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O que explica os seis jogos sem gols, maior jejum da história do Cruzeiro

Seca de seis jogos sem balançar as redes é a maior em toda a história do Cruzeiro - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Seca de seis jogos sem balançar as redes é a maior em toda a história do Cruzeiro Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

01/08/2019 04h00

Além da eliminação da Copa Libertadores, o jogo contra o River Plate, na última terça-feira, também registrou outra marca negativa para o Cruzeiro. Sem balançar as redes nos 90 minutos, o time chegou a seis jogos seguidos sem gols e atingiu a pior sequência em toda a história. Os motivos para a seca de gols recente são muitos, desde a falta de entrosamento em alguns jogos até a estratégia do treinador, ou a tomada de decisão ruim por parte dos atletas.

Até então, o Cruzeiro havia ficado cinco jogos sem marcar gols em três ocasiões: temporadas de 1921, ano de sua fundação, 1939 e 1992. Hoje, o clube só marcou no primeiro jogo depois da volta da Copa América, mas passou em branco nas partidas contra o Botafogo (Brasileirão), Atlético-MG (Copa do Brasil), Bahia (Brasileirão), River Plate (duas vezes pela Libertadores) e Athletico Paranaense (Brasileirão).

Poucas e más finalizações

Sem finalização, não há gols. O primeiro motivo é que o Cruzeiro tem pouquíssimos chutes à meta rival dentro de uma partida, algumas vezes chegando a encerrar um jogo só com uma ou até nenhuma finalização. Nos dois confrontos contra o River, foram três finalizações certas, todas elas no Mineirão. Além disso, a média geral nas seis partidas de jejum é de 7,3 finalizações por jogo. Mas esse número cai para 1,8 quando contabilizados somente os chutes que foram em direção ao gol adversário.

Tomadas de decisões erradas

Se o Cruzeiro finaliza pouco, é preciso ser cirúrgico na hora de atacar. Mas um problema já recorrente no time tem sido essa última tomada de decisão dos jogadores: tocam no momento de finalizar ou chutam quando a melhor opção é passar a bola. O exemplo mais recente foi na última terça-feira, quando Marquinhos Gabriel recebeu de Fred em boa condição, mas tentou trazer a bola para o pé bom e acabou desarmado.

Estilo de jogo pouco ofensivo

Parte do baixo número de conclusões também pode ser explicado pelo estilo de jogo mais reativo adotado por Mano Menezes. Quando teve pouca posse de bola e jogou no erro do adversário, o time só conseguiu ser cirúrgico suficientemente na partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG, que, por coincidência, foi a última que o Cruzeiro marcou gols (3x0). Nos compromissos seguintes, a Raposa teve baixo volume ofensivo, criando no máximo duas chances reais de gol por jogo.

Passes errados complicam transações e ataques

Para um time que explora rápidos contra-ataques e descidas com poucos toques na bola, é preciso ter uma margem mínima de erro. E isso não tem acontecido nos últimos jogos. Seja contra o River ou em duelos anteriores, o Cruzeiro pecou demais na hora de sair jogando com seus volantes ou nos momentos de se aproximar do gol com seus pontas e meias. Como consequência, desperdiçou boas oportunidades de chegar com perigo.

Para se ter uma ideia, a equipe teve uma média de 83 passes errados nos últimos seis jogos. O menor índice em uma só partida foi de 56 passes incorretos (contra o Botafogo).

Falta de entrosamento do time reserva

Vale lembrar que das seis partidas sem gols, o Cruzeiro utilizou o time reserva em duas ocasiões: contra o Bahia e o Athletico Paranaense, ambas pelo Brasileirão. Como a equipe perdeu peças importantes recentemente, como Murilo, Lucas Silva e Rafinha, Mano precisou recorrer aos atletas do sub-20 ou recém-promovidos ao elenco principal. Em campo, a falta de entrosamento ficou bastante evidente que nem os suplentes mais conhecidos, como David e Sassá, conseguiram resolver os problemas do ataque.

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