Atlético-MG é denunciado no STJD por canto homofóbico que cita Bolsonaro
A Procuradoria da Justiça Desportiva denunciou o Atlético-MG pelo canto homofóbico que citou o candidato Jair Bolsonaro (PSL). O clube foi enquadrado no artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e será julgado nesta sexta-feira (28), em sessão da Quinta Comissão Disciplinar às 13h30 (de Brasília).
O Galo é denunciado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) porque a Procuradoria entende que “a torcida é parte indissociável dos clubes, sendo deste a responsabilidade pelas atitudes tipificáveis perpetradas por aquela”.
A denúncia ocorreu porque no clássico diante do Cruzeiro, em 16 de setembro passado, no Mineirão, parte da torcida do clube entoou cânticos discriminatórios contra o arquirrival.
“Ô cruzeirense, toma cuidado, o Bolsonaro vai matar veado”, dizia a música cantada por parte da torcida alvinegra no Gigante da Pampulha. O fato ocorreu durante o intervalo do jogo que terminou empatado em 0 a 0.
O artigo que enquadra o Galo estabelece multa de R$ 100 a R$ 100 mil, com fixação de prazo para cumprimento da obrigação. O fato foi confirmado há sete dias por Felipe Bevilacqua, procurador-geral do STJD.
Em 18 de setembro, ao ser perguntado sobre o caso, o presidente Sérgio Sette Câmara o colocou como "assunto encerrado" na Cidade do Galo.
"Vou começar pelo final. O que o Atlético tinha para falar a respeito daquele assunto foi feito através de uma nota oficial e acredito que, da nossa parte, o assunto está encerrado. Não vou voltar a falar sobre ele. Quem não leu a nota, ao ler, vai entender qual é o nosso posicionamento. Nós lamentamos que aquele fato tenha ocorrido", disse.
O grito fez o clube se manifestar ainda na noite de 16 de setembro. Em nota oficial, o Atlético repudiou a homofobia praticada por parte de sua torcida no Mineirão:
“O CAM lamenta profundamente as manifestações homofóbicas de parte dos torcedores, no jogo deste domingo, no Mineirão. Reiteramos nosso repúdio a quaisquer gestos de preconceito ou de incitação à violência. A maior torcida de Minas é composta por pessoas de todas as classes sociais, raças e gêneros, não cabendo qualquer tipo de discriminação. Isso não faz parte da nossa gloriosa história! #TimeDeTodos”, escreveu o clube em suas redes sociais na ocasião.
No dia do confronto, o Galo disse à imprensa que não se manifestaria sobre o caso. No entanto, no período da noite, mudou de opinião e se posicionou de forma contrária ao comportamento daqueles que foram ao Gigante da Pampulha.
“A nota é autoexplicativa. Nós já tínhamos até, antes mesmo desse lamentável episódio, feito campanhas por meio dos nossos canais apropriados contra qualquer tipo de discriminação. O Galo é de todos”, afirmou o mandatário.
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