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OPINIÃO

Mauro: "Muito ruim que incêndio seja pano de fundo para questões políticas"

Do UOL, em São Paulo

29/04/2020 12h00

O incêndio que matou dez jovens das categorias de base do Flamengo, em fevereiro do ano passado, foi tema de polêmica na última semana depois da declaração do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, de que a tragédia não ocorreria se ele ainda fosse o mandatário do clube. Ele foi rebatido em nota pela diretoria e em um vídeo pelo atual vice-presidente de futebol Marcos Braz.

No podcast Posse de Bola #30, Mauro Cezar Pereira lamenta que um caso em que houve a morte de pessoas seja usado de forma política dentro do clube rubro-negro.

"O Flamengo emitiu uma nota rebatendo, e o Marcos Braz foi com o pé no peito no sábado (25), atacando até duramente as palavras do ex-presidente. Esse assunto não pode ser tratado dessa maneira, morreram dez garotos ali, adolescentes. A gente não pode transformar isso numa briga política, em não está mais comigo, pelo amor de Deus", afirma Mauro Cezar (disponível no vídeo acima a partir de 51:32).

"Eu acho muito ruim que esse assunto seja pano de fundo para questões políticas. Acho até mórbido, macabro, mas prestem atenção ao detalhe. Dentro do Flamengo existe a seguinte situação: o Rodolfo Landim é de um grupo, Gustavo Oliveira, o Bap [Luiz Eduardo Baptista] são do grupo dele. O Marcos Braz não é desse grupo, gente, o Marcos Braz é um dirigente que já passou pelo Flamengo, foi vice da Patrícia Amorim lá atrás, em 2009. Não era também um cara exatamente abaixo da Patrícia Amorim, era de uma corrente que se uniu a ela", completa o jornalista.

Para Mauro, a proximidade de eleições para a presidência do Flamengo e a resposta dada por Braz a respeito das declarações de Bandeira de Mello podem colocar o atual vice de futebol em situação favorável politicamente no clube.

"E o governo do Landim é um governo de coalizão, ele se uniu a vários grupos para chegar ao poder. E o Marcos Braz ficou com a vice-presidência de futebol. Ele hoje é disparado o dirigente mais reconhecido pela torcida, porque ele é o cara do futebol, o cara que trouxe o Jorge Jesus e tal, e quando faz isso, ele se coloca como o cara que defendeu o Flamengo ou a atual direção, ou o que for, do que disse o ex-presidente. Então, pensem que no ano que vem tem eleição e juntem as peças", finaliza Mauro.

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