Lanús x Grêmio teve drone espião, guerra política e confusão até gandula
Cícero decidiu em Porto Alegre, Fernandinho brilhou em Buenos Aires e Luan fez o golaço que coroou o terceiro título da Copa Libertadores do Grêmio, em 2017. Mas a final contra o Lanús-ARG também foi marcada por episódios extracampo. Adversários de novo hoje (29), na Copa Sul-Americana, os clubes viveram dias de tensão naquele novembro. Os clubes se reencontram às 21h30 (horário de Brasília) no mesmo estádio daquela final.
Houve escândalo midiático com a revelação de um espião contratado por Renato Portaluppi, que filmou treinos de adversários com ajuda de drone, batalha política nos bastidores e até provocação de gandula que virou capa do jornal Olé, diário esportivo mais popular da Argentina.
Tudo começou dois dias antes do jogo de ida, em Porto Alegre. A ESPN Brasil revelou os serviços de um observador terceirizado ao Grêmio. André Banchi era contratado a pedido de Renato Gaúcho para filmar treinos de outros times, inclusive as atividades com portões fechados. Um dos recursos do profissional era captar imagens com ajuda de drone.
O caso chegou até Buenos Aires e caiu como uma bomba. O Lanús se incomodou, chegou a ensaiar um reclame oficial à Conmebol, mas não foi adiante. Renato, na véspera da final na Arena do Grêmio, admitiu o caso.
"O mundo é dos espertos", justificou o treinador, que depois pediu para se retratar e mudou a frase sobre o polêmico recurso.
Em campo, o Grêmio venceu o Lanús por 1 a 0 e saiu irritado. A bronca foi com a arbitragem, que aplicou o terceiro cartão amarelo em Walter Kannemann e não atendeu ao pedido de pênalti em Jael, nos minutos finais. A diretoria gremista chegou a ir ao Paraguai pedir a suspensão da advertência ao zagueiro argentino, mas não levou.
Depois de não ter sucesso na Conmebol, o Grêmio passou a temer a influência da AFA (Associação de Futebol Argentino) nos bastidores. Nicolás Russo, presidente do Lanús, era um dos integrantes da Conmebol à época. O temor nunca teve indícios claros, mas agitou os bastidores entre uma quarta-feira e outra. Até que chegou a véspera da decisão na Argentina.
Na visita ao estádio da grande final, o Grêmio flagrou Héctor Baldassi, ex-árbitro argentino, como integrante da comissão de arbitragem da partida. O clube correu para gravar vídeos que comprovaram a presença de Baldassi no estádio e contatou a Conmebol, citando artigo do regulamento que proibia integrantes do estafe com mesma nacionalidade dos times finalistas.
No dia da grande final, Lanús, Grêmio e Conmebol não se acertaram sobre logística. Especialmente de jogadores fora do jogo, mas permitidos pelo regulamento, e diretoria. Kannemann, Douglas e Maicon (fora da grande decisão), chegaram a perambular pelo estádio à procura de local para acompanhar o duelo. A diretoria foi acomodada em uma cabine de transmissão, do lado oposto do vestiário, e circulando pelo meio da torcida adversária.
Ao final do jogo, o Grêmio ainda provocou o Lanús nas redes sociais. Um dos gandulas do jogo de ida, funcionário do clube, apareceu segurando bola com a legenda "Nosso gandula com a bola que Andrada (goleiro do Lanús) queria". Tudo por conta de uma passagem do jogo em Porto Alegre, onde o camisa 1 do time argentino reclamou da reposição e chegou a chutar o auxiliar de campo. O episódio não constou em súmula. A provocação, no entanto, foi parar nas páginas do jornal Olé. A manchete, no entanto, era bem maior e não tinha provocação. Só contava o que aconteceu em campo. E foi o suficiente.
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