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Por que Pedro ficou só 4 meses na Fiorentina e voltou para brilhar no Fla

Pedro exibe número da camisa após marcar pelo Flamengo contra o Goiás - Jorge Rodrigues/AGIF
Pedro exibe número da camisa após marcar pelo Flamengo contra o Goiás Imagem: Jorge Rodrigues/AGIF

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/10/2020 04h00

Entre ser apresentado como reforço da Fiorentina e vestir rubro-negro foram necessários apenas 135 dias. Anunciado pela Viola em setembro de 2019, o atacante Pedro não teve sucesso em sua primeira tentativa de viver o sonho europeu, mas refazer o caminho de casa recolocou o jogador do Flamengo entre os grandes do país e cada vez mais cotado para a seleção brasileira comandada por Tite.

O período em Florença foi breve, mas saudade de casa ou dificuldade extrema para adaptação ao novo país não foram exatamente as barreiras que fizeram o camisa 21 regressar. Neste curto período na Itália, o jogador teve de passar por um processo rígido de recondicionamento físico, já que vinha de recuperação de uma grave lesão no joelho sofrida ainda nos tempos de Fluminense.

Mesmo que já estivesse em atividade, o artilheiro não vivia um grande momento e isso dificultou sua caminhada. De volta ao Flu depois de mais de oito meses de inatividade, Pedro demorou para reencontrar a velha forma e chegou no novo clube distante do ideal. Neste meio tempo, o atleta defendeu a seleção no Torneio de Toulon, mas perdeu a vaga no decorrer da competição. A confiança também caiu.

Apesar do cenário um pouco desfavorável, a equipe de Florença desembolsou 11 milhões de euros (cerca de R$ 50,2 milhões na cotação da época) pelo negócio. Os dirigentes não contavam apenas com a resistência do técnico Vincenzo Montella, sempre cético em relação ao reforço. O clube aprontou um trabalho específico com duração de um mês, Pedro foi aprovado nos testes físicos, disputou jogos pela equipe B, mas nunca conquistou o coração do treinador, que sempre preferiu o atacante sérvio Dusan Vlahovic. A dificuldade golpeou Pedro, que somou apenas 59 minutos com a camisa do clube.

Pedro em ação pela Fiorentina  - Facebook/Fiorentina - Facebook/Fiorentina
Imagem: Facebook/Fiorentina

Havia, no entanto, um certo Rubro-Negro à espreita. Sonho de consumo do Fla desde o ano passado, o Flamengo acompanhou atentamente a situação do artilheiro, que sempre teve no técnico Jorge Jesus um fã confesso. Sem espaço na Itália, Pedro não hesitou quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, um chamado do clube do coração e a certeza de que voltar para casa era a melhor ideia.

Em pouco tempo de Ninho do Urubu, Pedro já colecionou as taças da Recopa Sul-Americana, da Supercopa do Brasil, do Carioca e soma 17 gols em 33 jogos. Com a lesão de Gabigol, assumiu ainda mais o protagonismo e resolveu os problemas de Domènec Torrent, que não se cansa de elogiar o camisa 21, um dos jogadores de trato mais fácil entre os colegas de elenco no dia a dia.

"Ele não só finaliza bem, ele traz coisas importantes. Quando temos problemas, podemos lançar para ele. É muito importante isto. Estamos contentes, especialmente com o Pedro. Ele, como todos, precisava melhorar fisicamente e está ajudando muito", disse Dome.

As palavras do espanhol encontram eco na diretoria, que já trabalha para ampliar o vínculo do centroavante. Emprestado até o fim de 2020, Pedro é prioridade na direção, que traça cenários. Inicialmente, a ideia é compor com os italianos a prorrogação do contrato, visto que a pandemia alterou o calendário, e o Fla não quer perder um de seus principais jogadores na reta final das competições.

O desejo, contudo, é pela compra definitiva dos direitos econômicos do atleta. Os rubro-negros já retomaram conversas com a Fiorentina e estudam a melhor forma de arcar com cerca de R$ 45 milhões para exercer a preferência.

Pelo empréstimo de um ano, o Rubro-Negro pagou 2 milhões de euros (13,3 milhões na cotação atual) aos florentinos, mas as bolas na rede e a alta performance são encaradas como investimento na Gávea. Para o Flamengo, o custo é todo dos adversários.