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Corinthians atropela o Palmeiras e ganha o Brasileiro Feminino pela 3ª vez

Maria Victoria Poli

Do UOL, na Neo Química Arena

26/09/2021 22h58

O Corinthians dominou o Palmeiras e, com uma atuação muito superior na Neo Química Arena, venceu por 3 a 1 a grande final do Brasileiro Feminino. Como também havia vencido na ida, por 1 a 0, a equipe do Parque São Jorge conquista, neste domingo (26), seu terceiro título do torneio —o Timão também levou a melhor em 2018 e 2020.

Mesmo com a vantagem conquistada na ida, o time da casa se impôs desde o início. Agustina, contra, Adriana e Vic Albuquerque, de bicicleta, marcaram para o Alvinegro ainda antes do intervalo. Na etapa complementar, Camilinha conseguiu descontar para as visitantes.

Após a festa do título, o Corinthians volta a campo pelo Paulista Feminino, onde também é líder, com 16 pontos. Na quarta-feira (29), às 19h, o clube recebe Pinda, no Parque São Jorge, pela sétima rodada. No mesmo dia, às 15h, o Palmeiras tenta, no estadual, se recuperar do vice no Brasileiro. O Verdão visita o Bragantino em Jarinu.

Quem foi bem: Gabi Zanotti

O time inteiro do Corinthians fez uma partida brilhante. No entanto, o destaque vai para a meio-campista Gabi Zanotti, que dominou o setor. Perfeita na marcação, impecável na criação de jogadas e certeira na hora de driblar, a jogadora conseguiu destaque ainda maior.

Quem foi mal: Agustina

O Verdão terminou a primeira fase do torneio com apenas 13 gols sofridos, sendo a melhor defesa ao lado do Corinthians. Porém, nada funcionou na decisão no setor defensivo das visitantes nesta decisão. A zagueira argentina Agustina, que marcou um contra e também falhou no início da jogada do segundo, foi a pior.

Avassaladoras

Os primeiros 20 minutos de jogo até que foram equilibrados. Júlia Bianchi, do Palmeiras, acertou um belo chute de fora da área e Adriana respondeu para o Corinthians ao ficar cara a cara com a goleira. Mas, depois disso, o Corinthians dominou completamente a partida.

Adriana partiu em velocidade pela direita aos 22, deixou a goleira Jully na saudade e rolou para o meio. A argentina Agustina veio toda afobada para a bola e acabou mandando contra a própria meta para abrir o placar.

O gol fez com que as palestrinas se perdessem por completo em campo. Yasmim roubou a bola de Agustina no meio-campo e deu um lindo toque para Gabi Portilho, na entrada área. Contudo, a bola chegou em Adriana, que vinha chegando com tudo na direita. De cara para o gol, ela só calibrou o pé e saiu correndo para o abraço.

Se o segundo gol foi bonito, o terceiro foi uma pintura. Vic Albuquerque recebeu dentro da área e teve tempo para dominar no peito e emendar uma bicicleta. A bola entrou no cantinho esquerdo de Jully, que correu para tentar, sem sucesso, evitar o terceiro gol.

Calma após o intervalo

Duda Santos, que deixou a partida contra o mesmo Corinthians, pelo Paulista, machucada na quarta (22) veio para o segundo tempo. A entrada da jogadora era uma tentativa do técnico Ricardo Belli de ainda buscar algo na partida, que estava completamente desfavorável.

Com quatro gols de vantagem no agregado, o Corinthians não saiu tanto para, entretanto seguiu levando perigo. Vic Albuquerque recebeu sozinha, correu até a entrada da área e marcou mais um aos 13 minutos. Mas a arbitragem anulou, anotando impedimento no lance.

Palmeiras diminui

O Verdão foi valente e não desistiu em nenhum minuto, mesmo estando muito atrás do marcador. O gol de honra veio aos 28 minutos, nos pés de Camilinha. A atleta acertou uma bomba de fora da área no travessão. A bola só pingou dentro do gol e saiu.

A partida seguiu equilibrada nos minutos finais, com os dois clubes sem tanto fôlego. A boa vantagem corintiana não deu margem para qualquer sustou na grande decisão.

Duas vezes Corinthians no final de semana

Foi uma jornada para os corintianos se orgulharem. Depois do triunfo do time masculino no sábado, por 2 a 1, também na Neo Química arena, 24 horas depois veio a conquista de um caneco nacional.

Técnica da seleção de olho

A técnica Pia Sundhage e comissão técnica da seleção brasileira, os presidentes do Corinthians e do Palmeiras e o presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues, estiveram na arquibancada da Neo Química Arena para acompanhar a decisão.

E a imprensa também

A CBF registrou 224 pedidos de credenciamento para a decisão do Brasileiro feminino, o dobro de pedidos para o primeiro jogo (112). O número também é quase o dobro do pedido de credenciamento para o dérbi de ontem (25), que teve 118 pedidos, pela 22ª rodada do Brasileirão masculino.

Apito impecável

Edina Alves Batista teve uma atuação impecável no comando da partida. A árbitra, com auxílio de Neuza Ines Back e Fabrini Bevilaqua Costa nas bandeiras comandou o jogo de maneira impecável. As jogadoras, de ambas as equipes, pouco reclamaram e também ajudaram muito no ritmo do duelo.

Artilheira fica fora

A artilheira do Campeonato Brasileiro de 2021 é Bia Zaneratto, com 13 gols, além de 13 assistências em 15 jogos. A atacante e camisa 10 ex-Palmeiras, que defendeu a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, tinha contrato de empréstimo com o Alviverde até o meio do ano, mas não houve acordo com o Wuhan Xinjiyuan, time ao qual pertence, da China.

Ficha técnica

CORINTHIANS 3 x 1 PALMEIRAS
Data: 26/09/2021
Local: Neo Química Arena, em São Paulo (SP);
Hora: 21h (de Brasília);
Árbitra: Edina Alves Batista (SP);
Auxiliares: Neuza Ines Back (SP) e Fabrini Bevilaqua Costa (SP);
VAR: Daiane Caroline Muniz dos Santos (SP).

Gols: Augustina, contra aos 22', Adriana, aos 32', e Vic Albuquerque, aos 37' do primeiro tempo para o Corinthians e Camilinha, aos 28' do segundo tempo para o Palmeiras.

Cartões amarelos: Júlia Bianchi (PAL).

Corinthians: Kemelli; Katiuscia, Erika, Giovana Campiolo e Yasmim (Juliete); Ingryd (Diany), Gabi Zanotti (Grazi), Gabi Portilho (Miriã) e Tamires; Vic Albuquerque (Jheniffer) e Adriana. Técnico: Arthur Elias.

Palmeiras: Jully; Bruna Calderán (Rafa Andrade), Agustina, Thaís e Camilinha; Júlia Bianchi, Tainara (Duda), Ary Borges e Katrine (Otília); Chú e Carol Baiana. Técnico: Ricardo Belli.