Moraes Moreira cantou o Flamengo, Zico e vestiu camisa rubro-negra em disco

"E agora como é que eu fico nas tardes de domingo sem Zico no Maracanã?"

O verso que abre a canção "Saudades do Galinho" soa como um lamento pela perda do ídolo para a Udinese (ITA) e reflete a ligação entre o compositor Moraes Moreira e o Flamengo. Morto na manhã desta segunda-feira (13), o cantor baiano viu vida e obra se misturarem com o Rubro-Negro.

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Natural de Ituaçu, Moraes se apaixonou pelo clube pelas ondas do rádio. Em participação no "Sportv", contou como nasceu a paixão de menino: "Eu ouvia as rádios Globo, Tupi, Mayrink Veiga, lá do interior. Conheci o Rio de Janeiro, Laranjeiras, tudo, conheci antes, lá. Eu sou Flamengo, não sou Bahia, nem Vitória".

A relação com o vermelho e preto ficou ainda mais estreita quando veio morar no Rio de Janeiro. Um dos líderes do conjunto "Novos Baianos", o compositor fez da casa da banda uma espécie de ponto de encontro de jogadores de futebol. Jairzinho, Afonsinho e Paulo César Caju eram alguns que frequentavam o espaço que ficou conhecido como "Solar da Fossa". O conjunto tinha nas peladas diárias um dos seus passatempos preferidos.

Já no embalo do esquadrão de Zico e companhia, Moraes lançou um frevo intitulado "Vitorioso Flamengo". Na canção, ele enaltece a categoria do time e ilustra um Maracanã hipnotizado pelo maior time da história do clube ("E a galera canta! / Flamengo eu sou teu fã / Grito de gol levanta / Sacode o Maracanã").

Em 1983, o cantor vestiu uma camisa do Flamengo para o material fotográfico que ilustra a capa do disco "Pintando o 8".

No ano do centenário do Fla, Moraes deu uma canja no disco "Uma vez Flamengo sempre Flamengo", projeto idealizado por Júnior. Na faixa "Flamengol", fez tabelinha musical com o Maestro.

Em seu aniversário de 70 anos, em julho de 2017, festejou a data com um show na sede da Gávea. Sob olhares de ídolos como Zico, Lico, Adílio e Rondinelli, tocou seus grandes hits em sua última ida ao local.