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Bastidores do Atlético-MG esquentam em momento decisivo do Brasileirão

Grupo dos 4 R"s é formado por Rafael Menin, Renato Salvador, Rubens Menin e Ricardo Guimarães, os mecenas do Galo - Reprodução/Twitter
Grupo dos 4 R's é formado por Rafael Menin, Renato Salvador, Rubens Menin e Ricardo Guimarães, os mecenas do Galo Imagem: Reprodução/Twitter

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

18/12/2020 04h00

O efeito da derrota do Atlético-MG para o São Paulo no Campeonato Brasileiro foi imediatamente sentido na tabela de classificação, com o Tricolor paulista, líder com 53 pontos, abrindo sete pontos de distância para o Galo, que se mantém na segunda colocação.

O time de Jorge Sampaoli, no entanto, pode ser ultrapassado pelo Flamengo, domingo (20), no jogo contra o Bahia, no Maracanã. O resultado negativo atingiu em cheio também a matemática alvinegra pelo tão sonhado título nacional num momento de movimentações políticas que vão se intensificando nos bastidores do clube.

O revés no Morumbi manteve abaixo dos 8% — mais especificamente em 7,7% — as chances de conquista por parte dos mineiros. Em um comparativo entre arquirrivais, apesar de estarem em divisões diferentes, o Cruzeiro, décimo colocado na Série B, tem mais chances de acesso (8,2%) do que o Galo de ser campeão na Série A.

Além dos problemas a serem corrigidos em campo pelo técnico Jorge Sampaoli, que terá um tempo maior de preparação antes do próximo jogo, contra o Coritiba, marcado para um dia depois do Natal, será preciso blindar o elenco dos efeitos da transição presidencial no clube.

Futuro presidente, Sérgio Coelho assumirá o cargo que hoje é ocupado por Sérgio Sette Câmara, que finaliza seu mandato em 31 de dezembro. O novo mandatário já afirmou que deseja manter Sampaoli à frente do time. E mais, Coelho tem vontade de esticar o contrato do argentino até 2022, já que o vínculo atual termina no fim do ano que vem.

Porém, o atual vice-presidente atleticano, Lásaro Cândido da Cunha, em mensagem pelo Twitter, fez questionamentos ao comando técnico do Galo. O que aponta diferenças entre parte da diretoria e o atual treinador.

"O comando técnico merece avaliação detalhada da nova administração; o futebol precisa de estabilidade e segurança, mas quem o detém tem que se submeter a cultura vencedora do clube, suas tradições, compartilhar decisões, corrigir erros, etc. Ninguém está acima do clube (sic)", publicou.

Não é segredo que o temperamento forte e o estilo de trabalho de Sampaoli, sem aceitar tantas ordens, não são bem-vistos por muitos. E não só no Atlético-MG, foi assim também no Santos, no ano passado. Algumas diferenças de pensamentos podem promover trocas mais profundas no departamento de futebol a partir da próxima gestão.

A permanência de Alexandre Mattos não está cravada em 2021, mesmo o dirigente tendo contrato com o Galo. Sérgio Coelho disse em sua primeira coletiva que conversaria com todos os funcionários de cargos diretivos para tratar particularmente sobre cada caso. Em nenhum momento cravou a permanência do diretor de futebol, como chegou a fazer com a situação do treinador.

E a chegada de um novo "homem forte" para o futebol alvinegro aumentaram os indícios de uma eventual saída. Renato Salvador, um dos integrantes do grupo dos "4 R's", que conta ainda com os mecenas Rubens Menin, Rafael Menin (Donos da MRV Engenharia) e Ricardo Guimarães (dono do banco BMG), ganhará papel preponderante dentro do futebol a partir de 2021.

"O futebol é uma estrutura. Temos no futebol o presidente, uma pessoa que vai estar ao meu lado, que é o Renato Salvador, ajudando a tomar as decisões e a cuidar do futebol junto comigo, temos o diretor de futebol, hoje temos o gerente, que é o [Gabriel] Andreata, e temos o treinador", disse Sérgio Coelho, em entrevista ao portal Fala Galo.

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