D'Ale perde protagonismo e tem média de 31 minutos por jogo no Brasileiro
D'Alessandro reconhece que vive um momento diferente de sua carreira. Aos 39 anos, o argentino — que recentemente conseguiu nacionalidade brasileira — sabe que está longe do protagonismo no time. E os números confirmam o baixo aproveitamento inédito até então no Internacional.
Olhar para os números de D'Ale no Brasileiro, inicialmente, significa se surpreender. Afinal são 12 jogos em 15 que o Colorado disputou, indicando presença frequente na equipe. Porém, a quantidade de minutos em campo rema contra a análise simplista.
Foram 370 minutos de jogo divididos nos 12 compromissos, totalizando aproximadamente 31 minutos em campo por partida. D'Ale começou jogando apenas três vezes, nos duelos contra Botafogo, Bahia e Goiás. A partida em que esteve em campo por mais tempo foi diante dos baianos, quando atuou até os 33 do segundo tempo. Nenhuma vez do início ao fim do jogo.
A pequena participação contrasta com os números recentes do armador. No ano passado, até a 15ª rodada do Brasileiro D'Ale tinha participado de apenas oito jogos. Titular do time, era preservado para os jogos da Libertadores. E ainda assim foi utilizado mais tempo. Foram 546 minutos, média superior a 68 por partida, sendo titular seis vezes.
Até mesmo em 2018, quando chegou a ser suplente, conviveu com uma lesão e suspensões, o gringo foi mais utilizado. Naquela temporada foram 325 minutos divididos em seis jogos nos primeiros 15 do Brasileiro. Média superior a 54 minutos por partida, sendo três desde o início.
No período em que esteve no River Plate, D'Alessandro também jogou período maior. Considerando apenas os compromissos pelo Campeonato Argentino foram 17 jogos entre a temporada 2015/2016 e 2016/2017 (a Argentina respeita o calendário europeu, D'Ale jogou lá de fevereiro a dezembro de 2016). Com 1.134 minutos, a média ficou acima de 66 por jogo.
O campeão de aproveitamento foi a Série B de 2017. Na ocasião o meia também jogou 12 dos 15 primeiros duelos, mas foram 965 minutos, mais do que o dobro do tempo na temporada 2020.
O começo do Brasileiro 2015 foi atípico para o gringo, mas o aproveitamento muito superior. Ele havia sofrido uma lesão e jogou apenas três dos primeiros 15 jogos do campeonato. Mas a média foi muito superior, já que esteve em campo 240 minutos, totalizando 80 por partida.
Nova posição e cuidados de Coudet
A pouca participação na equipe tem duas explicações. A primeira é técnica. Na avaliação de Eduardo Coudet, D'Alessandro disputa posição no ataque. Como requer que seus meio-campistas marquem a saída de bola rival e consigam recuar para ocupar espaço no campo defensivo rapidamente, o treinador não entende que D'Ale — seu amigo pessoal — possa ser alternativa por ali. Em nenhum jogo desta temporada o armador começou atuando no meio, apenas foi utilizado no setor em momentos específicos de jogos isolados.
No ataque, Coudet tem alternado jogadores como companheiros de Galhardo, que vive grande fase e é titular absoluto. D'Ale está atrás de Abel Hernández, Leandro Fernández, Yuri Alberto, Peglow e Pottker por não ter exatamente as características da função. Normalmente é utilizado em momentos de manutenção de posse, para garantir o resultado ou encontrar algum companheiro para puxar contra-ataques.
A segunda justificativa é a condição física. Se encaminhando para o fim da carreira, o entendimento da comissão técnica é que D'Alessandro, ainda que esteja acima do esperado para a idade que tem, se desgastaria rapidamente com a intensidade exigida pelos jogos em sequência.
Não será na próxima quarta-feira que o camisa 10 irá aumentar o número de minutos em campo. Suspenso pelo terceiro amarelo, ele sequer será alternativa diante do Sport, pela 16ª rodada do Brasileirão.
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