Como seleção cheia de parentes fez história em território de 30 mil pessoas

Outubro de 2018 será para sempre um mês histórico para a seleção de Gibraltar. Num intervalo de quatro dias, a equipe conquistou sua primeira vitória em um jogo oficial e logo em seguida já acumulou um segundo triunfo. Entre os heróis dessas façanhas, irmãos e parentes estiveram em campo para colocar o território de Gibraltar e seus mais de 30 mil habitantes no mapa do futebol europeu, ainda que timidamente.
Duas famílias “dominam” a seleção de Gibraltar. A principal delas é os Chipolina. O zagueiro e capitão Roy, de 35 anos, é parente distante dos irmãos Joseph, de 30 anos, e Kenneth, de 24. Este último, porém, não estava nos jogos citados acima, embora tenha estreado pela seleção na temporada passada.
Joseph e Roy formaram a dupla de zaga na primeira vitória oficial da história de Gibraltar, no último dia 13, no triunfo por 1 a 0 sobre a Armênia, fora de casa, pela Liga das Nações. Joseph, inclusive, fez o gol da vitória, de pênalti, aos 5min do segundo tempo. “Estamos na lua agora, esse resultado é incrível”, disse ele ao “Sky Sports”.
Empolgado pelo triunfo inédito, o time recebeu Liechtenstein três dias depois, novamente pela Liga das Nações. Diante de sua torcida, saiu perdendo por 1 a 0 logo no primeiro tempo. Após o intervalo, o que antes era impensável aconteceu: Cabrera empatou aos 16min e, cinco minutos mais tarde, Joseph Chipolina voltou a marcar, garantindo o triunfo por 2 a 1.
A família Chipolina não foi a única a vibrar de perto com o feito. Os irmãos Casciaro também participaram. O atacante Lee Casciaro, de 37 anos, foi titular nas duas partidas, enquanto seu irmão mais novo, Kyle, de 30, entrou no decorrer do segundo jogo.
Com os dois resultados, Gibraltar chegou aos seis pontos e é vice-líder do grupo 4 da divisão D, a mais baixa das quatro divisões da Liga das Nações. Os líderes de cada um dos quatro grupos conquistam vaga para a divisão C da próxima edição do torneio, nas temporadas 2020/2021.
Antes das duas vitórias históricas, a seleção de Gibraltar tinha um retrospecto desanimador em torneios oficiais: 22 derrotas em 22 jogos, com cinco gols a favor e 107 contra. Isso explica por que o técnico do time, o uruguaio Julio Ribas, festejou tanto tal façanha.
“Embora eu já tenha conquistado 17 títulos ao longo da minha carreira, esse é o momento mais feliz da minha vida”, escreveu ele no Twitter.
Território britânico ultramarino, Gibraltar tem autonomia em algumas questões encabeçadas por um ministro independente, mas o governador indicado pelo Reino Unido ainda toma decisões estratégicas em outras áreas. No futebol, a seleção foi reconhecida como independente em 2013 pela Uefa e em 2016 pela Fifa. E agora ela se apresenta cheia de confiança para seus adversários.
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