MP identifica pagamento de agentes a cartolas do Inter, diz jornal

A investigação do Ministério Público do Rio Grande do Sul nas contas do Internacional nos anos de 2015 e 2016 identificou pagamento de empresários a dirigentes. A informação foi divulgada pelo jornal Correio do Povo, que teve acesso a documentos obtidos pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) em quebra de sigilo bancário.
Segundo o Correio do Povo, o MP-RS localizou depósitos de agentes nas contas de Carlos Pellegrini, vice de futebol do Inter à época, e também nas contas de empresa ligada a Alexandre Limeira, então vice de administração do clube gaúcho.
O jornal afirma que a investigação em curso desde 2017 encontrou comprovantes de repasse de dinheiro a Pellegrini após a contratação de Paulo Cezar Magalhães, lateral direito que assinou com o Inter após deixar a Universidad de Chile. O depósito foi realizado pelo tio e procurador do jogador, segundo a apuração dos investigadores. Paulo Cezar recebeu R$ 150 mil de luvas pelo contrato assinado com o Inter e dois dias depois, houve depósito de R$ 30 mil nas contas de Carlos Pellegrini, de acordo com o GAECO.
Ainda de acordo com o jornal Correio do Povo, o Ministério Público do Rio Grande do Sul tem documentos que comprovam repasse de outros empresários aos dirigentes.
O diário cita, inclusive, Giuliano Bertolucci. O agente é um dos mais influentes do mercado e possui jogadores na seleção brasileira e em vários clubes de ponta no futebol europeu. Bertolucci depositou R$ 65 mil, em duas operações, em conta da Stadium Consultoria e Assessoria Administrativa e Tecnológica LTDA, onde Alexandre Limeira é sócio-administrador. Antes, o empresário fez repasse de R$ 150 mil com duas transferências.
De acordo com o GAECO, Carlos Pellegrini recebeu R$ 333 mil em 67 depósitos durante a gestão Vitorio Piffero. A matéria do Correio do Povo incluiu trecho do relatório do MP-RS que aponta o ex-vice de futebol como figura central do esquema de repasse.
O texto publicado pelo jornal gaúcho ainda informa que os documentos foram entregue às partes nos últimos dias, logo após o fim do recesso do judiciário. No mês passado, a investigação cumpriu mandados de busca e apreensão em empresas, escritórios e residência de citados no caso. A denúncia ainda não foi entregue à Justiça.
O outro lado
A defesa de Carlos Pellegrini afirma que irá se reunir com o ex-dirigente para analisar o caso. O tio e procurador de Paulo Cezar Magalhães no acerto com o Inter, Paulo Cezar, nega a realização de depósito na conta do dirigente.
"O Paulo Cezar veio sem custo, somente pelo salário e luvas. Não fizemos nenhum depósito de R$ 30 mil, não fizemos. Não existe esse depósito. Ele não fez, tenho certeza, e eu não fiz. As luvas ele recebeu e levou embora. Eu posso garantir, não fiz depósito e nem ele, senão teria me dito", disse Paulo Cezar à Rádio Guaíba.
Alexandre Limeira, vice-presidente de administração na gestão Vitorio Piffero, negou atos irregulares quando dos mandados de busca e apreensão. Agora, preferiu não se manifestar ao argumentar que a investigação corre em segredo de justiça.
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