Aliado de Eurico se declara suspeito e não julgará urna polêmica do Vasco

Não durou mais do que três horas a polêmica indicação do desembargador Luiz Zveiter para analisar a polêmica urna 7 da eleição do Vasco. Aliado de Eurico Miranda, o magistrado se declarou suspeito e deixou o posto de relator do caso em que o cartola busca um mandado de segurança para validar os votos então suspensos.
“Declaro minha suspeição por motivo íntimo para processar e julgar o presente feito, nos termos do artigo 145, § 1º do Código de Processo Civil”, informou Zveiter, em despacho juntado ao processo (imagem ao lado) às 19h22 desta segunda-feira (8).
Diz o artigo I do Código de Processo Civil que há suspeição em casos de "amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados".
O desembargador fluminense é antigo aliado do presidente do Vasco. Tal artigo motivou o despacho quase que imediato de Zveiter.
Caso o magistrado não tomasse tal decisão, o departamento jurídico do candidato de oposição Julio Brant já se articulava para solicitar a suspeição à Justiça. Nesta situação, porém, todo um rito teria de ser cumprido com a abertura de um processo.
CPI já apontava ligação Miranda-Zveiter
No início deste século, a CPI do Futebol do Senado já alertava para a relação entre Eurico Miranda e a família Zveiter. No relatório final da investigação, a Comissão apontava “depósito suspeito” de R$ 306 mil do Vasco, então com o cartola na vice-presidência de futebol e peça-chave no comando, ao escritório do desembargador.
“Da análise dos pagamentos efetuados pela Vasco Licenciamentos, chamaram a atenção da CPI vários repasses efetuados ao exterior e a terceiros, a pedido do vice-presidente do clube, Sr. Eurico Miranda, enquanto o contrato celebrado previa que os recursos decorrentes da parceria deveriam ser aplicados única e exclusivamente no futebol profissional do clube”, contava a CPI. Dentre os beneficiados dos repasses, realizados entre agosto e dezembro de 1998, encontrava-se novamente Luiz Zveiter.
De acordo com o “Estadão”, em 2004, por exemplo, ele se reelegeu como presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por pressão do dirigente. Anteriormente indicado pela CBF, o desembargador naquela ocasião não constava na lista da entidade, que indicou José Mauro Couto e Virgílio Augusto da Costa Val para votação. Porém, Miranda se articulou em conjunto com o extinto Clube dos 13 e não só incluiu Luiz na listagem como o ajudou a vencer por 7 votos a 0.
“A CBF tentou uma manobra. Ricardo Teixeira quer dominar os clubes, a política desportiva e também não desportiva”, teria dito Eurico na época.
Em 2012, segundo a coluna “De Prima”, do jornal Lance!, Eurico foi um dos mais cortejados na cerimônia de posse do filho de Zveiter, Flavio, que assumiu a presidência do STJD na época. O artigo classificou Miranda como “amigo” do desembargador.
Em novembro do ano passado, o Globoesporte.com noticiou um encontro entre Eurico e Luiz. A reportagem diz que o tema da reunião foi o processo que apurava as possíveis irregularidades na eleição vascaína e que o dirigente buscava apoio e influência.
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