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Atlético-MG ameniza ideia de austeridade e gasta mais de R$ 20 mi em 2019

Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG, abre os cofres do clube à procura de reforços - UOL
Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG, abre os cofres do clube à procura de reforços Imagem: UOL

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

19/02/2019 04h00

O Atlético-MG se aproxima de março com o elenco praticamente completo, mesmo que ainda busque um lateral esquerdo e um atacante. Com sete reforços anunciados - o último foi Rafael Papagaio -, a diretoria mudou totalmente o seu perfil no mercado da bola em relação ao início de 2018, primeiro ano da gestão de Sérgio Sette Câmara. Um dos pontos que ajuda é a venda de Emerson por 12,17 milhões de euros (R$ 51,26 milhões).

Em sua temporada de estreia à frente do clube, o presidente Sérgio Sette Câmara optou por gastos moderados na primeira janela de transferências e adotou um discurso de austeridade financeira: "Vivemos um momento difícil no futebol brasileiro, notadamente na área financeira. E somente com a participação de todos poderemos driblar as dificuldades. O Atlético tem uma folha salarial muito pesada que precisa ser readequada à realidade do clube. Mas com inteligência e criatividade", disse logo ao assumir o cargo.

A situação foi começando a mudar no decorrer de 2018 e foi completamente alterada no início deste ano. Depois de fazer contratações sem gastos elevados, o mandatário entrou em 2019 pagando mais de R$ 20 milhões para reforçar o elenco em pouco mais de um mês.

No primeiro bimestre do último ano, os mineiros anunciaram o mesmo número de reforços. Os moldes das contratações, porém, eram totalmente distintos. Até aquele momento, eram cinco jogadores por empréstimo, todos de forma gratuita. Arouca, Erik e Róger Guedes pertenciam ao Palmeiras e foram liberados para assinar com o Galo por 12 meses. Samuel Xavier deixou o Sport para ir a Belo Horizonte em acordo semelhante. O mesmo aconteceu com Tomás Andrade, que pertence ao River Plate, da Argentina.

Ricardo Oliveira estava livre do contrato que possuía com o Santos e poderia negociar com qualquer outro clube. O atacante chegou à Cidade do Galo gratuitamente. Iago Maidana assinou inicialmente por empréstimo, mas já havia um pré-acordo para que ele seguisse por mais cinco anos na capital mineira. Em troca, o Galo perdoou uma dívida do São Paulo, ex-clube do zagueiro, pela venda de Lucas Pratto ao River Plate.

Em 2019, a situação é muito diferente. No primeiro bimestre do ano, o Atlético tem gastos bem mais elevados. O clube desembolsou R$ 13 milhões para adquirir Igor Rabello, que era do Botafogo. O lateral direito Guga, que defendia as cores do Avaí, foi adquirido por 1,8 milhão de euros (R$ 7,6 mi). As duas contratações contaram com aporte financeiro. O Banco BMG ajudou no negócio do zagueiro, enquanto a TFM Agency (antiga Traffic) auxiliou na busca pelo lateral direito. 

Outro jogador que demandou um gasto da equipe foi Réver. No Flamengo, havia um acordo para que ele deixasse o clube em caso de proposta de salário superior ao contrato que tinha. No entanto, era preciso se acertar com o Inter, que detinha parte dos direitos econômicos. O valor pago ao Colorado não é divulgado, mas é inferior a R$ 1 milhão.

Jair chegou à Cidade do Galo devido ao perdão de uma dívida que o Sport possuía com o clube. O montante, avaliado inicialmente em R$ 1,3 milhão, era referente à compra de André pelos pernambucanos. No entanto, a cúpula atleticana alega que o valor corrigido era de R$ 1,7 milhão. As partes chegaram a um acordo no negócio.

Rafael Papagaio foi contratado por empréstimo de uma temporada pelos mineiros. O centroavante de 19 anos tem multa rescisória de 3,5 milhões de euros (R$ 14,8 milhões), mas não gerou gastos aos mineiros. Vinícius e Maicon Bolt estavam sem contrato antes de assinarem em definitivo. A dupla também chegou de graça à Cidade do Galo.

A diretoria já deu indícios da mudança de comportamento no decorrer da última temporada, quando foi às compras na janela do meio do ano. Com aporte de investidores, o clube foi à Ponte Preta para comprar o lateral direito Emerson. A princípio, os mineiros desembolsaram, por meio de parceiros, R$ 4 milhões para tirá-lo do Moisés Lucarelli. Posteriormente, foram pagos R$ 2 milhões à Ponte Preta. O clube ainda cedeu jogadores por empréstimo pagando a integralidade de seus salários - Nathan e Danilo Barcelos. O custo total da transação, incluindo a cessão de atletas, ficou em R$ 8,5 milhões.

O jogador foi vendido ao Barcelona, da Espanha, por 12,17 milhões de euros (R$ 51,26 milhões). O Galo ficará com 62,5% do valor total, o que equivale a R$ 32,03 milhões. O clube repassará à Ponte Preta 100 mil euros (R$ 421 mil). O clube de Campinas ainda receberá mais 200 mil euros (R$ 842 mil).

Yimmi Chará, de 27 anos, foi outro jogador que teve custo elevado. Ricardo Guimarães, ex-presidente do Atlético e proprietário do Banco BMG, financiou metade do negócio avaliado em US$ 6 milhões (R$ 22,4 milhões na cotação atual).

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