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OPINIÃO

Mauro: "Renato Portaluppi tira proveito da idolatria do torcedor por ele"

Do UOL, em São Paulo

18/12/2020 18h26

O Grêmio viu sua série invicta na temporada ir embora ao ser goleado pelo Santos por 4 a 1 no segundo jogo pelas quartas de final da Libertadores, sendo o segundo ano seguido que o time se despede da competição com uma derrota de margem larga de gols, mas Renato Portaluppi ressaltou o fato de o time ainda estar vivo na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro.

No podcast Posse de Bola #83, Mauro Cezar Pereira questiona as declarações do treinador após a derrota para um adversário que tinha desfalques importantes e afirma que o clube deveria ter um olhar mais crítico ao trabalho do treinador e cobrá-lo para que o time entregue mais, o que acaba não ocorrendo devido à idolatria que Renato tem no clube.

"Sempre vale um olhar mais crítico, há muito tempo já vale, mas o Renato de certa forma tira um proveito da idolatria do torcedor do Grêmio por ele, é o maior ídolo do clube, então, para o Renato, na visão de alguns, tudo pode, inclusive tomar de cinco e depois alegar que o adversário gastou R$ 200 milhões", diz Mauro Cezar.

"O argumento, e vira e mexe ele fala isso 'não, porque gastou R$ 200 milhões', aí cita o Palmeiras de passagem também, que eles têm obrigação de ganhar, como se tudo se resumisse ao dinheiro, não é, o dinheiro pesa, mas se fosse assim o Real Madrid iria ser campeão de tudo o tempo todo, o Manchester United nunca perderia nada na Inglaterra, é o time mais rico da Inglaterra, e está lá com dificuldades já há algum tempo", completa.

O jornalista afirma que o presidente Romildo Bolzan deveria cobrar o técnico e que o argumento de estar na Copa do Brasil não se sustenta pelo fato de o clube não ter sido desafiado por adversários de primeiro escalão em sua campanha, tendo passado pelo Juventude e o Cuiabá, times que estão na Série B do Brasileiro.

"O Renato precisa ser questionado, mas aí eu acho que é uma tarefa principalmente para o presidente Bolzan. Chamar o Renato e conversar com o Renato, ter uma conversa profissional, não pode o Grêmio viver, entendo eu, com essa situação. 'O Renato a gente não mexe'. Aí o Renato chega depois do jogo e fala 'estamos classificados na Copa do Brasil e estamos no Brasileiro'", diz Mauro Cezar.

"No Brasileiro a campanha não é para bater no peito e se orgulhar. E na Copa do Brasil, vamos combinar, assim como o Palmeiras fez um caminho muito fácil, a carne assada que foi servida para o Palmeiras foi um churrasco daquele bem macio para o Grêmio, porque pegou o Juventude e até teve certa dificuldade, e o Cuiabá, dois times da Série B", completa.

O colunista do UOL diz que não quer dizer que a conquista de um título possa ser desmerecida pelo fato de ter enfrentado adversários mais fracos, mas que o uso como justificativa após a eliminação na Libertadores não se sustenta.

"O Grêmio pegou dois times da Série B no caminho, então nada mais que a obrigação, não dá para ele falar 'estamos na semifinal' porque o caminho não foi tão difícil. Isso não tira o time da semifinal e nem tira o mérito se for campeão, mas não tem motivo nenhum para ele se orgulhar de estar na semifinal, ele cumpriu um protocolo, uma obrigação, tinha que eliminar essas duas equipes da segunda divisão", opina Mauro.

"É bem estranho, porque era uma série invicta, mas esses últimos jogos, o jogo do empate com o Santos não foi bom, empatou melancolicamente no sábado sem gols com o Goiás, que até saiu da lanterna ao conseguir esse pontinho, e tomou um sacode do Santos cheio de problemas, sem o Pituca, sem o Soteldo, não tem o Sanchez, que está machucado há um tempão. É para questionar mesmo e esse questionamento é profissional, faz parte, é do jogo, mas eu não sei se no Grêmio alguém vai ter coragem de mexer com o Renato", conclui.

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