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Nova formação no dérbi coloca trabalho de T. Nunes em xeque no Corinthians

Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/09/2020 04h00

O técnico Tiago Nunes deve mexer na escalação inicial do Corinthians novamente para o clássico contra o Palmeiras, amanhã (10), às 19h15 (de Brasília), na Neo Química Arena, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. E mudar o time mais uma vez preocupa. O fato de o treinador não "achar" a formação ideal e, inclusive, não dar sequência a uma mesma escalação, colocam o trabalho do treinador em xeque.

A constante troca de escalações desde o início do trabalho mostra que o treinador não está convicto de suas decisões. Tiago Nunes só conseguiu repetir a escalação em sete dos 24 jogos oficiais do Corinthians em 2020.

Léo Natel, por exemplo, virou titular contra o Coritiba e se destacou na partida. O atacante abriu o placar da vitória por 3 a 1, além de mostrar velocidade e dribles em direção ao gol. Contra o Fortaleza na rodada seguinte, ele jogou bem, abusou do "um contra um" e arriscou dribles e finalizações. Mas ao ser discreto diante do São Paulo, Natel voltou para o banco de reservas.

As dúvidas também persistem em relação ao meia-armador: Araos e Luan alternam na equipe titular constantemente. O mesmo ocorre com a dupla de volantes: Cantillo e Camacho hoje são titulares, mas Ederson já brilhou com sequência de gols na reta final do Campeonato Paulista e perdeu a posição após poucos jogos discretos.

Na lateral-esquerda, Tiago Nunes também não mostra convicção. Desde a saída de Carlos Augusto, ele já apostou em Sidcley e Lucas Piton, este último teve boas atuações e pode, enfim, emplacar no setor. Mas vale ressaltar que o treinador vê Piton com deficiência na marcação. Qualquer erro do prata da casa pode ser falta para que Sidcley retome o lugar no time.

Além disso, Tiago Nunes deve se render ao bom desempenho de Otero nos últimos jogos. O venezuelano se destacou ao entrar no segundo tempo dos jogos contra Goiás e Botafogo. Em Goiânia, ele deu assistência para o gol de Danilo Avelar, que garantiu a vitória por 2 a 1 no final da partida. Na rodada seguinte, bateu falta, correu bastante e criou jogadas, além de marcar um gol de cabeça anulado.

O problema para Otero entrar é a confiança de Tiago Nunes em Ramiro. O volante foi titular jogando no lado direito, aberto, na reta final do Campeonato Paulista. Após atuações discretas, ele só foi para o banco de reservas contra o Fortaleza na quinta rodada do Brasileirão. Mas só ficou no banco nesse jogou e já voltou a ser titular na rodada seguinte.

"As escalações mudam como todas equipes mudam. Todas as equipes acabam tendo mudanças de um jogo para outro por vários aspectos. Pode parecer que não, mas estamos numa pandemia, teve parada de quatro meses, os jogadores estão jogando a cada três dias. E a memória curta faz esquecer estes detalhes. Temos cuidado para preservar atletas e trocar características de um jogador para outro. Mas temos cerca de 30 atletas e utilizamos os mesmos. Eu sou um treinador que costumo oportunizar todos a jogar. É importante para gestão do elenco, é importante para deixar todos motivos, é importante para valorizar o elenco do clube. Não precisar ter um time base durante o ano", disse Tiago após a vitória sobre o Goiás.

Antes e depois da parada

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Antes da parada dos torneios por conta da pandemia do coronavírus, Tiago só repetiu a mesma escalação em três momentos em 12 jogos, mas todas com variações entre elas. Logo na primeira e na segunda partida oficial da temporada, contra o Botafogo-SP e Mirassol. Em fevereiro, diante do Santos e do Guaraní-PAR e, depois nos duelos com São Paulo e Água Santa.

Após a parada, Tiago Nunes repetiu a escalação quatros vezes em 12 jogos. Foram em dois momentos diferentes, mas desta vez com uma sequência maior. Ele manteve o mesmo time por quatro confrontos seguidos, algo que ainda não havia acontecido. O treinador iniciou os jogos contra o Palmeiras e repetiu diante do Oeste. No entanto, mudou novamente o time para as quartas de final do Paulista, diante do Red Bull Bragantino. Na sequência, Tiago manteve a formação em mais três jogos: contra o Mirassol, na semifinal do Estadual, e nos dois jogos da final contra o Palmeiras. Depois disso, nunca mais repetiu uma escalação.