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Rollo conversará com Conselho do Santos para travar ida de Pituca ao Japão

Presidente em exercício, Orlando Rollo não deseja negociar Diego Pituca ao futebol japonês - Ivan Storti/Santos FC
Presidente em exercício, Orlando Rollo não deseja negociar Diego Pituca ao futebol japonês Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

17/12/2020 04h00

O presidente do Santos, Orlando Rollo, solicitará ao Comitê de Gestão, em reunião na manhã de hoje (17), a retirada da pauta que debateria a possível venda de Diego Pituca ao Kashima Antlers, do Japão, por US$ 1,2 milhão (R$ 6,1 milhões), no mercado da bola.

O dinheiro da negociação seria utilizado para honrar os compromissos com o elenco até o fim da gestão, que se encerra em 31 de dezembro. Entretanto, diante da classificação para a semifinal da Libertadores, o clube vai embolsar US$ 2 milhões (R$ 10,17 milhões), o que possibilitará o pagamento dos débitos com os atletas.

O mandatário explica, em entrevista ao UOL Esporte, o que será feito com a nova receita na Vila Belmiro: "Colocar o Diego Pituca à venda seria nosso plano B caso a gente não passasse de fase para colocar em dia os salários. Com isso, os jogadores entraram leve em campo. Tem uma diferença enorme eles saberem que precisam ganhar, outra é saber que independe da questão financeira. Eu nunca quis vender jogador nenhum, no caso do Pituca, do Lucas Veríssimo por exemplo. Era estratégia de gestão para os jogadores verem que a gente estava se esforçando ao máximo para honrar os compromissos financeiros com eles".

"A gente vai conversar com a CBF, com a Conmebol, com a Federação Paulista, adiantar o quanto antes os valores e poder honrar os pagamentos até o final do ano com os atletas", acrescentou.

Orlando Rollo reforça a promessa de que tentará segurar os atletas do atual elenco até o fim da participação da equipe na Libertadores. O dirigente volta a citar o caso de Diego Pituca:

"A gente fará o possível para não vender jogadores. Amanhã [hoje] há uma reunião do Comitê de Gestão, vou participar de forma virtual. A minha intenção é tirar a venda do Pituca da pauta. A questão do Pituca, a gente só aventou colocá-lo à venda se não se classificasse. Temos que agradecer ao presidente [do Conselho Deliberativo] Marcelo Teixeira, que aceitou marcar essa reunião estrategicamente um dia depois do jogo para os atletas verem que estavam respaldados se não obtivessem o resultado positivo dentro de campo. A ideia era mostrar que a gente faria o máximo para garantir a questão financeira dos atletas. A venda do Pituca seria para pagá-los", comentou.

Outra promessa do atual mandatário santista é deixar as contas em dia. Alguns atletas chegaram a ter até quatro meses de direitos de imagem atrasados. Os valores em carteira (CLT) do último mês não foram completamente pagos, restando 30% ainda a acertar.

"Estamos deixando as questões financeiras principais em dias. O abismo financeiro do Santos era colossal, estamos usando os nossos atos de gestão com criatividade para buscar recursos. Estamos tentando deixar o Santos melhor para a próxima gestão e conseguindo o impossível, que é não vender jogador. A gente via como alternativa a venda de atletas, mas estamos segurando os jogadores para a próxima gestão. Para a próxima janela é iminente uma saída do Lucas Veríssimo, porque ele quer sair. Mas, se ele vencer a Libertadores, a próxima gestão pode conseguir até um valor maior que o cogitado agora", comentou.

Orlando Rollo, por fim, explica que já esperava entregar o Santos à próxima gestão, liderada por Andrés Rueda, com as contas em melhores condições que no período em que assumiu.

"Eu, a todo tempo, sabia da minha capacidade. Tenho pós-graduações na área de gestão do futebol. Eu sabia o poderio da nossa equipe, a capacidade eu sabia. Eu sempre falei que a gente teria que trabalhar duro, quase 24 horas por dia. Só com muito empenho a gente tiraria o Santos desse abismo. Eu quero aproveitar, fazer justiça e agradecer ao presidente que vai empossar em 1º de janeiro, o Andrés Rueda. Se ele não tivesse emprestado sem juros o dinheiro, a gente tomaria o primeiro transfer ban da Fifa e acumularia em uma sucessão de punições", declarou.

"O Andrés Rueda, o Comitê de Gestão, que trabalha 24 horas por dia, o Marcelo Teixeira, que marcou a reunião um dia após o jogo para tranquilizar os jogadores. Eu nunca gostaria de vender o Pituca, até porque o valor oferecido para vendê-lo — um milhão e seiscentos mil dólares por 50% — é um valor bom de mercado. Amanhã, na reunião do Comitê de Gestão, vou pedir para que tirem da pauta a venda do Pituca", concluiu.

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