Precisa de goleiro? Com Jefferson, Gatito e Sidão, Botafogo tem a receita
Jefferson, Sidão e Gatito Fernandez viveram os melhores momentos de suas carreiras com a camisa do Botafogo. Coincidência? Um nome esteve por trás desses profissionais: o preparador de goleiros Flávio Tenius. Na sua segunda passagem pelo Alvinegro, ele não esconde a satisfação por ver seus comandados brilharem e serem colocados como os melhores da posição nos últimos anos.
Ex-goleiro do Vasco, Flávio Tenius conhece os atalhos da profissão. Sem palavras rebuscadas ou engenhosidades para realizar os treinamentos, o preparador diz ter uma receita simples. Tenta identificar as principais qualidades de cada profissional para deixá-las ainda mais fortes. Ao mesmo tempo, claro, tentando melhorar os pontos fracos.
“Eu não abro mão de detectar a qualidade do goleiro que você tem. Em cima disso, explorar ao máximo. Cada um tem seu limite, mas precisa trabalhar dando o máximo. Uma das coisas que acho importante na vida é ter confiança. Isso é fundamental. Tem de arregaçar a manga e acreditar no nosso trabalho. Por outro lado, me irrita quando vejo um goleiro que desperdiça talento por falta de interesse, pouco dedicado. O legal é que os meus goleiros compram a ideia e confiam que são capazes”, disse Flávio Tenius ao UOL Esporte.
“Falo muito com os meus goleiros que preciso que encarem os treinos como se fossem jogos. Não falo isso da boca para fora. Se fizerem isso, estarão prontos para quando forem exigidos nas partidas. Goleiro precisa estar muito concentrado. Se achar que estão tratando treino como só um treino, cara, não rola. Tem que trabalhar no limite todo dia. O jogo passa a ser uma continuação disso”, completou o preparador de goleiros do Botafogo.
O caso de maior sucesso evidentemente é o de Jefferson. Tenius era preparador de goleiros do Cruzeiro e colocou um jovem de 17 anos para assumir a titularidade. Anos depois, a dupla se reencontrou no Botafogo.
“Em 2010, quando cheguei, o Jefferson já era ídolo aqui. Mesmo assim falei com ele que dava para render ainda mais, conhecia ele desde jovem e o potencial. Perguntei para ele se ser ídolo do Botafogo já estava de bom tamanho para ele ou se queria chegar na seleção brasileira. Ele ficou meio surpreso e perguntou se eu acreditava nisso. Passamos a trabalhar, explorar melhor ainda as qualidades e sabemos o que ele fez com a camisa do Brasil”, afirmou Flávio Tenius.
Em seguida foi a vez de Sidão brilhar. Com 36 anos, ele chegou para suprir a ausência de Jefferson, que havia se lesionado gravemente no braço direito. O experiente goleiro sabia que era apenas um ‘tampão’. No entanto, o que ele fez em 2016 foi muito mais que isso. O atleta foi um dos destaques do time e fundamental para conquistar a vaga na Libertadores.
“Queria que ele tivesse ficado no clube para esse ano, mas o cara nunca tinha jogado em time grande, rodou por vários pequenos. Chegou ao Botafogo com 36 anos. Quando eu voltei ao Botafogo [segunda passagem] ele estava começando a jogar e com os olhos brilhando. Ele ficava ansioso, queria mais. Se pedisse, ele treinaria de manhã, de tarde, de noite ou até de madrugada. Ele tinha essa gana, queria aproveitar a oportunidade de qualquer jeito. Estou aqui para ajudar a tirarem o melhor que cada um tem dentro de si. Com o fim do ano e a volta do Jefferson, percebi a agonia com a possibilidade de ir para o São Paulo. Todos entenderam a decisão dele”, afirmou.
Por último, mas não menos importante, chegou a vez de Gatito. Com Sidão no São Paulo e a demora na recuperação de Jefferson, o Botafogo trouxe o paraguaio. O início foi irregular e ele chegou até mesmo a ser barrado por Helton Leite diante do Olímpia, quando entrou no segundo tempo por conta de uma lesão do companheiro. Neste jogo, pegou três pênaltis e ganhou muita confiança.
“Gatito era um dos quatro nomes que tínhamos analisados. Ele estava sem contrato e foi fácil a contratação. Ele ficou um mês parado nas férias e não chegou ao Botafogo com o ritmo necessário. Demorou a engrenar em um ano difícil, cheio de decisões no clube. Já estava adaptado ao Brasil, mas precisava de ritmo. E o Helton, ao contrário, iniciou a temporada muito bem. Por isso a troca contra o Olímpia. Gatito teve chance nesse jogo, que tinha toda uma particularidade para ele, que é torcedor do Cerro. Entrou, pegou pênaltis e virou o herói", disse o preparador.
"A confiança dele depois desse jogo mudou e acelerou todo o processo. Nem o mais otimista dos torcedores achou que aconteceria isso. Roteiro de filme. Se tinha alguma dúvida, insegurança, acabou ali. Ainda tem uma característica de pegar pênaltis. É muito bom nisso e confia demais nos estudos das estatísticas dos cobradores. Estuda muito os cobradores com o material de vídeo e estatísticas que disponibilizamos”, completou Flavio Tenius.
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