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Nutricionista do Figueira relata invasão em desabafo: 'Choro de dor moral'

Cíntia Carvalho, nutricionista do Figueirense - Reprodução/Twitter
Cíntia Carvalho, nutricionista do Figueirense Imagem: Reprodução/Twitter

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/09/2020 00h00

Cíntia Carvalho, nutricionista do Figueirense, usou as redes sociais para desabafar após os momentos de tensão vividos pelos atletas e funcionários do clube hoje, quando torcedores invadiram o treino da equipe no Orlando Scarpelli e tentaram agredir os atletas após mais uma derrota do time na Série B do Campeonato Brasileiro - desta vez para o Paraná Clube, por 1 a 0, em casa.

Cíntia relatou que há jogadores machucados e pediu um basta para agressões desse tipo no futebol. A nutricionista do clube pediu respeito aos profissionais do futebol e afirmou que seu choro no vídeo é por conta da dor moral, do carinho pelos atletas e pelo futebol.

"Sim, o Scarpelli foi invadido, nós fomos agredidos, agredidos fisicamente. Tem atletas machucados, como se não fôssemos seres humanos que merecem respeito. Isso tem que acabar. Essa história de torcedor ou de qualquer um achar que pode botar o dedo na cara de quem trabalha no futebol e dizer como as coisas tem que ser. Sem respeito. Tem que acabar", declarou.

"É um trabalho como de todos e ninguém no futebol bota o dedo na cara de ninguém para dizer se está ruim, bom, certo ou errado. A gente que está lá dentro é que sabe. A gente que sabe o que passa. Em 15 anos de futebol, o que eu passei hoje, eu nunca tinha visto. Eu choro de dor moral, amor pelos atletas. Eu choro pelo carinho que eu tenho por esse esporte, que não representa isso. Não somos nós que fazemos isso", continuou Cíntia.

"Agora estou na minha casa em segurança e espero que meus colegas também. Nós estávamos trabalhando. Quem trabalha no futebol não é vagabundo, trabalha sábado, domingo, feriado, trabalha para ter resultados positivos - nem sempre a gente consegue. Quem está lá trabalhando tem dignidade, família, pais, filhos e merece respeito. Não pode a gente estar trabalhando e, covardemente, o estádio ser invadido, a gente ser agredido física e moralmente porque um bando de desocupados se acha no direito de nos agredir, bater, quebrar nosso patrimônio. De nos desmoralizar como profissionais", completou.

O Figueirense é o 16º colocado da Série B do Campeonato Brasileiro com cinco pontos conquistados em sete jogos. O time está apenas a um ponto da zona de rebaixamento