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Grupo de conselheiros pede impeachment de presidente do Vitória

Ivã de Almeida, de braço esticado, é está afastado do cargo no Vitória - Divulgação/Vitória
Ivã de Almeida, de braço esticado, é está afastado do cargo no Vitória Imagem: Divulgação/Vitória

Roberto Oliveira

Colaboração para o UOL, em Recife

26/10/2017 19h34

Um grupo de 26 conselheiros do Vitória intitulado Geral do Conselho emitiu nota no Twitter nesta quinta-feira (26) na qual pede o impeachment do presidente afastado do Vitória, Ivã de Almeida, devido a um rombo de R$ 10 milhões nos seis primeiros meses de sua gestão. O deficit, que deve ser de R$ 12 milhões ao final de 2017, foi revelado por um relatório produzido por uma Comissão Fiscal formada para auditar as contas do clube. 

Os signatários do documento também solicitam a realização de um novo pleito para definir a direção do clube, que está sendo comandado pelo vice-presidente Agenor Gordilho.

Diante dos últimos acontecimentos, o grupo “Geral do Conselho” – constituídos por membros independentes do Conselho Deliberativo, sem relações com os históricos grupos que dominam o Esporte Clube Vitória – se reuniu para discutir encaminhamentos imediatos para a resolução dos problemas que acometem o nosso amado clube. Nessa oportunidade discutimos que chegamos a um ponto onde se faz inadiável e incontornável o processo de destituição do presidente licenciado Ivã de Almeida, e concomitante realização imediata de novas eleições para o conselho diretor do Esporte Clube Vitória", diz o documento.

O pedido de impeachment de Ivã acontece depois da divulgação, no site do próprio clube, do relatório do Conselho Fiscal no qual se aponta um rombo previsto de R$ 12 milhões para 2017. Cerca de R$ 10 mi desse montante foi gasto acima do previsto durante o primeiro semestre, ainda com Ivã de Almeida no comando do clube. Só de folha salarial para os jogadores, mais de R$ 5 mi foram gastos acima do orçamento aprovado no fim do ano passado.

A divulgação do documento e o pedido de impeachment vão de encontro à tentativa do presidente, nos bastidores, tentar retomar o cargo após o fim do período de licença. Ivã pediu afastamento de 90 dias em julho e renovou-o recentemente justificando problemas pessoais, mas está isolado politicamente e articula-se para tentar angariar apoio ao seu retorno. 

Ainda segundo o documento divulgado pelo grupo Geral do Conselho, o pedido de impeachment só não aconteceu à época do afastamento de Ivã por causa de um pacto pela tranquilização política do clube, que vivia grave crise interna e estava na vice-lanterna do Brasileirão. Após os ânimos se acalmarem, os conselheiros resolveram aproveitar a divulgação das contas do clube para pedir a saída definitiva de Ivã

 

Confira na íntegra a nota do grupo Geral do Conselho

Diante dos últimos acontecimentos, o grupo “Geral do Conselho” – constituídos por membros independentes do Conselho Deliberativo, sem relações com os históricos grupos que dominam o Esporte Clube Vitória – se reuniu para discutir encaminhamentos imediatos para a resolução dos problemas que acometem o nosso amado clube.

Nessa oportunidade discutimos que chegamos a um ponto onde se faz inadiável e incontornável o processo de DESTITUIÇÃO DO PRESIDENTE LICENCIADO IVÃ DE ALMEIDA, e concomitante REALIZAÇÃO IMEDIATA DE ELEIÇÕES DIRETAS PARA O CONSELHO DIRETOR DO ESPORTE CLUBE VITÓRIA.

Essa decisão, tomada de forma coletiva, requer uma série de explicações.

1 – Por que não pedimos a destituição antes?

Como já explicado em notas anteriores, nossa maior preocupação era quanto às consequências drásticas que uma destituição causaria ao futebol do clube, em um momento de crise que atingia o desempenho do elenco na Série A. Nossa decisão foi em prol de uma ESTABILIDADE INSTITUCIONAL que proporcionasse uma mudança no ambiente interno, o que, de certo modo, aconteceu. Uma segunda motivação, também colocada de forma pública, era a preocupação com o encaminhamento e a aplicação de AUDITORIAS consideradas fundamentais para o futuro da instituição, tanto nos contratos dos jogadores profissionais, quanto no setor financeiro do clube.

2 – Por que não apoiamos a AGE com assinaturas?
Em que pese o nosso total interesse no fortalecimento da democracia torcedora no nosso clube, entendemos que a movimentação pela coleta de assinaturas por uma Assembleia Geral Extraordinária, baseada em denúncias de improbidade administrativa (caso Futebol Card), além de carente de maior materialidade, estava eivada de interesses escusos, capitaneados por figuras políticas que historicamente lesaram os cofres do Esporte Clube Vitória. O que ficou comprovado em áudios e imagens divulgados posteriormente.

3 – Por que pedimos a destituição agora?
Nossa decisão de encaminhamento de uma destituição imediata do presidente licenciado Ivã de Almeida se motiva pela divulgação do último relatório do Conselho Fiscal – 1° Semestre 2017 que constatou um rombo de quase 10 milhões de reais nos cofres do clube. Documento esse, divulgado com muito atraso, por motivos que ainda desconhecemos, em que pesem as reiteradas cobranças feitas por diversos conselheiros.

Deste modo, divulgamos à torcida do Vitória o nosso compromisso com o encaminhamento dos devidos procedimentos para a imediata DESTITUIÇÃO DO PRESIDENTE LICENCIADO IVÃ DE ALMEIDA, e concomitante REALIZAÇÃO IMEDIATA DE ELEIÇÕES DIRETAS PARA O CONSELHO DIRETOR DO ESPORTE CLUBE VITÓRIA.

QUE O TORCEDOR DECIDA O FUTURO DO SEU CLUBE!

Nestes termos,
Assinamos,
Salvador, 25 de outubro de 2017.

Alan Iverson da Cruz Oliveira
Alexandre Marinho Sampaio
Caio Leiro
Cláudio José Mascarenhas
Cesar Chammas Dáu
Eduardo Costa
Francisco Andrade
Francisco dos Santos La Torre
Gilberto Palumbo Júnior
Gerson Ferreira Junior
Hirgo Fernando Fernandes da Silva Guimarães
Irlan Simões
José Armando Fraga Diniz Guerra
Juliana Malhado
Laércio Ávila
Laerte Rosa Ferreira
Lucas Ladeira Reis
Lucas Lima
Lucas Pastori Almeida
Michel Lima
Rodolfo Mendonça
Rafael Bandeira
Rafael Lucas Costa Lima Oliveira
Rogério de Sousa Pereira
Thiago Matos de Souza
Wendel Barreto Xavier