"O professor, acreditando que eu tinha dormido, colocou suas mãos por baixo do meu edredom e tentou me tocar. Eu sabia que ele estava fazendo algo errado, então tentei empurrá-lo e socá-lo. Não houve palavras faladas no escuro, mas ele estava se tocando e ficando excitado com o que estava acontecendo", conta em um trecho do livro.

Na última noite que Evra passou na casa, no entanto, o professor "finalmente teve sucesso": "Ele colocou meu pênis na sua boca", conta o ex-lateral.

O ídolo do Manchester United revela também que teve a oportunidade de levar o caso a público anos mais tarde, mas não o fez pois já "era famoso" e teve "medo da reação".

"Quando eu estava jogando pelo Monaco, a polícia me ligou. Algumas crianças haviam reclamado deste homem, e a polícia queria saber se ele havia tentado fazer algo comigo. Porque eu era famoso e estava com medo da reação, eu menti e disse não", relembra o ex-atleta.

Hoje com 40 anos, o francês "não consegue dizer o quanto se arrepende disso" e resolve jogar luz sobre o ocorrido a fim de ajudar pessoas que vivem experiências parecidas. Em entrevista ao The Times, ele ainda conta que sua mãe só tomou conhecimento da história há duas semanas.

"A primeira coisa que minha mãe disse foi: 'se você não processar ele, eu vou; se ele ainda estiver vivo, eu vou matar ele". Havia muita raiva. Eu sei que minha mãe e pessoas da minha família vão pesquisar e ver se podem processar. Mas eu enterrei essa coisa tão profundamente que eu não penso sobre isso [processo]", completa Patrice Evra.